Capítulo 13 Desentendimento

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- Hange está sendo medicada no hospital, não sei qual é o estado dela - respondeu Eren, angustiado. - Eu gostaria muito de te confortar, pois ela parece uma boa pessoa e uma ótima amiga. Mas quando eu cheguei na fábrica e vi vocês 2... você chorando desesperado e ela em seus braços não se mexendo... - Eren soltou um suspiro pesado. Ele parecia não gostar de lembrar do que aconteceu. - Eu acho que pelo estado dela, não acredito que ela tenha melhorado da noite para o dia. E eu sei que faz 6 dias desde o acontecimento, e que você ainda está mal com o que aconteceu. Se quiser falar sobre isso, eu estou aqui. Mas não deixe o sentimento tomar conta de você.

Lembrou de quando viu Hange caindo no chão assim que a viu. A sensação era desesperadora e agonizante. A única coisa que fez foi soltar o celular imediatamente e correr desesperadamente até sua amiga. Pôde ouvir o celular se chocando contra o chão rapidamente, mas isso não o importava.

Lembra de puxar a Hange para mais perto de seu corpo e colocar o dedo indicador e o dedo do meio no pescoço dela delicadamente. A pulsação estava fraca. Algumas partes de suas roupas estavam rasgadas e havia vários arranhões e hematomas. Suas roupas estavam manchadas de sangue. Ela parecia querer dizer alguma coisa, mas somente ruídos de dor saíam de sua boca.

Levi havia dito a Hange para ela não se esforçar, que quando ela precisasse ele estaria ali por ela. Mas a cada segundo que se passava, os batimentos cardíacos dela diminuíram. Ele sentiu o desespero o consumir. Ele chorava desesperadamente mesmo tentando se segurar. Parecia que a qualquer instante, os seus olhos tornariam um enorme vazio e que a sua pele se viraria gelo. Levi não queria que ela morresse. Ele queria pegar um pouco de seu sofrimento para si, pois aí sua amiga não estaria sofrendo tanto em seus braços.

Seus punhos estavam vermelhos, ela estava se defendendo de um agressor. Havia marcas de dedos em seus antebraços, o agressor havia conseguido parar os socos dela. Havia vários hematomas diante de seu corpo e traços de ferrugem. O agressor estava armado com alguma arma feita de ferro, possivelmente um pé de cabra.

Ele lembrava do som das sirenes indo até o local. Ele lembra de colocar o paletó em cima de Hange, e depois pegá-la em seus braços e tirá-la dali.

- Não precisava ser gentil comigo. Eu estou ótimo, Eren - respondeu segurando o choro. Toda vez que lembrava do ocorrido, sentia que desmoronaria a qualquer momento. - Não precisa se preocupar, só foi uma vez. Não vai ocorrer de novo.

Eren soltou um suspiro e bufou.

- Enfim, vai vir me buscar quando? - perguntou Levi já fora do hospital.

- Estou com o carro na esquina - respondeu. - Eu já chego aí.

(***)

- Qual é o nível da situação para você ter ligado um milhão de vezes? - perguntou Levi enquanto olhava a janela do carro.

O trânsito estava até que favorável. A neve começou a cair lentamente. O inverno havia se iniciado, e junto a ele vinha a temperatura fria. Levi gostava do frio, pois ele podia tomar quantas xícaras de chá ou café que quisesse sem ser questionado. Ninguém o perguntaria, por conta do clima frio.

- Moblit sumiu - disse Eren. - Vasculharam a fábrica de cima a baixo. Simplesmente nada. Fomos ao apartamento dele e nada. É como se ele tivesse sido apagado do mapa.

Levi franziu o cenho. Não gostava muito do Moblit, mas não achava que isso aconteceria com ele. Ele era desastrado e pessoas desastradas costumam bagunçar muitas coisas até mesmo sumindo.

- Por Hange estar hospitalizada e Moblit sumido, Erwin vai colocar outra pessoa para entrar no caso - disse ele.

Levi ficou levemente irritado. Como Erwin poderia simplesmente trocar Hange por qualquer outra pessoa? Estávamos falando de Hange Zoe, uma das maiores da perícia de Nova York. Com quem ele estava pensando em colocar no lugar?

Akai ito no densetsu - EreriOnde histórias criam vida. Descubra agora