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Três dias haviam se passado desde a visita de Stella e desde aquilo ele sequer conseguia dormir e noite virando de um lado ao outro na cama, pensando e pensando no que poderia vir. Ele e Lissa não tinham nada além de um namoro, apenas isso e se ela estivesse... Deuses, de ela estivesse grávida, Helion e Lucien iriam pendura-lo pelo pau em praça pública.

Aquela dúvida o estava matando lentamente, não conseguia mais ficar sem saber, não podia. Então colocou sua armadura leve e preta feito a noite, saiu de fininho do quarto e andou no corredor indo até a última porta de frente. O quarto dos pais.

A porta estava entreaberta, o que ela incomum e estava tudo muito silencioso. Raphael espiou ali dentro vendo a enorme cama dos pois que poderiam caber três machos illyrianos deitados lado a lado, espaço não faltava, porém... Azriel estava dormindo agarrado em Gwyn, ela sendo a concha menor quase sumindo em meio aos músculos e asas do pai que mantinha uma da mãos sobre o ventre inchado.

Raphael sorriu. Ele adorava ver os pais juntos, podia sentir de longe o amor deles e agora com um bebê a caminho... Estavam ainda mais unidos. Talvez tivesse sido daquele jeito quando Gwyn estava grávida dos gêmeos, o que deixava o coração de Raphael quentinho.

Lentamente ele fechou a porta, o click foi quase inadiável. Ele sabia que o pai provavelmente o havia escutado, mas Az não iria interromper o sono precioso com a parceira grávida para ir atrás do filho adulto e que podia fazer o que quisesse.

Raphael fora até o quarto de Adonis, abriu a porta lentamente e observou dentro do quarto escuro como breu, as sombras do irmão eram a maior causa da escuridão e perambulavam livres pelo quarto enquanto ele dormia. Raphael andou até a cama vendo o irmão deitado de bruços e sem camisa, o lençol cobrindo do quadril para baixo, as asas relaxadas. Os cabelos ruivos na altura dos ombros, a barba por fazer. 

— Doni — ele sussurro ao chegar próximo do irmão que sequer se moveu. — Doni — chamou novamente levando a mão direita ao ombro musculoso de Adonis e o balançou devagar.

— Eu vou fingir que isso é um sonho e que você não está realmente me chamando — respondeu o gêmeo sem abrir os olhos e franzindo as sobrancelhas.

— Eu preciso que me leve até a Diurna — sussurrou o guerreiro e o irmão rosnou agitando as asas enfezado.

— Pela Mãe, Raphael, não consegue manter o pau dentro das calças até ela voltar? — Adonis não abriu os olhos e o irmão grunhiu com raiva o dando um soco no ombro. — Ei! — gritou o ruivo agora acordando e se sentando rapidamente fazendo o lençol descer, por pouco Raphael não teve o deslumbre de ver o irmão totalmente nu.

— Fale baixo seu idiota — disse Rapha bufando em seguida. — Não vou até lá por causa disso.

— Ainda bem, por que a pobre fêmea está doente — disse Adonis recostando e Raphael engoliu em seco de forma barulhenta.

— É por isso que tenho que ir ver ela, o motivo de ela estar doente.

Adonis ficou em silêncio por um tempo, as sombras sussurrando em sua volta.

— Você passou alguma coisa para ela? — a voz dele era contida, como se quisesse rir.

— Não! — exclamou Raphael indignado. — Quer dizer, talvez...

— Que nojo, seu doente.

Raphael deu um tapa na cabeça do irmão que rosnou para ele.

— Não é esse tipo de coisa, seu nojento — o guerreiro suspirou. — Eu não estou tomando o tônico — falou muito, muito baixo, tanto que Adonis teve que inclinar um pouco para frente para escuta-lo. O ruivo ergueu as sobrancelhas.

Corte de Sol e Tempestade. CONCLUÍDO. Onde histórias criam vida. Descubra agora