Quando a chama da fé nos anjos pareceu curvar-se perante a escuridão, Ele soube que precisaria ir atrás dos escolhidos.
Thiego, Beatriz, Alice e Lorenzo estavam em quatro cantos do mundo, espalhados para que suas chances de serem descobertos fossem...
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A câmara de entrada do Instituto da Necrópole estava cheia com os shadowhunters de todas as partes do mundo, prontos para presenciar a caída do Chefe do Instituto do Vaticano, que estava algemado com ouro celestial, de joelhos, à frente dos quatro destinados. Vestidos com uma túnica negra e roupas brancas, eles conduziam o julgamento.
Beatriz observava os caçadores das sombras, pronta para agir caso entendesse ser necessário. Thiego caminhou até o Bernardi, tocando em seu ombro. O nephilim, com o resto demoníaco, entrou em transe, observando tudo pelo qual estava sendo julgado em sua mente. Alice, a executora, balançou em suas habilidosas mãos uma enorme espada banhada na água do Lago Lyn. Assim como a garota, Lorenzo mantinha seu olhar nos demais, pronto para caso algum desertor rebelde quisesse evitar que o inevitável acontecesse.
— Esses são os pecados pelos quais você está sendo julgado, Bernardi — falou Thiego, apagando a runa que o permitiu controlar a visão do homem, mostrando-o o que Raziel lhe concedeu de sabedoria, todos os momentos em que esteve presente, vivenciando as traições do homem por debaixo do seu nariz pomposo e egocêntrico.
Alguns presentes se mexeram em seus bancos, desconfortáveis com a cena, no entanto, sabiam porquê o Chefe estava sendo julgado. Beatriz trocou um olhar com Alice, imaginando o motivo da agitação e sabendo quase exatamente o que eles estavam pensando.
— Como você se declara, Bernardi, Chefe do Instituto do Vaticano? — perguntou Lorenzo enquanto Thiego se afastava para juntar-se aos demais.
— Inocente — respondeu com um sorriso ladino, de quem estava com um ás guardado na manga.
Alguns Chefes pareceram surpresos pela resposta do homem, afinal, seus crimes estavam expostos como se fossem outdoors em ruas movimentadas. Já a outra parcela, dividida entre o silêncio e a consternação. Lorenzo olhou para os presentes em total silêncio, voltando-se para Bernardi e assentindo. Aparentemente, ele não tinha arrependimentos.
— O objetivo do Instituto da Necrópole é zelar pelo correto, e não seria certo que não lhe déssemos a oportunidade de escolher entre pagar pelos seus pecados em Terra ou em outra vida — disse Lorenzo, olhando o homem horripilante em seus olhos demoníacos, mas que outrora já pertenceram a um shadowhunter merecedor do posto de Chefe de Instituto.
— Devo ficar grato pela consideração? Vocês são patéticos — cuspiu o prisioneiro.
— Espero que escolha beijar a bunda do diabo — sussurrou Alice, dando-lhe sua melhor versão de um sorriso inocente.
— Aos presentes, eis as opções de Bernardi — começou Thiego. — Poderá permanecer vivo, sem suas runas, preso em Alicante pelo resto da sua vida ou o descanso eterno.
— Pense bem antes de escolher — disse Beatriz, com cautela.
— Se me perguntar, a morte está de bom tamanho — interveio novamente Alice, falando tão baixo que somente os escolhidos e Bernardi conseguiram ouvir.
