[2] Horizonte trêmulo

9 2 8
                                    

Havia um dia que estavam de prontidão no mar, perto o suficiente para enxergar a Grande torre e notar quando alguém saísse de lá. Na praia, mais três aguardavam por um sinal. Eliseo, deitado na areia, ficava alternando entre olhar a pequena canoa ( lá estavam M e Tayder) e a ilha da torre.

Notou movimentos entre as rochas e se agitou apontando para a direção.

— São eles!

Nem conseguiu completar e sentiu seu rosto afundar na areia. Se agitou tentando levantar, mas Yuri mantinha o pé pressionando a cabeça do pirata para baixo. Depois de alguns segundos, ele o soltou.

_ Tá maluco? Você quase me afoga.

— É impossível se afogar na areia, você iria sufocar. — Respondeu retirando o pé.

— Dá no mesmo!

— Não grite de novo. — O repreendeu. Se voltou para a floresta e rochas atrás, alguém se aproximava correndo.

— Tem uns, sei lá, dez LAPs vindo na direção da praia. — Anapoly alertou.

— Tudo isso para uma execução? — Eliseo achava desproporcional, esquecendo do fato pelo qual estava ali. — Na verdade faz sentido, estamos em cinco, dois pra cada um.

— Não sabemos quem são, vamos confundi-los, pegar ela e fugir. — Esclareceu Yuri.

— Não é nada aventureiro.

No mar, Tayder conseguia enxergar com muito esforço um barco se preparando para sair da ilha. Se levantou, ao ver uma garota de branco sendo carregada. Supôs que ela não estava acordada, ao seu lado o infame titã da sabedoria. Se enfureceu, confiante que a tiraria daquelas mãos.

— É agora, Rugo. — Ergueu o demônio deumiano, em seguida o colocando na água. — Não os perca de vista!

A criatura disparou, cortando o mar como um zarpão.

☆☆☆

M guiou a canoa para a praia. Se reuniram e seguiram correndo por terra. Tayder explicara que havia poucos lugares aos quais eles poderiam ir, que provavelmente não seria muito longe dali.

— Vamos nos dividir aqui. — Parou e entregou um objeto quadrado para Yuri e outro para M. Ergueu o que havia ficado. — São " bips", vamos usar para nos comunicar de forma simples. — Apertou no botão no centro. — Um para estou com ela, dois para " estou indo até vocês", três para " venham até mim".

— Acho que isso não vai funcionar não. — Eliseo se opôs. — E se eu encontrar ela e precisar de ajuda?

— Um, e dois.

— Mas aí é um três.

— É só fazer uma pausa. — Tayder demonstrou com impaciência.

— Tá, mas temos um ponto de encontro. Se a encontramos, como vou dizer para irem pra lá? E como eu vou saber se estão indo pra lá, que chegaram no seu ponto e ela não estiver lá?

— Você está complicando o que não é complicado. Um é que achou ela e vai para o ponto de encontro. Dois é que não achou ela e está indo até a dupla mais perto. Três, vem até mim tô passando mal. Quatro é o ponto de encontro.

— Cinco caso ela já esteja morta.

Todos encaram Anapoly com desgosto.

— Será real se continuarmos aqui.

Com isso tiveram que concordar. O grupo se separou. M e Eliseo foram pela floresta ao norte, havia cavernas naquela região que ficavam entre terras que faziam fronteira entre a vila dos tigres e Nebula. Tayder, Anapoly e Yuri seguiram para o leste na praia. Naquela direção havia mais duas fronteiras, entre Má, Nebula e Sangra.

Universo obscuro - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora