_Quando ela saiu do reservado, Sandro entrava no cômodo com um ar preocupado.
_Estão prontas? – perguntou com um ar decidido, ela conhecia bem aquela expressão compenetrada, aquela postura tensa: geralmente ele ficava assim quando tinha algum jogo decisivo para enfrentar, Sarina não gostou nada, nada daquilo... – Acho que esse casamento, essa gente já deu. Vamos embora?
_Essa "gente" é a família do meu marido, Alessandro...- Valentina advertiu.
_Que seja. – ele pouco se importou com a advertência – Sarina bancou a dama de honra, madrinha; ficou para cima e para baixo com esse sujeito só para te agradar, por sua causa. - acusou - Para você ter seu maldito casamento perfeito e agora uma maluca invade o lugar e agride ela e vocês todos não fazem nada! – estava bem zangado. – E se no lugar de bebida fosse uma arma? Algum tipo de ácido? Estaríamos indo para o hospital "de novo".
_Sandro...
_Vou embora agora, Valentina e vou levar a Sarina! Você desfrute como quiser "sua nova família". – disse carregando as últimas palavras na ironia.
_Espere pelo menos eu jogar o buquê, Sandro.
_Para quê? Para ver se dessa vez a doida retorna e dá um tiro nela? - falou exasperado – Chega disso aqui, chega. Não sei vocês, mas já estou cansado desse climão constante...Não quero ser preconceituoso nem nada, mas isso aqui está parecendo um seriado cafona de máfia! – disse ele fazendo Valentina estremecer.
_Sandro tem razão, Tina. - ela finalmente se pronunciou - Preciso me afastar um pouco de tudo isso, é muita coisa, sabe... – Valentina estava chocada – suspirou - Estou indo com meus pais para o hotel, Tina. Preciso de um tempo...
_Rina...
_Não insista, Valentina. Pare de se aproveitar da boa vontade da Sarina, pelo amor de Deus! O que mais quer que ela faça por você?
_Você não entende, Sandro...
_Não entendo mesmo. Me explique porque desde que chegamos aqui parece que é ELA que está se casando e não VOCÊ! – falou afastando as pernas e cruzando os braços na frente do peito numa atitude de desafio e determinação.
Como não podia responder aquela pergunta de maneira honesta, Valentina simplesmente ficou ali parada piscando e esperando que, como sempre, Sarina a tirasse da encrenca, mas daquela vez, ela não estava com a menor disposição.
_Deixa isso quieto Sandro, vamos. Mãe, você vem ou fica?
_Não filha...eu vou com vocês...- respondeu a mãe ainda um tanto chocada com todo o ocorrido naquela noite.
_Filha, está tudo bem?- Sofia Ricceli se aproximou para se certificar de que estava tudo bem e não gostou nada das expressões dos parentes da noiva; principalmente da expressão que trazia no rosto a eleita de seu primogênito – Espero que possam nos perdoar por esse incidente – pedia em um português carregado de sotaque - Laura é filha de um dos nossos mais queridos amigos, porém a pobre criatura sofre de problemas psicológicos... – experiente, a mulher mais velha já trazia uma desculpa "plausível" para justificar o escândalo; olhou para Sarina esperando que ela fizesse a sua parte no teatro.
_Claro que entendemos, Sra. Sofia... – a mãe parecia até aliviada com a desculpa esfarrapada – Nós não sabíamos...uma moça tão bonita...que pena... – falou - Estamos de saída já, aproveitamos para agradecer por tudo... Se não fosse a generosidade de vocês, jamais poderíamos viver uma experiência como essa, somos muito agradecidos. – voltou-se para Sandro que seguia logo atrás, como um guarda-costas - Sandro, meu filho, vá chamar o Antônio. – pediu.
_Você vai acompanhar seus pais até lá fora, querida?
_Não Sra. Sofia, minha filha volta conosco para o hotel. – disse para total surpresa da outra mulher segurando o braço da filha – Acho que agora que tudo acabou, que o casamento já aconteceu, posso ter minha menina de volta! – brincou - Sandro veio chegando acompanhado do pai de Sarina enquanto, claro, Santoro se aproximava também.
