TRILOGIA STRANI AMORI (Degustação Amazon)

CAPÍTULO 10 | PARA ONDE VAMOS COM ISSO?

Uma Sarina muito nervosa caminhava na direção do saguão do hotel, seguida de uma Valentina muitíssimo abalada e um Santoro muito, muito contrariado.

Àquela altura não havia o menor clima para "jantarzinho de casal". De onde estava, ela conseguiu ver Alessandro andando de um lado a outro perto da enorme fonte que decorava a entrada do lugar. Fabrício, assim que viu os três chegando, entendeu tudo e engoliu em seco; em seguida seu rosto se contraiu olhando feio para o irmão, logo depois sua máscara de civilidade e gentileza já estava ali novamente.

Se adiantou para onde o primo estava enquanto Santoro se dirigia a uma das suntuosas poltronas de couro e dava ordem para servirem um café. Valentina também puxou Fabrício pelo braço e os dois iniciaram uma discussão entre sussurros e olhares furtivos da amiga em direção a ela e a Santoro.

_Rina, o que é que está acontecendo aqui? – olhou o relógio – Já perdemos a reserva e pelo tempo que vocês demoraram e a cara de vocês, coisa boa não pode ser... – respirou fundo.

Alessandro era um sujeito reto e correto. Seu temperamento, a maior parte do tempo era calmo e cordial; mas ele era um cara muito decidido e focado também. Além disso, era bastante protetor com as pessoas que importavam a ele. Lembrou de quantas vezes ele havia tomado partido dela e a defendido enquanto cresciam. Sabia que se ela contasse a história toda, ele imediatamente exigiria que fossem embora e se afastassem o mais rápido possível dali, mas ela temia que isso não pudesse mais acontecer; de alguma forma, sentia que se batesse de frente com Santoro, ele cumpriria as ameaças. Temia por Sandro e por todos os seus depois de testemunhar as oscilações de humor de Santoro e suas ameaças. Aquele homem era uma perigosa mistura de loucura e poder que ao mesmo tempo a atraía e a amedrontava.

_Sua vida agora é ficar para cima e para baixo com esse sujeito. – falou de cara fechada – Sei que não tenho direito de cobrar nada de você, mas você que eu ainda me preocupo, que ainda me importo com tudo que diz respeito a você... – afirmou, a voz tornando-se mais suave nessa última afirmação.

_Sandro... – saiu puxando-o pelo braço para os uns dos conjuntos de sofás de couro que ficavam do outro lado da fonte, em um espaço mais reservado do luxuoso ambiente de entrada do hotel, sem deixar de sentir o olhar atento de Santoro vigiando os dois. Assim que se sentaram, um funcionário solícito chegou trazendo uma bandeja com seus remédios e perguntando se aceitavam mais alguma coisa.

Ela imediatamente olhou na direção do mais velho dos irmãos Ricceli que agora parecia desfrutar tranquilamente um cigarro, a fumaça envolvendo seu rosto de maneira quase fantasmagórica. Parecia um personagem saído do cinema Noir*. Mais uma vez, Alessandro testemunhou aquela cena insólita, admirado.

_Rina...

_Eu nem sei como te dizer isso, mas vou direto ao ponto para que você entenda logo. – respirou fundo – Sandro, o irmão do Fabrício, o Santoro. Ele acha que EU sou a mulher do coma. Você lembra da história que ouvimos no jantar de casamento? Lembra?

_O quê?? – ele olhou dela para Santoro, depois para Valentina e Fabrício brigando mais adiante...parecia que Fabrício dessa vez ia se dar mal... – Isso é alguma brincadeira? Alguma pegadinha?

_Antes fosse...– respondeu suspirando – Como ele acha que eu sou a tal mulher, quer que eu fique o tempo todo com ele...

_Ele está te assediando, Rina? – perguntou contrariado, já tentando se levantar, no que foi impedido por ela.

_Sandro...- respirou fundo novamente – Eu sei que é muito complicado para você ouvir essas coisas, para mim também não está sendo nada fácil de repente ter tanta atenção direcionada para mim e tanta responsabilidade. – apertou as têmporas num sinal característico que denunciava sua ansiedade – Mas preciso muito de você agora. – afirmou fazendo ele voltar sua atenção completamente para ela – Preciso que você me ajude. Para isso, você vai precisar ficar calmo. Precisa cooperar comigo, ok?