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As pessoas são como flores, algumas tem espinhos...

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Acordo com o som da janela sendo aberta, o vento frio entrando no quarto e arrepiando minha pele. Pisquei algumas vezes, tentando me situar. Não lembro a hora que eu dormi, pra ser sincera. Só lembro da conversa com o Niki... Depois disso, minha mente tá um completo branco.

- S-Sunghoon? - murmurei ao ver a silhueta dele ao lado da janela.

Ele se virou, me dando um sorriso leve.

- Bom dia, S/N.

- Que horas são?

- Seis.

Suspirei aliviada, tentando me espreguiçar.

- Pela primeira vez eu não tô atrasada. - Brinquei, mas ainda sentia o corpo pesado. - Você sabe que horas eu fui dormir?

Sunghoon franziu um pouco o cenho, cruzando os braços.

- Acho que foi depois dos seus exames... Por quê?

- É que... eu não lembro de nada. Tá tudo meio confuso.

Ele ficou em silêncio por um segundo, como se processasse o que eu disse.

- Eu vou falar com o Jungwon. Enquanto isso, se arruma. Eu e os meninos vamos te esperar na sala, tá?

- Ok...

Assim que ele saiu do quarto, me forcei a levantar. Meu corpo parecia mais fraco do que o normal, e uma tontura me obrigou a escovar os dentes sentada na beira da cama. Tô começando a me acostumar com esses sintomas que surgem do nada... Mas é estranho pensar que eu posso simplesmente... morrer a qualquer hora.

Depois de me arrumar, joguei as últimas coisas na mala e fechei o zíper. Acho que comecei a arrumar ontem, mas não lembro do Jungwon ter falado que perda de memória era um dos sintomas...

Desci as escadas devagar, a tontura ainda me incomodando.

- Tudo pronto. - Anunciei, meio sem fôlego.

Jungwon apareceu no final da escada e, sem dizer nada, tomou a mala das minhas mãos.

- Vem, se apoia em mim. - Estendeu o outro braço, me ajudando a descer os degraus.

- Obrigada...

Ele parecia mais atento do que o normal.

- Não vai comer nada?

Neguei com a cabeça.

- Tô sem fome esses dias...

- S/n... - O tom dele ficou mais sério. - Se não comer aqui, pelo menos tenta comer na escola. A gente precisa evitar suas fraquezas, ainda mais agora. O Sunghoon me contou sobre sua memória e... eu vou checar isso o mais rápido possível.

- Tá... Obrigada, Wonnie.

Ele sorriu de leve, mas ainda parecia preocupado. A porta abriu de repente, e Jay apareceu balançando uma chave no dedo.

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