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Capítulo 2: Lee Donghyuck
Fevereiro de 2024

Às vezes Taeyeon dizia: confie nos seus instintos mais do que nas pessoas à sua volta, sua vida depende somente de você. Donghyuck, desesperado por companhia e claro, manter-se vivo, sempre deu ouvidos à mulher, apesar de muitas vezes achar que ela estava maluca ー e mais do que nunca, ele tinha certeza que Kim perdeu muitos de seus parafusos.

No início, era difícil entender o que seu corpo queria dizer. Um arrepio pode significar muitas coisas: Frio, medo, perigo. Contudo, conforme o tempo foi se passando, ele aprendeu com excelência a captar os sinais de seu subconsciente.

Renjun chama de paranoia, mesmo que na maior parte das vezes, Donghyuck esteja certo.

Mas naquela madrugada de início de fevereiro, Donghyuck sentia algo diferente. Seu peito estava pesado e os pelos de seus braços eriçados. Mas não era pelo vento frio. Tal sensação não lhe deixava desde o dia em que começou a revezar a vigia com Jeno.

Desde o dia que viu aquele infectado tão perto que quase conseguiu sentir o cheiro podre que os mortos exalam.

A partir dali, Donghyuck nunca mais conseguiu dormir por uma noite inteira. ー mesmo que sua tarefa fosse ficar até às seis da manhã acordado. ー A segurança que sentia dentro de casa, evaporou parcialmente. Ele não estava seguro, ele era a segurança que seus amigos precisavam.

Suspirou, perdendo-se por poucos segundos na fumaça branca que saiu de seus lábios. Apertou um pouco mais o cobertor em sua volta e novamente tornou a encarar a estrada metros à frente.

Já fazia um mês que seguia aquela rotina chata, porém mais do que importante. Então já não era mais surpresa quando Renjun aparecia oferecendo um café, ou Jaemin um cobertor, ou até mesmo Jeno, avisando já ser hora de trocar.

ー Tem certeza que não quer entrar um pouco? ー Renjun, escondido em seu pijama amarelo, perguntou assim que abriu a porta. ー Tá muito frio aqui, esse cobertor não deve estar servindo de muita coisa.

Realmente não estava.

ー Não. ー Donghyuck balançou a cabeça. ー Ainda tenho mais uma hora e quarenta e três minutos.

Outro fato interessante é que Donghyuck havia aprendido a contar as horas, como um relógio precisamente ajustado.

ー Você vai ficar doente se continuar assim! ー Renjun bufou, insatisfeito com a resposta.

ー Eu tenho uma saúde de ferro! ー Sorriu largo.

ー Hyuck, meu quarto é em frente ao seu! ー Cruzou os braços. ー Eu ouço quando tosse, e você tem feito muito isso.

ー Você me pegou. ー O sorriso murchou, tornando num bico. ー Mesmo assim, eu preciso ficar aqui!

ー Sei que precisa! ー Um suspiro.

Renjun não falou mais nada, apenas deu meia volta e entrou em casa.

Dez minutos.

Foram exatos dez minutos para ele voltar com o cobertor mais grosso que encontrou no fundo do guarda-roupas. Donghyuck sorriu. Sabia que a conversa terminaria daquele jeito.

ー Estou me sentindo estranho. ー Donghyuck comentou, assim que Renjun sentou ao seu lado, cobrindo ambos com o novo cobertor.

ー Estranho como? ー Deitou a cabeça no ombro do amigo, encolhendo-se um pouco ao ser atingido pelo vento gelado.

ー É como se algo fosse dar errado, eu acho… ー Respondeu pensativo. ー Geralmente eu sei exatamente o que sinto, mas dessa vez, não sei para onde correr.

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