CAPÍTULO 06 | VOCÊ PERTENCE A MIM!

1.7K 118 20
                                    


Não me afaste de você! - ordenou segurando-a pelos braços - Você me pertence! Não recuse meu toque!

_Por favor! Meus pais estão aqui. Eles só têm a mim, já são velhos...

_Bella, pare com essa loucura! Não vou tocar em você... por enquanto... - disse fazendo com que ela o olhasse ainda mais desconfiada. Se acalme. Estou tentando admitir meu erro, pedir desculpas...

_Por favor. Estou com medo de você... Me deixe ir embora...

_ Medo de mim?! - reagiu indignado – Eu estou tentando te alimentar, fazer você tomar seus remédios e você está com medo de mim?!

_Você me atacou!

_Você me provoca! Eu não devia ter ido até você ontem, verdade. Principalmente por que já havia tomado muito, estava fora de mim e hoje... - ele falou olhando-a com o mais lascivo dos olhares - Você me enlouquece. Tenho tanta vontade de você, bella...

_Vamos parar por aqui, ok? Abre essa droga dessa porta e eu esqueço que eu te vi e que essa merda de dia existiu. Certo? Não vou na polícia, nada... - nova batida na porta interrompeu a estranha conversa – Vou te soltar, você vai se sentar ali – falou indicando com a cabeça uma das poltronas – e esperar que eu traga a nossa comida. - Passou a mão pelos cabelos, exasperado - Já é tarde, ainda não comi, bebi demais ontem e passei a noite acordado preocupado com você. Estou no meu limite e não costumo ser contrariado. Me obedeça. Ok? - ela fez que sim com a cabeça ainda fungando e resmungando mentalmente que se ele estava no limite, imagine ela... Ele a soltou e ficou vigiando seus movimentos e ela se sentiu uma verdadeira caça sendo espreitada por um predador....ela foi até onde ele havia mandado e se sentou. 

Somente depois disso ele abriu a porta para pegar o carrinho do serviço de quarto repleto de comida que aparentemente um funcionário havia trazido e esperado pacientemente do outro lado da porta enquanto ela gritava e se debatia do lado de dentro...mas as teorias que começava a tecer sobre "o seu tarado" foram varridas de sua cabeça assim que ela sentiu o cheiro do café fresco...

_ Amo que seja tão gulosa, amor... - ele pareceu se divertir com a reação dela a chegada da comida... Em breve quero ver esses olhos brilhando de desejo por mim e não por um pedaço de pão... - comentou aparentemente esquecido do confronto entre eles. - Ande, coma. - disse colocando na frente dela um prato com pedaços de bolo, pão e queijos variados e servia uma xicara gorda de café com leite.

Diante da negativa dela que ainda estava desconfiada, se aproximou, apanhou o garfo e começou a servir-se do prato dela

_Coma, não tem nada além de comida aí...- pegou uma porção generosa de bolo de cenoura com o garfo e pôs na frente dela como se ela fosse uma criança. - Coma. - pediu ainda mastigando.

_Você é muito mandão...

_E você muito malcriada...

Depois que comeram juntos ele finalmente concordou em levá-la de volta ao seu quarto, mas para isso pediu que se virasse e deixasse que ele a vendasse os olhos.

_Mas nem a pau...

_Bella... - o tom dele era de advertência e ela achou melhor não irritar  "seu sequestrador."

_Para quê isso? Você só precisa abrir a porta e me deixar sair ...

_Claro. Você recusou minha oferta de se banhar e se trocar. Desobediente. São 3 horas da tarde e você está usando uma camisola rasgada, com os cabelos emaranhados e marcas visíveis de lágrimas no rosto... - e se aproximou – Isso sem contar as marcas da minha barba em seu pescoço e em seu delicioso colo, mi amor... - ele falou enquanto ela tentava de alguma maneira se recompor - Não se preocupe, para mim continua, belíssima... - sussurrou – Mas não vou permitir que meus empregados te vejam desta maneira. Vamos seguir de acordo com que eu digo ou você vai permanecer aqui trancada e vai perder o mais um evento do casamento... Hoje pela manhã, por exemplo, você deveria ter isso acompanhar Valentina nas provas do vestido... tsc...tsc...Você é uma madrinha muito relapsa, amore mio... - ela ficou louca de raiva dele, mas teve mais medo ainda de começar a lutar com ele e passar mal de novo ou pior, dele se irritar e deixar ela ali trancada...

Ela concordou com os "termos" de sua libertação e o seguiu às cegas. Minutos depois pararam próximo ao jardim que delimitava seu dormitório no hotel e ela teve certeza de que aquele lugar não havia sido destinado a ela por acaso. Agora um pouco mais calma, sua mente de agente treinadas em várias temporadas de Criminal Minds começava a tecer teorias variadas para a situação em que estava.

_Posso sentir as engrenagens dessa linda cabecinha girando aí dentro, bella... – brincou já na porta do seu quarto – Não se dê a esse trabalho. - falou afagando seus cabelos - Ande, se recomponha que mandarei um empregado te buscar e levar onde estão os seus em breve. Separei um vestido para você para a ocasião. Sonhei muitas noites em tirá-lo de você, amore mio. Use-o – e diante do olhar de desafio dela, retrucou - Não me desafie, bella... Se você não me obedecer ficarei sabendo e te arrastarei daquele jantar a força e pouco me importarei com desmaios ou com escândalos - advertiu indo embora e ela teve certeza de que o sujeito cumpriria mesmo a ameaça.'

Finalmente sozinha, ela entrou no quarto vendo um lindo vestido azul royal sobre a cama, era um modelo de sonhos todo em tule, começava com uma espécie de segunda pele por cima de um corpete com decote de coração que valorizava seu busto, marcava discretamente na cintura valorizando maravilhosamente suas curvas e terminava numa saia com um evasè soltinha que era sua modelagem preferida.

Por mais má vontade que tivesse em obedecer àquele maldito tarado do inferno, teve que admitir que ficou louca para usar aquele vestido! O resto das peças que descansava na cama também era perfeito e ela quase se animou em se arrumar...quase... Recordou-se dos acontecimentos da noite anterior sentindo-se totalmente perturbada por sua reação diante daquele sujeito. Seu lado racional sentia-se envergonhado por ela ter reagido daquela maneira a um estranho se arrepiando toda e pior ainda ter desmaiado, implorado, chorado... De nada havia adiantado as aulas de defesa pessoal, suas fortes convicções sobre como reagir em situações de abuso e assédio. Ela havia sido acuada e praticamente atacada por um estranho que mal conseguia ver e havia derretido feito um sorvete nas mãos dele! - pensou consternada – Ela não era nenhuma virgem de Jane Austin, mas pelo amor de Deus! Estava sendo forçada a, depois de anos de negação, ter que concordar com sua avó que dizia que "aquilo era falta de homem". 

Sentindo-se fortemente abalada por sua reação vergonhosa e totalmente visceral àquele desconhecido, ela seguiu para o banheiro quando com um gemido angustiado imaginando como iria explicar seu sumiço e por mais que quisesse contar o quanto antes a Valentina o que estava acontecendo, sentia dentro dela que por enquanto deveria ficar calada...

TRILOGIA STRANI AMORI (Degustação Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora