[13] Rejeitado

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Ainda era cedo quando os calorosos raios de luz adentraram as brechas da casa naquele lugar remoto. Seus hóspedes se levantaram logo em seguida, talvez não prontos para enfrentar esse dia, mas não havia nada que pudesse ser feito.

Paul se despediu do grupo ali, ele sabia que o caminho que pegariam eram rotas ilegais entre os estados do reino do vento. O jovem LAP não podia fazer o mesmo, como um bom servidor público e como um amigo. Claro que, eventualmente, essas rotas seriam descobertas, mas Paul não pretendia descobrir isso usando Yuri.

No dia seguinte, pela manhã, o grupo chegou à floresta proibida. Um pequeno bolinho de neve veio correndo até eles, vestindo uma camisa azul clara de mangas longas, com uma coisa peluda flutuando ao seu lado. Dimitri sorria de olhos fechados, com a mão apoiada perto do peito, ele deixou a cabeça cair de lado, enquanto falava com sua voz infantil estridente.

— Yuri! Olha, eu peguei essa sua camisa emprestada, você não se importa, ahem? — Ele não esperou uma confirmação, e continuou se atropelando em sua fala rápida. — Foi a única que serviu e que não era preta. Sério, Yuri, você deveria refazer seu guarda roupas.

Depois que ele terminou, Yuri apenas saiu sem dizer nada.

No pináculo do mosteiro, Cairo observava a imensidão da floresta proibida. Já conseguia sentir que havia muitas pessoas ali, cheias de energia e juventude. Eles estavam muito longe, para poderem ser vistos.

Algum tempo se passou, e o mago resolveu descer. Então, assim que aquele grupo entrou pelo portão principal do mosteiro, o velho primeiro mago aguardava em pé ao lado do trono que era feito de escombros do monumento, empilhadas com uma ordem desordenada.

Bris não sabia como deveria se comportar diante de Cairo, havia agora uma atmosfera estranha e sufocante ao seu redor. Ela havia pensado sobre muitas coisas quando estava presa na Grande torre, mas não sabia como explicar seus pensamentos, temendo que os outros pensassem que sua única intenção era arrumar uma desculpa, ou que realmente não ligava sobre o que aconteceu no passado, e as coisas que Cairo supostamente fez. Não tinha como basear seus achismos, então, por hora, era melhor manter distância e fingir rancor.

— E então? — O mago interrompeu o silêncio, direcionando essa pergunta simples ao deumiano tigre.

— Não pude fazer nada, Serpente não quis minha ajuda. No último momento, ela me pediu para informar que eles têm adagas do Onre.

Cairo não demonstrou reação com essa mensagem.

Depois que tudo acabou em Sagra, Yuri estava para voltar ao mosteiro, mas foi interrompido perto de Má. Nerlim o encontrou com uma nova ordem de Cairo, Bris tinha ido embora e ele precisava encontrá-la o mais rápido possível. Yuri desviou seu caminho, em algum momento Dimitri surgiu como o vento e aquele rapaz, Enako, disse que não iria embora até encontrar o responsável por sua irmã ter o abandonado.

Bris não entendia o que estava acontecendo, mas pelo olhar vazio de Cairo, uma sensação ruim atingiu seu peito. Notando a atenção, Cairo levantou o olhar pela primeira vez na direção de Bris. Quando suas visões se encontraram, ela rapidamente olhou para o chão, uma expressão séria no rosto.

— Você é o Cairo? — Enako perguntou, chamando atenção.

— E você deve ser o Enako.

— Serpente estava à beira da morte e você apareceu dizendo que poderia salvá-la, mas tudo tem um sacrifício, não é? Você tirou minha liberdade.

O rapaz se deixou levar, avançando alguns passos antes de ter Yuri entrando na sua frente.

— Eu posso matá-lo?

Universo obscuro - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora