NICHOLAS

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Não tenho muitas lembranças claras daquele dia. Me lembro de estar correndo desesperado pelo internato procurando por alguém, lembro de se jogando com muita violência em algum lugar e a lembrança que me faz mais sofrer, quando vi o rosto dela cheio de angústia, aflição e principalmente medo e desespero, não sei o que deu em mim correr em sua direção e levar a facada por ela. Só tinha a certa de que não suportaria a ver machucada.
 
 Gostaria de saber o porquê sinto que ela é importante para mim se praticamente não me lembro dela. Quando a vi pela primeira vez no meu quarto no hospital fiquei aliviado, mas não sabia o porquê e depois no jardim ela me abraçou sentir aquele simples gesto foi com um término em silencio e meu coração se partiu e nem sei o porquê.
 
Estou cansado de me perguntar tanto por quê?
 
— Bom dia meu amor. Diz Alana deitada ao meu lado me observando. Acordo pensando na garota dos olhos verdes e durmo pensando nela. Por quê?
 
 —  E uma pena que temos que voltar para aquela prisão. Diz se referindo ao internato e se levanta colocando uma roupa qualquer que acha espalhada pelo seu quarto. Ontem Lana e eu fomos para uma festa muito balada nos fins de semana e acabei mentindo para meus pais que ia dormir no apartamento de Bruno. Porém acabei dormindo com Lana e fazendo outras coisas a mais também.
 
—  Lana vou indo tenho que chegar antes dos meus pais notarem que não estou na casa do Bruno. Digo me vestindo apressadamente.
 
DROGA!!!
 
Que ressaca dos infernos!!!
 
—  Ni fica mais um pouco. Diz me impedindo de vestir a camiseta. — Lana nos vemos depois, não quero brigar logo cedo com você. E alias seu pai pode chegar a qualquer momento. Digo olhando para a janela do seu quarto que tem vista para a entrada da casa, estou me sentido atropelado, acho que bebi demais noite passada.
 
 — Ni sabe muito bem que moro sozinha. Meu pai está em viajem a todo momento coisa rara é ele estar em casa. Retruca bufando me puxando com birra para voltar para a cama.
 
— Lana preciso ir. Digo firme me soltando dela e vestindo a camiseta. — Nicholas!!! Grita nervosa. — Custa ficar mais um pouco? Pode pedir para o Roberto mentir dizendo que já foi para o internato ou sei lá qualquer coisa. Não quero que vá embora. Diz birrenta e sensualizando em cima da cama.
 
Vou até ela e beijo seus cabelos e saio do seu quarto ignorando seu pedido.
 
Não sei o que estava acontecendo antes do incidente e uma coisa sei e sinto que não é certo de ficar com Alana. Nos últimos dias ela e eu nos damos bem em alguns pontos e em outros brigamos feio quero dizer muito feio mesmo.
 
O motivo principal das nossas brigas é que ela não aceita meus amigos e eu os delas, e para provar o contrário que posso tentar ser amigável com os amigos dela, ontem fomos numa festa com uma amiga de Alana chamada Suzi e o namorado Alan. Sinto como já os conhecesses, tenho algumas recordações com eles mais nada muito claro, porém a presença deles me incômoda de certa forma. Não quero dizer nada para Lana, quero cumprir com a minha palavra que tentarei me entrosar com seus amigos.
 
Os dois são insuportáveis tanto Suzi e quanto Alan, juro tentei se amigável com eles, o bom é que na metade da festa os dois saíram para fazer alguma coisa e me deixaram a sós com Lana. E para piorar certo momento fiquei tão bêbado que quase beijei a amiga da Alana ainda bem que no meio do caminho alguém esbarrou em mim e voltei para realidade ainda bem!
 
Quando chego em casa não vejo ninguém o que é bom assim não preciso dar explicação de onde estava por enquanto. Tomo um banho demorando para tirar o cheiro de álcool e relaxo com a água quente molhando meu corpo me trazendo a sensação boa e relaxante e acabo pensando nela a garota dos olhos verdes e de novo meu coração dói.
***
 
Terça-feira, aula de química, segundo horário e última aula do dia.  O dia foi cansativo somente aulas chatas.
 
—  Nick. Chama meu parceiro ao meu lado me tirando do tedio. —  Que? Respondo baixo para não chamar a atenção da professora. — O laboratório não te faz lembrar algo ou alguém? Pergunta me olhando esperançoso?
 
Sei do que está se referido. Ontem Bruno e Roberto conversaram comigo e sabe qual foi o assunto? Sobre a menina dos olhos verdes que dizer Beatriz. Eles me perguntaram se eu me lembrava dela? E o mais engraçado eles me disseram que eu namorava com ela.
 
Achei um absurdo, eu namorando-a?! Não faz sentindo e aquela menina não faz o meu tipo.
 
No dia que voltei a vida foi depois de um dia do acontecido eu encontrei Lana me olhando cheia de pavor sentada no meu lado foi umas das primeiras pessoas que vi assim que acordei do acidente, os primeiros foram meus pais e Roberto.  
 
E me contou o que tinha acontecido e fiquei apavorado com que eu fiz, mas enquanto Lana me dizia o que tinha acontecido, eu só conseguia ficar encarar ela e pensar que não era a pessoa ao qual gostaria ter visto primeiro entre todos que vieram me ver, pois havia outra, só não sabia quem era. Quando ela me contou que tive perda parcial de memória fique angustiando e ainda estou isso é uma merda e das grandes!
 
Olho ao redor do laboratório com atenção tentando lembrar de alguma coisa. E tudo para ao meu redor ....
 
— Nick? Chama por mim com dúvida a garota de olhos verdes. — Tem algum problema de te chamar assim? Me olha de forma duvidosa. Adoro a forma que chamou pelo meu nome e a olho maliciosamente e respondo. — Você me chamando dessa forma fica muito sexy. Ao dizer isso ela cora e eu sorrio provocando ainda mais ela.
 
— Eu estou tentando ser sua amiga, mas acho que com você é impossível. Diz furiosa comigo. Doou uma risada gostosa o que faz ela fecha a cara e voltar ao que estava fazendo antes. Penso para mim mesmo que não seremos apenas amigos, não mesmo.
 
Estou confuso com me acabei de lembrar e por que está doendo tanto? Lembra disso?
 
— Nick, está tudo bem? Pergunta meu amigo preocupado. — Se lembrou de alguma coisa? Pergunta animado. — Não. Respondo grosso e curto. — Então vá se lascar! Resmunga Bruno voltando a sua atenção para a professora.
 
***
 
— Falta apenas dois dias para irmos passar o fim de semana na casa dos avós de Nanda. Diz Bruno um pouco apreensivo como sempre falando com a boca e seu olhar na tela do celular.
 
— Uah!! Diz impressionado se levantando da cama indo mostrar alguma coisa no seu celular para meu irmão que está encostando na cama lendo alguma coisa de nerd.
 
— Como ficou linda a Bia. Diz Bruno a Roberto. — Nunca pensei que a Bia faria uma mudança dessa tão radical, ela sempre gostou de ter cabelão. Diz Roberto analisando a foto. — Milla me contou que ela queria fazer mudança super radical e o que mais me deixa chocando é até quis se livrar das botas dela! Diz Roberto com expressão de chocadíssimo.
 
Botas?
 
—  Flor. Digo batendo na porta do seu quarto.
 
—  Pode entrar. Diz abrindo a porta e me abraça com carinho e o perfume que usa fica impregnado na minha roupa. E gosto tanto!
 
— Toma lhe trouxe isso. Digo esticando a mão com uma sacola na sua frente. — O que é? Pergunta sem graça e pega a sacola marrom das minhas mãos. Sentamo-nos nós dois na sua cama e enquanto ela abre e observo seu quarto. E primeira vez que entro aqui e é tão a cara dela, as cores a decoração, o cheiro, é tudo muito único.
 
— Eu amei Nick. Diz me abraçando de surpresa cheia de felicidade e acabo caindo na cama com seu abraço surpresa. — Eu amei a bota vou usá-la sempre que puder. Diz me dando um selinho doce nos lábios. — Quando olhei para esta bota na vitrine tive que comprá-la e dar a você porque é sua cara. Digo a puxando para mais perto de mim selando nossos lábios em um beijo ardente.
 
Por que quando me lembro dela doí tanto? Isso está me deixando frustrado. Balanço a cabeça para tentar esquecer do que acabei de me lembrar. Pego meu celular e busco pela tal foto que os meninos estavam comentando agora pouco e acho.
 
Meu coração para e volta batendo mais forte é a mesma garota das minhas lembranças? É linda deve ser mais linda pessoalmente, apesar de ter visto ela três vezes não conseguir admirar sua beleza porque estava conturbado demais para reparar nisso, na verdade ainda continuo, mas não tanto quanto antes acho que estou me encontrando aos poucos e sinto que é com ela que vou me encontrar por inteiro.
 
 E o que me chama mais atenção na foto é seu olhar que sorrir de forma leve, e suas iries verdes reluzentes que me faz sorrir sem perceber, e que aquece meu coração, o acalmado da dor e me deixando apaixonado. Desço o dedo pela tela do celular para ver mais fotos suas e encontro uma que me chama atenção é que estou na foto com ela, estamos abraçados na praia sinto através da foto quanto apaixonados estávamos.
 
 Procuro a data de publicação e vejo que foi a dois meses.
 
—  Que sorriso bobo é esse no rosto Nick? Pergunta meu irmão de tiração comigo. —   Roberto não enche o saco cara!! Respondo fulo da vida.
 
Roberto está engando não é um sorriso bobo que estava no meu rosto, mas sim sorriso de saudades de algo que não lembro, porem sei que vivi esse momento e gostaria de revive-lo.
 
***
 
— Tudo pronto Milla? Pergunta Nanda a Camilla que arruma sua bolsa novamente. — Quase Nanda estou conferido de novo para ver se não esqueci de nada. Responde ainda verificando.
 
 —  Quem vai nos levar? Pergunta Bruno mexendo no celular. Amanda deveria ficar mais esperta com o Bruno porque ele fica tempo demais nesse celular fazendo só deus sabe lá o que.
 
— Já vão? Pergunta Lana vindo sentar-se no meu colo. —  Não, está vendo? Diz Amanda fechando a cara e sendo grossa com Alana. — Nick já ouviu aquela frase que todas as loiras são burras? Joga Alana a indireta a Nanda.
 
Milla para o que está fazendo e passa encarar a Alana brava com a ofensa que fez sobre sua prima.
 
Bruno larga o celular e presta atenção no está acontecendo.
 
— Repete Alana o que disse!! Esbraveja Milla furiosa. Eu aperto Alana para não tornar a situação mais complicada do que já está, e é em vão. As duas já estão discutidos horrores e só Roberto que consegue separar elas depois de quinze minutos.
 
— Tchau Nick até domingo. Diz Roberto de mãos dadas com sua namorada saindo pela saída do internato junto com os outros. E logo em seguida eu também com Alana ao meu encalço, mas só queria que um deles tivesse me pedido para ir também junto e com certeza eu não negaria porque posso não me lembrar da garota dos olhos verdes, porém sinto uma saudade arrebatadora dela.

Quando nos perdemos( Livro #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora