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Eu estava hipnotizada.
Talvez tenha babado um pouco, ouvi Jirou rindo ao meu lado então me virei para ela.
— O que foi? — perguntei quando ela riu mais alto me olhando.
— A menina deve ter desidratado de tanto que você seca ela — fechei a cara lhe olhando entediada.
— Yao-Momo deve ter pedaço faltando então de tanto que come ela com os olhos — resmunguei e ela se engasgou parando de rir, quase me senti mal por ela.
— Isso não é coisa que se diz a uma amiga [S/N] — resmungou com a cara no seu copo de milk-shake de morango — Só não vou embora por que você quem tá pagando.
Estávamos vendo Mina se apresentar em uma praça, ela havia me chamando para ver a apresentação e no caminho acabei encontrando a Kyoka que veio junto.
— Eu não te chamei, veio por que quis — coloquei o canudo na boca tomando meu refrigerante.
— Ai, credo garota, o que foi hein? — perguntou voltando a olhar a apresentação.
— Nada — resmunguei inquieta, talvez esconder meus sentimentos pela garota de pele rosa estivesse finalmente me sufocando.
— [S/N] — ouvi Jirou me chamar outra vez com um tom sério — já conversamos sobre isso, você não pode assumir que ela já te deu um fora se você ainda nem perguntou nada.
— Mas e se ela me der um fora? Onde eu vou meter a minha cara se eu tiver interpretado mal os sinais? — eu estava quase desesperada, havia decidido que falaria para Mina sobre meus sentimentos mas talvez eu estivesse insegura demais para isso.
— Olha o "não" você já tem e depois o que de ruim pode acontecer se você tentar? — ela respondeu tranquila — assim tem um "Eu sou Pansexual" bem grande quase estampado em neon na testa dela e depois a gente tá falando da Mina ela aceitaria seus sentimentos mesmo que não os retribuisse, sabe como ela é.
Antes que eu pudesse responder vi aqueles cachos cor-de-rosa pulando em direção a nossa mesa, ela estava linda e um pouco suada também.
— [S/N]! — gritou animada mas seu sorriso murchou um pouco quando viu a morena — e Jirou, oi, éeeh o que você tá fazendo aqui?
— Nada não, eu só encontrei com a [S/N] vindo pra cá — ela sorriu amarelo e se levantou com o Milk-shake em mãos — mas eu já estou de saída.
Jirou parou ao meu lado sussurrando em meu ouvido.
— Boa sorte aí — e saiu acenando para nós duas.
Mina logo se jogou na cadeira que a Kyoka estava, sorrindo animada e pedindo uma água para a dona do estabelecimento.
— Então? O que achou da apresentação? — perguntou ela, estava levemente ofegante.
— Foi incrível, eu perderia minha coluna se tentasse fazer metade do que você fez — fiz careta só por imaginar, meu olhar vagava pelo seu rosto à procura de qualquer sinal que me fizesse desistir de me declarar, não achei.
— Não é tão difícil quanto parece, é só questão de prática, posso te ensinar qualquer dia desses — nunca havia visto uma garrafa de água acabar tão rápido quanto aquela.
— Não levo muito jeito para isso — tamborizei os dedos na mesa nervosa por estarmos a sós.
— Qualquer leva jeito, é só praticar — Mina sorriu para mim me encarando com aqueles olhos negros e âmbar.
Abri minha boca para tentar começar a falar mas a coragem foi se esvaindo.
— Mina preciso te falar uma coisa — disse terminando de vez meu refrigerante — É importante para mim e preciso que você escute.
Finalmente voltei a olhá-la, seu olhar brilhava em expectativa.
— Eu... — respirei bem fundo pronta para falar de uma vez — Eu gosto de você desde a 1° série.
Disse por fim apertando com tanta força meu copo que quase o quebrou, comecei a ouvir barulhos demais da rua, das conversas e dos animais.
Minha individualidade estava um pouco descontrolada, eu senti os ventos um pouco mais frescos.
— Ai que bom — ouvi ela suspirar parecendo animada — achei que você não tinha entendido os sinais ou pior que já estivesse em um relacionamento.
Quase chorei de emoção por ela não ter me rejeitado.
— Com quem raios eu teria um relacionamento? — questionei vendo-a me olhar corada.
— Com a Jirou? — disse lentamente e um pouco sem graça.
Eu ri segurando sua mão logo em seguida.
— Ela é minha melhor amiga e tem também ela tem um abismo para Yao-Momo — Mina parecia brilhar um pouco, mas não sei se era o sol batendo em sua pele ou coisa da minha cabeça.
— Achei não fazia seu tipo — resmungou ela com um biquinho muito fofo.
— Eu achei EU quem não fazia o seu tipo — a olhei quase indignada.
— Como não? Olha só você! — ela se levantou e veio até minha cadeira — é toda fofa e linda e perfeita, tem gordura nos lugares certos e tem muito onde apertar.
Ela começou a falar enquanto me puxava para levantar.
— Fala de mim como se você também não fosse perfeita — eu sorri tímida olhando ela de cima a baixo — Você é toda musculosa e tem os músculos mais firmes que eu já vi.
Brinquei apertando de leve o braço dela, a rosada me apertou fortemente em uma abraço, ela simplesmente enterrou a cabeça entre meus seios me apertando.
— Bem com eu imaginei você é muita gostosa de abraçar — ela sorriu, Mina parecia radiante e eu, bem eu estava vermelha e com um sorriso bobo no rosto — Vem que eu preciso te abastecer tenho que cuidar da minha garota agora não quero ela passando fome, não te vi comer nada desde que chegou.
— Eu comi uma rosquinha — disse, mas ela continuou a me puxar, eu já havia pagado pelas bebidas então tudo bem.
— Amorzinho eu quero que você continue com essa gostosura que você é e tenho certeza que uma rosquinha não mata a fome de ninguém — me respondeu convencida — Vamos na sorveteria e vamos ter um encontro decente aí eu posso te pedir em namoro oficial.
Nada disse apenas a segui, Mina não largou minha mão momento algum apenas continuou a me puxar, quando chegamos a vi pedir dois sorvetes de morango.
— Sabe você é a personificação do meu tipo ideal — ela disse quando começamos a comer — É gentil, amável, tem uns papos muito aleatórios e ainda tem de brinde um abraço muito gostoso.
Eu ri mas entrelacei nossos dedos.
— E você faz o meu tipo ideal uma grande gostosa musculosa que se me batesse eu agradeceria — foi a vez dela ficar vermelha.
Não sei quando aconteceu ao certo mas eu pisquei e no momento seguinte ela havia me roubado um beijo.
— Não me olhe assim, foi inevitável.
Começou a gesticular os braços nervosamente eu apenas repeti o mesmo.
