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Apenas finja que esta feliz, e eventualmente esquecerá que esta fingindo....

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Eu realmente estava feliz. Yasu era exatamente como imaginei, talvez até melhor. Uma mulher incrível, cheia de histórias e energia. Aposto que ela e mamãe seriam grandes amigas. Depois de passarmos o dia juntas, aproveitando cada segundo, ela precisou sair para o trabalho. Descobri que era professora de autodefesa em uma escola feminina que ficava a algumas horas dali. Agora estou sozinha na casa há pelo menos três horas.

Sem sinal do Niki ou de qualquer outra pessoa, o que era... assustador.

— Ficar sozinha nessa casa enorme me dá calafrios... — murmurei para mim mesma.

— Por que? — A voz repentina do Niki me fez dar um pulo. Ele estava encostado na porta da sala, me observando com um sorriso.

— Ai, capeta, que susto! — levei a mão ao peito, tentando acalmar os batimentos. — Até algumas horas atrás eu tava sozinha!

Ele riu, atravessando o cômodo e se jogando no sofá.

— Eu passei na casa dos meninos e peguei seus chips.

— Ué, por que eles não vieram junto?

— Eles estão tentando encontrar uma rota mais segura pra pegar a planta.

Assenti, mas a sensação de ser o centro de tudo continuava a pesar nos meus ombros. Era sempre sobre mim, pra mim, e por minha causa. Suspirei baixinho.

— Vem, senta aqui comigo. — Niki deu dois tapinhas no espaço vazio ao seu lado.

Obedeci, tentando esconder a frustração de ser a única que não podia ajudar de forma ativa. Sentei ao lado dele, um pouco ansiosa pelo que ele tinha a dizer.

— Então? Cadê meus chips? — perguntei, tentando aliviar o silêncio.

— O Jungwon solicitou cinco pra você, mas... — ele fez uma pausa, tirando um saquinho transparente do bolso e colocando sobre a mesa. — ...você só pode usar de três a quatro. O máximo é quatro.

— Por quê?

— Porque é perigoso demais inserir cinco chips enquanto seu corpo ainda tá com o vírus.

— Maldito vírus...

Ele tirou os chips do saquinho, organizando-os cuidadosamente à minha frente.

— Aqui estão. Tecnopatia, alquimia, adaptação subaquática, empatia e controle mental.

Analisei cada um, mas antes que pudesse pegar o último, ele foi mais rápido. Niki pegou o chip de controle mental da mesa e guardou no bolso.

— Ué, por que não posso usar esse? — perguntei, curiosa.

— Porque... porque eu acho que não é bom. — Ele desviou o olhar, parecendo buscar as palavras certas. — O que quero dizer é... esse dom é perigoso, para... Seu corpo com vírus!

— Mas eu também quero ler a mente das pessoas!

— NÃO! — Sua reação foi tão imediata que me assustou.

— Tá bom, tá bom. — Rolei os olhos. — Então eu fico com a empatia e...

Antes que eu alcançasse o chip da mesa, ele segurou minha mão, tirando o chip dela e guardando no bolso.

The Vírus Of The Future Onde histórias criam vida. Descubra agora