Capítulo 3 Conversa

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O cheiro do ar condicionado era evidente no carro. Levi abaixou um pouco a temperatura. Mesmo estando de terno ele conseguia sentir o frio dali. Dava para ver até a sua respiração ofegante naquele carro.

Ele estava nervoso e queria se acalmar.

Ele não conseguia entender o porque mas, o frio o acalmava. Ele precisava ficar calmo naquela situação. Não é como se todo dia descobríssemos a nossa alma-gêmea.

Ele afrouxou a gravata e se sentou melhor no banco do passageiro. Ele passou a mão rapidamente sobre os próprios cabelos olhando ao redor. O carro estava bastante limpo. Ele não conseguia ver copos de café em nenhum lugar e nem mesmo farelo de biscoito. Isso era novidade já que aquele carro era da Hange.

— Voltei — disse Hange enquanto entrava no carro.

Levi pulou de cima do banco e acabou batendo a cabeça no teto do carro quando percebeu que a Hange havia entrado no carro. Ele havia se assustado. Hange quando percebeu riu escandalosamente.

— Cala a boca quatro olhos! — exclamou Levi irritado. — Você não veio aqui para rir de mim.

Hange se aconchegou sobre o banco do motorista e entregou um copo para o Levi. Levi olhou ao redor do copo e tirou a tampa e viu que o liquido era preto e havia um cheiro de café.

— Não confia em mim nem para lhe dar café? — perguntou Hange o encarando. — Assim fico magoada.

— Da última vez que eu confiei você colocou gelatina dentro do meu copo de suco — rebateu Levi colocando a tampa novamente no café e bebendo em seguida aproveitando o gosto amargo.

— Levi eu tinha só 6 anos! — exclamou ela cruzando os braços. — E também, não é como se eu fosse fazer isso de novo. Agora, eu sou uma adulta!

— Hange você só cresceu de altura. A sua maturidade é a mesma que de uma criança de 8 anos. E todos acham isso — disse Levi quando percebeu que ela iria discordar. — Até o Moblit.

Hange fez uma careta que Levi achou bastante icônica, porém não riu. Se aquilo não era infantilidade Levi não sabia o que era. Hange só era madura quando estava analisando cadáveres. Porém, tirando isso, ela não conseguia ser madura em nenhuma situação. Mas era bom ter a imaturidade de Hange por perto quando estavam em um momento tenso.

— Isso é mentira! Moblit nunca diria isso de mim.

Moblit era o ajudante de Hange que havia entrado a pouco tempo naquele trabalho. Ele era um pouco desajeitado no trabalho e sempre pedia ajuda a Hange que sempre fazia tudo com perfeição sem demonstrar muito esforço. Hange conseguia analisar os corpos com somente olhares e deduzir de primeira a causa da morte. Mas é claro, ela não consegue fazer isso sem os seus óculos. Ela não conseguiria diferenciar Erwin e Levi se não usasse os seus óculos.

Levi tinha certeza que assim como ele, Hange não precisava de um ajudante em seu trabalho. Afinal, ela era perfeita para aquilo. Por que diabos ter ajuda de alguém que nem sabia fazer uma coleta de saliva direito?

Levi ouvia Moblit e Hange conversarem pelos corredores. Moblit sempre dizia que queria ser tão bom quanto Hange naquele trabalho. Hange simplesmente respondia algo como: você é bom do seu jeito ou cada um tem seu tempo. Levi simplesmente achava isso idiota. Moblit com certeza não era bom naquilo, então por que ele continuava a tentar?

— Bom — Levi deu de ombros. — Acredite no que quiser. Mas é a minha palavra contra a dele. Qual vale mais? A do seu melhor amigo ou do seu colega de trabalho que não sabe fazer quase nada sem a sua ajuda?

Akai ito no densetsu - EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora