[8] Opções ruins

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 — Estou aqui, onde você está?

Com essa pergunta, Serpente terminou de subir os degraus até a ampla entrada da cidade Sagra. As calçadas eram feitas de rochas de um amarelo desgastado. As amplas construções estavam desgastadas pelo tempo. Não era mais a gloriosa cidade berço do conhecimento. 

— Estou aqui. 

Um homem, segurando alguém amarrado e encapuzado saiu da construção principal da cidade. O rapaz foi jogado contra o chão, em seguida ergueu a cabeça. Metade de seu rosto estava visível, os olhos como o de uma cobra tinha várias manchas escuras. Parecia ter passado por momentos complicados.

— Irmã — ele chamou com um sorriso doloroso.

O rosto de Serpente continuou inabalado, mas seu coração tremeu.

— Enako — queria confirmar a identidade daquela pessoa, mesmo que soubesse com certeza — você está bem?

— Por pouco tempo — o homem em pé respondeu primeiro. — Honestamente, não imaginei que iria vir, já que foi você quem o deixou aqui. 

Se fosse possível matar com um olhar, certamente Estearijor já estaria morto. 

— Digamos, no entanto, que me precipitei, me ajude e retribuirei em troca. Não vai ser tão complicado quebrar essa barreira que Cairo colocou ao redor da cidade, com os poderes de Nivea. Se nos ajudar, poderá sair daqui com seu irmão. 

Serpente continuava no mesmo lugar, seus olhos vazios encontraram os esperançosos olhos de Enako, na mesma hora desviou.

— Não. 

O garoto apoiou um joelho após o outro, levantando com dificuldade. No seu rosto não tinha mais um sorriso, seus dentes cerrados estavam expostos em uma expressão de raiva.

— Está me abandonando de novo? Vai me deixar sofrendo aqui sozinho? — Ele se livrou das cordas que o prendia, puxou lâminas do tamanho de uma mão aberta, avançando contra Serpente.

A deumiana desviou, o empurrando para o lado com um chute pesado.  

— Pensei que estivesse em perigo, mas me trouxe para uma armadilha. Seu imbecil! Nem sequer conhece esse homem ao seu lado. O que ele pode ter prometido que tenha tanto valor?

— Meu valor foi poder vê-la de novo. — Respondeu cerrando os dentes mais uma vez. 

Ele se levantou, seus ataques desordenados e ferozes na direção de Serpente. Não era um desafio para ela. 

— Nunca pensei mesmo que esse garoto pudesse dar conta dela. — Estearijor comentou para si mesmo. 

Falado isso, um vulto passou por ele. Um objeto com quatro extremidades foi lançado na direção de Serpente. 

“ Uma terceira pessoa?” A deumiana se perguntou, desviando da rosa dos ventos, que fez uma curva e veio em sua direção outra vez. 

Além dos ataques de Enako, e a rosa, rajadas de vento eram lançadas em sua direção. Tornando difícil em qual focar sua atenção. Uma rajada de vento a acertou de raspão, ainda assim o ferimento criado em suas costas foi terrível. Seus olhos encontraram a terceira pessoa e se enfureceu.

— Você acha mesmo que pode me matar, sua Aidm imprestavel! — A poça de sangue abaixo de Serpente fervilhava. — Ninguém sairá daqui, e a barreira continuará em pé!

Duas enormes serpentes deslizaram para fora da poça de sangue. Logo cobrindo com sua extensão uma parte considerável da cidade. A rosa dos ventos voltou para as mãos de Mirla, que já se preparava para o desafio em sua frente.

Universo obscuro - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora