[18] Reparação

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Havia muito tempo que sempre que Bris estava por perto, a atenção de Yuri se mantinha nela. Poderia ser porque todos ao seu redor estavam o orientando a manter sua atenção nela, sem avisar quando poderia parar. Não havia passado mais de uma hora, quando ele percebeu que Bris tinha saído da floresta sem avisar, outra vez.

Yuri encarou aquela garotinha, que desde a primeira vez que a viu, estava sempre colada a Bris, até que ela abrisse a boca e começasse a falar.

— Ela disse que iria ver o Paul — não era um segredo, então Vi não se sentiu culpada por contar.

O deumiano não esperou muito para sair do mosteiro. Paul tinha tirado uma licença na intenção de ter mais tempo para ajudar Riuquen, então estava na vila dos tigres brancos. Yuri sabia disso, pois sempre que Paul ficava um tempo em casa ele avisava, esperando que Yuri se juntasse a ele, Violeta e seu avô.

Chegando na vila dos tigres, não demorou para que Yuri encontrasse o amigo fazendo uma caminhada tranquila próximo a casa.

Paul se assustou quando o rapaz apareceu de forma inesperada na sua frente, parecendo um fantasma.

— Bris está com você?

— Você vai me matar do coração! — Depois de se recuperar, se aproximou jogando um braço por cima do ombro do amigo. — Aconteceu alguma coisa?

— Não — uma terceira voz falou, fazendo Paul e Yuri olharem para trás — mas vai.

Paul franziu a testa, tentando buscar em sua mente se conhecia aquele homem parado atrás deles.

— Quem é você?

— Me magoa não lembrar de mim, e ainda ser amigo de Yuri. Você não o odiava?

Paul sempre se sentia ameaçado quando alguém levantava isso, então seu rosto se fechou em uma carranca.

Começando a pensar no porquê de Carlos estar ali, Yuri se moveu e tomou a frente de Paul.

— Vá embora! — Nivea estava tentando encurralar os Omagaros, Yuri notou que havia algo que poderia ser usado contra ele, alguma coisa em seu coração estava se apertando, se sentindo inquieto e ansioso. — Você não vai machucá-lo.

— Machucá-lo? — Ele caminhou até ficar de cara com Yuri — A única pessoa que pretendo matar aqui, é você.

— Não agora, Carlos.

O outro riu, agarrando o manto de Yuri com uma mão. Ele tinha algo para falar, mas foi cortado antes de começar.

— Espera! Carlos? — Paul estava descrente. — Não é possível, vocês não se parecem.

— Eu mudei muito, porém, vocês dois continuam os mesmos nanicos de sempre.

— Quem você está chamando de nanico? — Gritou, mostrando um braço com o punho fechando na frente do corpo.

— Os dois juntos não dão nem um homem e meio. — Comentou, dando uma risada forçada e extravagante.

— Esquece, você definitivamente é o Carlos — duas coisas Paul não conseguia esquecer sobre essa pessoa, a risada estranha e os comentários maldosos.

— Se não veio matar Paul, veio fazer o quê aqui? — Perguntou Yuri.

— Me matar? — Paul estava tentando acompanhar.

— Eu já disse, servo e amigo.

— Espera aí! — Paul empurrou os dois com força o suficiente para os dois caírem no chão.

Enquanto Carlos se levantava tendo os olhos de Paul o observando, Yuri decidiu ficar no chão.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? Yuri, seja um bom amigo e me explica tudo isso

Universo obscuro - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora