Capítulo 7 Garotinha

107 16 4
                                    

Levi já havia levado ferimentos como este antes, mas jamais se originou de uma criança assustada. Ele ainda não sabia muito bem como reagir. Em seus anos de trabalho, jamais teve que se comunicar com uma criança que tentou lhe matar. Ele sempre lidava com adultos e adolescentes, mas jamais com crianças.

A garotinha tinha cabelos negros bagunçados que chegavam até sua pequena cintura. Ela tinha os olhos cheios de lágrimas e tinha um travesseiro em mãos cobrindo o corpo. Seus olhos também eram puxados, como os de Levi, mas não muito . Talvez ela tivesse descendência asiática. Sua face era magra, talvez ela não comesse a semanas. Levi a entendia, ele não comeria aquela carne que estava infestada de vermes. Não dava muito bem para ver o seu corpo, só dava para ver que ela era extraordinariamente baixa e suas feições eram muito infantis. Ela possivelmente tinha no máximo 7 anos de idade.

Desesperadamente, a menina jogou uma almofada em Eren, que nem se mexeu com o arremesso da almofada. Ela correu para perto da cama onde havia mais almofadas e as apertou fortemente.

Levi levantou com a mão sobre a faca possivelmente enferrujada em seu braço.

— N-n-não se aproximem! — exclamou a garotinha. Sua voz tinha um tom agudo e ela gaguejava cada palavra que saía de sua boca. Ela também soluçava fortemente. Estava assustada. — Se chegarem perto eu m-mato vocês.

Levi se aproximou mansamente da garotinha. Mas antes que pudesse chegar perto, Eren puxou seu braço onde estava a faca o que fez ele expelir um choramingo de dor.

— Você é ignorante demais, eu cuido disso — sussurrou para ele. — E também, está machucado. Não seja teimoso.

Quem você acha que é para mandar em mim? Pensou Levi. Eu estou com o braço fodido? Sim, mas eu não sou inútil. E eu não seria ignorante com uma criança, pois é uma criança! De certo modo, Eren estava certo. Levi estava machucado, mas ele estava a mais tempo nessa profissão de investigador do que Eren. Levi já acalmou várias crianças antes. Não era uma novidade para ele.

Eren colocou a sua pistola serenamente no chão e a chutou para perto de uma janela que havia na casa. Ele começou a mover-se calmamente na direção da menina e levantou as mãos em sinal de redenção.

— Meu nome é Eren Jaeger, e eu sou um detetive do departamento de polícia de Nova York — começou ele. — Qual é o seu nome, garotinha?

— Eu não sou uma garotinha! — exclamou ela e jogou a almofada nele. — E também pessoas que trabalham na polícia são malvadas. Elas atiraram no titio.  Machucaram ele! Fizeram sair ketchup da sua barriga. Não confio em vocês.

Levi revirou os olhos, um pouco estressado. Sabia que a menina estava assustada, mas não podia esperar que Eren demorasse uma eternidade tentando acalmá-la. Ele havia um ferimento de faca de cozinha em seu braço, e parecia que a lâmina estava enferrujada.

Ele deu de ombros e tirou seu telefone do bolso e ligou para Erwin.

— Erwin eu preciso que...

— Você aí seu baixinho! — exclamou a garotinha. Levi sabia que ela estava se referindo a ele ao ter se referido a sua altura. — Nada de chamar reforços. Venha e lute comigo como uma pessoa!

Levi se virou para ela e a encarou de cima a baixo, o que ela tremer um pouco.

— Eu me chamo Levi Ackerman, não baixinho — restrucou Levi.

A garotinha pareceu murmurar algo e ficou quieta. Levi deu de ombros.

— Erwin, mande 4 agentes da polícia sem estar na viatura. Não quero chamar atenção dos vizinhos. Tem uma criança do sexo feminino na casa sozinha, precisamos de reforços. E eu também estou ferido, para ser mais específico: levei uma facada no braço. Traga alguns médicos, para mim e para a possível criança machucada — disse voltando ao celular. — Traga alguns sanduíches também, ela não parece comer a dias — sussurrou ele ao telefone.

Akai ito no densetsu - EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora