[7] O cervo envenenado no limite da montanha

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" O que vai fazer agora?"

" Se descobrirem o que é, não poderá viver normalmente."

" Não tenho esse tipo de ilusão, não posso ter uma vida comum, nunca poderia dar continuidade a linhagem de Samanta, e de mais uma forma ela morrerá. Ainda assim, tenho isso de querer fazer algo por ela. Irei embora, preciso entender por que tudo isso aconteceu, não por um desejo de vingança. Só preciso que, através de mim, ela possa saber porque no final as coisas terminaram assim, qual o sentido de toda sua tragédia."

Cairo já havia partido há muito tempo, a princípio o grupo ficaria a noite na casa e voltaria para a floresta pela manhã. Assim que Laura foi embora, voltaram para a floresta proibida.

Passou um dia, talvez em um primeiro momento Brisa tenha notado a falta de uma pessoa que era quase parte daquela floresta, mas devido sua atenção estar voltada para outras questões, tenha deixado passar. Cairo e Yuri desapareceram por um tempo, e por mais que não tivesse a intenção de fazer alguma coisa escondida, lhe passou que aquela era uma boa oportunidade. Tayder havia partido, dizendo precisar voltar para Destriensy. Ao que parece, o garoto tinha mudado de ideia quanto a ser rei futuramente. Não chegou a perguntar porque a mudança. Anapoly também tinha desaparecido, não acreditava que tivesse indo embora, então andava com cautela para não a encontrar acidentalmente.

Só restava mais duas pessoas do grupo, também indo embora. Mal tinha amanhecido, já caminhava pela floresta mal iluminada. Uma leve neblina ainda não havia se dissipado.

- Ei, tá indo onde?

Conteve um pulo, e se voltou para o lado. Bris pensou que era melhor se explicar, antes de qualquer comoção.

- Quero ir para o país da Terra - continuou antes que ele perguntasse o motivo - resolverei algo e voltarei.

De alguma forma, Eliseo não perguntou mais nada. Deixou que ela o acompanhasse.

Yuri não havia sumido por acaso. Ao retornar, a primeira coisa que Cairo notou foi que Serpente não estava guardando a floresta. O motivo era claro, de fato Estearijor não esperava ser descoberto tão cedo, mas a flexibilidade era um de suas habilidades que tinha orgulho, gostava da sensação de desafio. Era inacreditável que ele e Mirla ainda estivessem em condições de encarar mais um Omagaro em sequência, mas era o que precisava ser feito por eles.

O mago tentou a alertar pelo feitiço que usava em todos os Omagaros, mas não teve sucesso. Isso só significava uma coisa, ela já estava lá, a cidade que desapareceu: Sagra.

☆☆☆

Ela não era alguém que costumava ter passos leves, mas a descrição se tornou necessária em sua vida. Odiava isso, sua vontade era bater e gritar tudo que queria, toda a verdade. Mas, como uma servatriz, aprendeu desde cedo sobre as leis sociais do mundo. For se encostou na parede atrás de uma humilde casa, do outro lado um deumiano vestido um uniforme da Grande torre de cor azul analisava alguns documentos.

- E então, falou com ela? - Foi direta.

- Tive um problema. O que faz aqui? - Apoiou uma mão nas pernas, virando o corpo para ela.

- Tá demorando demais, assim não vai conseguir fazer nada. Você ao menos conseguiu alguma coisa?

- Você faz parecer fácil, se fosse fácil não seria difícil. Eu já consegui achar a pessoa que precisava, um grande amigo do príncipe Dragon, seu estudo é baseado na identidade do kari. Se ele concluir seu estudo, ele vai conseguir provar que era Estearijor que estava lá na ilha distante, que foi ele que matou a governadora.

- Então seu plano é baseado em uma coisa que nem é aceita como prova? - Movia as mãos como se quisesse o esganar. - Já temos bastante disso.

- Me dá uma ideia melhor então.

Universo obscuro - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora