ALICANTE PARTE I

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Passaram-se mais de cinco meses intensos

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Passaram-se mais de cinco meses intensos. Os shadowhunters, treinados por Raziel, foram colocados à prova, aprendendo sobre o mundo dos arcanjos e dos demônios, a história por trás dos Institutos, o que se esperava do trabalho do quarteto, bem como a criação dos instrumentos mortais. Além da teoria, os quatro escolhidos aprenderam com maestria a utilizar-se de armas e luta de corpo a corpo, entendendo o que eram capazes de fazer com os poderes adquiridos, a agilidade, as estelas especiais que lhes foram dadas e a força desmedida que agora possuíam.

Não havia como voltar e fingir ter uma vida normal, pois o "normal" estava sendo constantemente ameaçado pela corrupção dos nefilins, cuja sede por poder, a ganância, o desejo de serem comparados a deuses estavam mexendo com a balança celestial, pendendo o mundo para o lado da escuridão. Os destinados entenderam seus lugares no mundo, a necessidade da existência do quarteto e do Instituto da Necrópole.

Foi quando deram o primeiro passo: capturar aquele que orquestrou esse levante.

O Chefe do Instituto do Vaticano, foi emboscado em uma tentativa de seguir Alice, que, aos poucos, foi conseguindo a confiança de um dos seus shadowhunters. Um homem como Bernardi não confia nas pessoas, pois confiar é um jogo pelo qual ele não está disposto a apostar sua vida. A destinada, propositalmente, sendo seguida pelos demais, que estavam próximos, saiu para andar à noite, passando por locais de encontro de licantropos, aumentando as suspeitas de Bernardi.

O excesso de confiança do Chefe do Instituto foi tamanho que subjugou seu bom senso. Ele não estava preocupado em ser pego em seu território, acreditava que o comandava com a ponta dos dedos e olhos de águia. O orgulho, o falso senso de poder, o transformou de anjo a demônio, esvaindo aos poucos o que lhe restava de humildade e empatia em sua alma obscura.

Alice, despretensiosamente, se posicionou embaixo de um poste de luz, em uma noite sem estrelas no céu, virando-se para Bernardi e lhe dando um sorriso malicioso. O próprio, que estava alheio aos perigos da noite, avançou contra a loira, lhe desferindo alguns golpes bem dados em seu rosto. Todavia, a destinada estava se divertindo com o exercício físico, acostumada a apanhar para Raziel, o arcanjo, que não lhe deu descanso no treino. Aquilo não passava de um jogo sádico para Alice. Deixou-se apanhar apenas pelo prazer de vê-lo preso.

Não tardou para os demais chegarem perto de onde os dois se encontravam. Thiego, sorrateiramente, tocou em Bernardi e o obrigou a parar de lutar. Tudo foi calculado, pois Lorenzo tinha tido uma visão de que o Chefe do Instituto do Vaticano perseguiria Alice quando da noite de lua cheia, a mesma que brilhava no céu à noite da captura.

O corrompido teve seus olhos cobertos por um manto sagrado, não lhe permitindo ouvir nem ver onde estavam o levando, direto para o Instituto da Necrópole, embaixo do seu nariz por tanto tempo. Bernardi foi contido em uma sela toda branca com um enorme vidro grosso à prova de bala, tendo sua estela retida por Beatriz, que o prendeu em um looping, lhe imprimindo sentimentos como medo, frustração e tristeza, removendo sua capacidade de reação.

Os Escolhidos de RazielOnde histórias criam vida. Descubra agora