Brillante Fullsun

S01EP06

CAPÍTULO 1: John Suh

Junho de 2020

A noite passou tranquila, exceto para Taeyong, que acordou a cada segundo para conferir se todos estavam bem. Quando cansou de tentar se forçar a dormir, ele levantou, junto dos raios de sol que atravessavam as frestas da janela fechada. Ele se alongou por alguns segundos e caminhou até o interruptor do cômodo, a fim de conferir se eles ainda possuíam energia elétrica. Infelizmente, o teste havia falhado e as luzes do quarto não se acenderam. Um suspiro. Agora tudo ficaria ainda mais complicado.

Olhou para os parceiros antes de sair do quarto, eles não pareciam feridos ou doentes. Jungwoo dormia serenamente abraçado em seu travesseiro, Yuta estava com a cabeça fora do colchão ー o que provavelmente o causaria um torcicolo mais tarde.ー E Doyoung aparentava estar em um belo sonho, tendo seus lábios curvados em um leve sorriso. Taeyong sorriu também e saiu do local em seguida.

Foi até o final do corredor, não se esquecendo de checar o segundo grupo no quarto vizinho. Seu trajeto o levaria até a portinhola para o sótão da residência, consequentemente, única maneira de chegar até o telhado. Puxou a cordinha, abrindo a passagem e subindo a escada com cuidado para não fazer muito barulho.

O lugar não era totalmente escuro graças a luz do sol que passava pelas janelas empoeiradas, o que ajudava Taeyong a não bater em nada até que chegasse ao seu destino. Ali estava uma bagunça, entretanto ele sabia que haviam coisas úteis no meio de tanta tralha. Talvez mais tarde ele voltasse ali acompanhado de Jaehyun ou Yuta para o ajudar a procurar suprimentos. Não quis dar muita atenção ao sótão no momento, indo direto para a próxima portinhola a qual dava no telhado da casa.

Precisou fechar os olhos para se acostumar com a pouca claridade que fazia do lado de fora. Olhou em volta para ter certeza de que estaria seguro ali, apesar de já ter subido mais de uma vez, sempre sentia medo de ser pego de surpresa por algo ou alguém. Ele se ajoelhou e rezou por alguns minutos pelas almas dos moradores da casa ao qual eles haviam se apossado. Aquele havia se tornado seu ritual matinal desde que chegaram ali. Quando terminou, ele foi agachado ー Para evitar ser visto. ー até a caixa d'água, soltando um muxoxo ao ver que ela estava cheia até pouco mais da metade. Logo não teriam água para higiene.

Ouvindo uma batida suave atrás de si, ele se vira assustado em direção do som, suspirando aliviado ao ver Doyoung, sorrindo sonolento.

ー Não acha que tá muito cedo pra você estar acordado? ー Questionou baixo indo até ele.

ー Não consegui dormir mais. ー Explicou no mesmo tom.

ー Não te julgo! Eu só consegui pregar os olhos depois das duas horas. ー Suspirou sofrido. ー Você também está preocupado, né?

Ele concordou com a cabeça, respirando fundo e sorrindo suavemente.

ー Me sinto na responsabilidade de cuidar de todos vocês.

ー E quem vai cuidar de você, Taeyong? ー Cruzou os braços e levantou uma das sobrancelhas. Ele estava sério.

ー Eu me viro! ー Tentou falar em um tom descontraído, mas não conseguiu convencer o Kim, que continuava o olhando como se estivesse pronto para lhe dar uns tapas. ー Vocês precisam de um apoio, Doyoung! E eu...

ー Você também precisa! ー Interrompeu. ー Você é tão humano quanto nós e não vai conseguir segurar toda a barra! Eu já te mandei parar com essa síndrome de super-herói, porra!

ー Você fala como se me conhecesse a anos. ー Desviou o olhar envergonhado para o chão.

ー Não preciso te conhecer muito pra saber que essa sua mania vai te matar! ー Elevou um pouco a voz, mas logo se retratou. Limpou a garganta e voltou a falar: ー Não temos mais eletricidade, mas tem muitos objetos que funcionam à pilha lá embaixo. ー Optou por mudar de assunto, caso contrário, acabaria jogando-o lá de cima. ー Como está a água?