Capítulo 12 Hospital

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Levi acordou meio zonzo. Sua visão estava levemente embaçada. Ele estava um pouco ofegante, mas tentava disfarçar o máximo possível. Havia pegado no sono enquanto estava sentado em uma cadeira. Enquanto dormia, havia sonhado que estava em uma floricultura simples e bela.

Mas o sonho havia se transformado em um pesadelo.

Ela era quase que completamente composta por paredes de vidros e alguns detalhes de madeira bruta. As madeiras faziam desenhos em espiral em destaque no vidro. Algumas partes da madeira funcionam como prateleiras, nas quais mostravam as belas flores que eram vendidas ali. A porta de entrada era feita de madeira, e havia um desenho de jasmin nela. No sonho, somente havia aquela floricultura. O resto, beirava em branco. A única coisa colorida era a pequena, simples e graciosa floricultura.

Dentro da floricultura, havia vários balcões mostrando as belas flores. Cada uma diferente da outra possuindo seus formatos e cores únicos e diferentes. Levi normalmente não gostava de coisas coloridas demais, pois o dava dores de cabeça. Contudo, as cores das flores não lhe dava dor de cabeça. Nem o cheiro forte e misturado das flores lhe dava dor de cabeça.

— Que bonitas... — comentou.

Não havia mais ninguém na floricultura além dele, pelo menos era isso que achava até alguém aparecer.

Era mulher. Estranhou, pois ele não se recordava dela. Já havia a visto, mas não tinha nenhuma lembrança daquela mulher. O que era estranho, pois Levi sempre se lembrava das coisas que aconteciam com ele e não costumava esquecer as pessoas. Principalmente, aquelas que quando as via vinha um sentimento junto. Ele sabia que já tinha a visto pois o subconsciente dos humanos não podem criar outros rostos nos sonhos, somente os que já virá.

Mas era confuso o sentimento que sentia ali. Ele já havia sentido aquilo antes, mas não se recordava do que era. Era como se no sonho ele não conseguisse distinguir aquele sentimento por completo. Ele nem sabia dizer ao menos se era bom ou ruim, reconfortante ou não.

Ela era uma bela mulher de cabelos negros longos e olhos da mesma cor. Os olhos eram puxafos. Ela tinha o rosto afilado. Com certeza era japonesa. Havia uma pele muito branca, quase pálida. Não havia nenhuma cicatrizes, pintas ou sinais de nascença. Era uma pele totalmente lisa. Seu corpo tinha algumas curvas, mas não tanto exageradas. As japonesas não costumam ter muitas curvas no corpo, mas não deixam de ser lindas. Pois, o corpo é só um pequeno detalhe de toda a perfeição que é uma mulher. Ela trajava um vestido acima do joelho, florido com flores azuis claras e a chinela da mesma cor.

— As flores daqui — disse ela em japonês. Sua voz era suave e doce. —, são muito lindas, não é, Levi? — perguntou.

Levi decidiu ignorar o fato que a mulher não sabia do seu nome.

— Sim — concordou —, elas são muito belas e cheirosas.

— Gostou de alguma? — a voz da moça era relaxante, o que lhe dava vontade de dormir e ouvi-la falar para sempre.

— Os girassóis — disse ele. — Amo as flores que florescem à noite, mas os girassóis são encantadores.

— Pessoas noturnas como você talvez prefiram girassóis do que a dama da noite — deduziu a moça. Dama da Noite era uma flor que só florescia a noite. Estranho, Levi já havia ouvido aquilo de algum lugar. — Ambas são lindas e belas, mas assim como você, eu prefiro os girassóis.

De repente, todas as flores haviam virado belos girassóis que pareciam que brilharam no escuro. Levi arqueou as sobrancelhas. Ele não estranhou a mudança de ambiente, e sim porque os girassóis apontavam para uma única direção:

A bela mulher.

— Você brilha tanto quanto o sol — comentou. A mulher riu.

— Ele vai ficar com inveja quando ver que os girassóis não apontam diante de seu brilho — respondeu ela.

Akai ito no densetsu - EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora