capítulo 50

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Capítulo 50

 São três horas da madrugada e ainda por cima estou resolvendo mais coisas e tentando acessar arquivos que meu pai tem guardado, talvez posso até achar algo relacionado a Kate e o futuro marido dela, e pelo jeito, não consegui nada, bufo

 E se ela não está prometida para alguém? Por suposto, provavelmente Hernandez diria isso só para eu não me envolver com ela, o que não mudaria nada, eu ainda me envolveria com ela, Kate não conhece quem é o homem, ou seja, não sente nada, então não estou a impedindo de fazer nada, sim, os negócios sempre estarão em primeiro lugar, mas cabe a ela decidir 

 Saio do escritório e vou para a cozinha pegar um pouco de água, vejo uma luz na varanda da casa e pego a arma indo até lá, abaixo minha arma vendo Caramelo, sim, Katherine que está aqui fora, ela segura uma vela e fica a olhando fixamente para a própria, observo cada movimento que faz, não quero atrapalhá-la, tenho certeza que está em um momento importante e pensativo, não sou muito de saber de sua vida porque algumas coisas tem que ficar apenas guardados consigo mesmo.

Kate chora baixinho e dessa vez me prontifico para perguntá-la

— Você está bem? 

— Não, mas obrigado pela pergunta educada — diz se virando olhando para mim, ela carrega uma vela consigo, ela é grande e vermelha, carrega algum símbolo desconhecido por mim, Kate senta em uma cadeira e fica olhando as estrelas e respirando calmamente 

 Me aproximo dela e fico observando o céu

— Hoje é dia 3, às 3:33 da madrugada — fala eu olho para o meu relógio e é exatamente 3:33 da madrugada — Exatamente na madrugada que minha mãe foi morta, agora você entende porque eu fico acordada de madrugada, minha mãe sempre acendia uma vela no meu quarto e desde então, eu sempre levo a mesma comigo, não me pergunte como consegui trazê-la para cá, ela é a minha chama da proteção, é uma pena que eu estaria mais segura ao lado dela — fala e segura o colar na sua mão 

 Está ventando muito aqui fora e a vela não se apaga de jeito nenhum

— Depois que fui levada para o México, eu nunca tive a oportunidade de vê-la pela última vez, todo esse mundo errado, ele tira vidas de inocentes e até quem participa dele, eu não sei o que aconteceu, o porquê dela ter sido morta ou quem disparou a arma, mas eu só sei que nesse mundo, quando você gosta de correr perigo, é provável que venha as consequências depois 

 Ela decide se levantar para ir embora para o quarto e eu a puxo para um abraço, eu tive a oportunidade de dizer um último adeus à minha mãe, só não estava preparado para dizer, Kate me abraça com mais força e chora baixinho em meu peito, tenho certeza que ela queria gritar de raiva, fazer qualquer coisa que aliviasse a sua dor, como eu fazia antigamente, não era de uma forma certa, mas, era algo que me dispersou por um tempo

— É muito estranho estar abraçando um cara que está me vigiando para que eu não fuja, né? — pergunta com a voz embargada e eu beijo o seu cabelo 

— Amanhã voltaremos a agir como se nos odiássemos

— Mas eu te odeio, e muito, só estou precisando de algum conforto masculino, Enrico dorme feito uma pedra e não acorda de jeito nenhum, Luciana… bom, ela está ocupada — diz e eu sei muito bem o que minha irmã anda aprontando — posso dar um palpite?

— Diga

— Você é o capitão do cartel, ou seja, o braço direito do seu pai — fala olhando para mim e sorri de lado — dessa vez o seu pai foi esperto — arqueio a sobrancelha — olha só, a sua irmã pegou o cara que era braço direito dele, cujo era o capitão, e sua irmã selecionava os de confiança de seu pai, resultando, seu pai te colocou como capitão porque você é eficiente e porque assim sua irmã não pode se envolver com os aliados dele 

Pior que ela tem razão nisso

— O problema é que vai que sua irmã se envolve com um inimigo do seu pai, cara, isso seria muito louco — fala animada

— Não dá ideia para Luciana — repreendo — Já basta o envolvimento dela com o Neivy

— Mas isso não é ideia, é uma coisa que supostamente virá da mente genial dela — Kate para de me abraçar e aponta para a sua cabeça

— Ah sim, tenho certeza que é

 Ela pega a vela que ainda estava acesa e assopra onde há fogo

— A chama significa o momento em que a senhora estava viva, o apagar dela, sua inexistência nesse mundo terreno, mas não se esqueça que a senhora sempre estará em meu coração, eu sei que a senhora não gosta de vinganças, mas eu vou me vingar — fala e sorri de lado para mim

— Então Capitão, você é muito esperto né? — Questiona e eu aceno com a cabeça, eu sei que sou 
— Então deve saber das coordenadas de algumas facções do Brasil, certo? 

— Não nos envolvemos muito com Brasileiros, eles são difíceis de selar um acordo, mas tenho algumas informações sobre a maioria delas

— Hum, interessante, só que não dá para saber se foi uns dos caras da facções criminosas ou de um grupo pequeno, lá onde eu morava dava tiroteio não com muita frequência, mas o suficiente para assustar os moradores, não sei se a polícia estava lá ou alguém presenciou, não sei   

— Lá onde você mora tinha câmeras? — pergunto 

— Se tinha eu não notei, eu era nova e meio retardada, viva se dispersando brincando 

— Se nós sabermos a data, o local e o horário, podemos descobrir

— Já tentei tantas vezes descobrir, mas nunca cheguei a nenhuma resolução 

— Enrico tem algumas especialidades interessante em sistema computacional

— O que você está falando é algo que pode ser muito bonito só pelo nome, mas todos nós sabemos que isso se chama Hacker, interessante, vou usar muito Enrico para certas coisas — sorri maliciosa 

A Preciosidade De Um GangsterOnde histórias criam vida. Descubra agora