_Que bom que pudemos nos despedir de você, Sr. Santoro! Como estava dizendo a sua mãe, já estamos de saída. Mais uma vez muito obrigada por tudo.
_Sarina está indo com os pais para o hotel, filho... – começou a mãe...
_ Rina...- ele olhou da mãe para ela contrariado com a notícia e o gesto não passou despercebido por ninguém próximo – Creio que antes deveríamos conversar um momento sobre o que aconteceu...
_Fique tranquilo, Santoro. Sua mãe já explicou sobre os "problemas psicológicos" de Laura. – disse ela não dando o braço a torcer e decidida a se afastar – Não queremos incomodar nem reter vocês mais. Eu agradeço por toda hospitalidade aqui na mansão, mas estou realmente precisando da companhia da minha família hoje. Acredito que entendam perfeitamente...
_Sarina... – ele se aproximou mais pegando-a pelo braço e Sandro imediatamente tentou se aproximar, mas foi impedido por Enzo que chegava para ajudar a contornar a situação chamando o outro para tirar alguma dúvida inexistente sobre o roteiro de volta.
_Não se atreva a tentar me impedir! – disse tentando controlar toda a raiva e mágoa que estava sentindo – Quero ficar com meus pais até eles embarcarem e se dê por satisfeito que ainda não fiz as malas para voltar para casa...
_Sua casa agora é aqui comigo...
_É mesmo? Tenho minhas dúvidas. – ela tentou ser irônica, mas só conseguiu encher seus olhos de lágrimas que feriram Santoro como facas.
_Sarina, por favor, entenda que a Laura...
_Nem me fale o nome daquela sujeita! Nunca me senti tão ofendida e humilhada. Me deixe em paz, Santoro! Não tenho a menor condição de ficar aqui discutindo com você! Aliás, mal consigo olhar para você nesse momento. – admitiu para o choque total do outro que examinava com atenção sua expressão contrariada. - Que maldição era aquela? Há poucas horas atrás sua bella; sua Sarina havia se entregado a ele com paixão; os dois compartilharam momentos únicos de prazer antes dele liberá-la para vir se preparar para o casamento e agora os olhos que o haviam fitado cheios de desejo, olhavam para ele com raiva e desconfiança. Não conseguia suportar aquilo!
Sarina se afasta dele, se aproximando do carro e de Alessandro que a esperava com a porta aberta. Impotente, Santoro teve que assistir o outro tocar em seu braço e perguntar se ela estava bem. Em seguida, o maldito ainda lançou o olhar em sua direção: os dois se encararam em um desafio velado. Santoro sentiu como se a estivessem arrancando dele e Enrico imediatamente se aproximou para tentar argumentar que não adiantava fazer uma cena. Afinal ele era o Don, tinha que manter seu status. Foi um daqueles momentos que odiou ser ele quem era...
_Amigo, você precisa afrouxar esse laço hoje, ela precisa do apoio da família depois do que aconteceu lá dentro...
_Ela devia buscar o meu apoio...
_Ela acha que você é o culpado.
_E sou mesmo, mas ela tem que me perdoar!
_E vai. Só dê um tempo a ela.
_ Ela não precisa de tempo! Ela tem que precisar de mim! Só de mim! – era nele que ela devia procurar apoio e não naquele jogador maldito! Sua raiva pelo que Laura fizera aumentou ainda mais e ele jurou caçar e esquartejar o maldito traidor que havia permitido que aquela insana fizesse aquela cena. Quem quer que tivesse ajudado Laura a sair do cerco e da vigilância para armar aquele circo estava com os dias contados!
O que será que nosso Don vai fazer para "limpar a barra" com a nossa professorinha?
Espero que tenham gostado!
⭐Não esqueçam a minha estrelinha (rs).⭐
🌹Beijos Jana
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TRILOGIA STRANI AMORI (Degustação Amazon)
FanfictionMÁFIA / AMOR OBSESSIVO / CASAMENTO FORÇADO Sarina passeava pelas ruas da elegante Villa Italiana admirada com suas cores e aromas. Parecia encantada, mal sabia ela que em breve seria dona de cada maldita pedra daquele lugar. Tudo pertenceria a el...