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Lissa não se apegou com o tempo enquanto estava com Ameer, que fora muito agradável por sinal e o macho, para crédito dele, não havia investido contra ela, a não por pequenos toques de mão, olhares mais intensos, mas nada além daquilo.

Entre os restaurantes, passeios pelos mercados, já havia passado da meia noite e então ela viu que era hora de ir embora. A despedida fora calorosa, um longo abraço apertado e centenas de palavras não ditas e então Lissa decidiu atta essas até acima da Casa. Ela já havia visto Morrigan fazer aquilo centenas de vezes, atravessar no ar acima e cair pousando habilidosamente... Lissa não tinha feito aquilo antes, mas tentaria e tentou, apenas para cair de uma altura certamente alta, ela não conseguiu pousar a fim de ficar de pé e caiu se estatelando no chão, mas conseguiu fazer um escudo em volta de si a tempo evitando que se ferisse.

— Que pouso horrível — disse Maeve recostada no batente da porta do terraço que lavava para dentro da casa.

Lissa ergueu a cabeça e forçou um sorriso trêmulo enquanto se levantava. A prima estava vestida com um vestido preto de alças que deixavam as tatuagens evidentes e justo ao corpo, as asas illyrianas reluziam sedosas com a luz da lua acima.

— Vou trabalhar para melhorar, assim não vou ter que importunar vocês... — a princesa bateu as mãos na roupa tirando a poeira e Maeve a analisou dos pés a cabeça. Seria e com o olhar frio demais.

— Raphael veio aqui hoje, te procurando — disse Maeve e Lissa enrigeceu o corpo.

— E o que ele queria? — Lissa tentava ao máximo controlar a voz, sem querer parecer muito interessada.

Maeve deu de ombros.

— Para se desculpar por não ter aparecido no treino, ele disse que tinha ido visitar Nyx e Hela — a fêmea analisou as unhas bem feitas e tirou uma sujeira que não existia em baixo delas. — Ele não quis ficar, apenas se desculpar com Nikos e depois pediu para ele o levar embora.

Nikos, não Maeve, não a fêmea que sempre aquecia a cama dele.

— Entendo... Bom, eu irei agradecer a consideração quando o vir nos próximos treinos — disse Lissa andando em direção a prima, em direção a porta para entrar e finalmente poder dormir e quando passou por Maeve a mestiça disse:

— Você sabe que Ameer é o certo, você é uma princesa, lembre disso — Lissa parou travando ao lado da prima e hou para ela que a julgava com os olhos avelã. — Você está acima de todos nós.

Acima de Raphael.

Lissa apenas engoliu em seco e não se deixou ficar de cabeça baixa quando continuou a andar com passos firmes até o quarto. Assim que entrou a lareira se acendeu iluminando o cômodo e Lissa suspirou so trancar a porta.

A princesa arrastou os pés até a cama e se jogou de costas ali, ainda vestida e com as botas nos pés, estava exausta demais para se tirar elas. Exausta... Isso, essa era a palavra que sentia, desde quando Ameer chegou, desde quando ela  se forçava a dizer talvez ou sim a ele, as carícias e aos beijos... Por que eles eram príncipe e princesa, por que tinham uma história juntos e Lissa não conseguia simplesmente olhar para a face de Ameer e dizer não... Era fraca, aquilo era fraqueza, se sentia culpada por que ele era um macho bom, gentil e que sempre a tratara com respeito.

Uma brisa fantasma roçou a bochecha de Lissa, ela sabia que era a Casa em si, e então olhou naquela direção para a mesinha de cabeceira onde havia um bloco de papel branco e uma caneca em cima desse.

A princesa se sentou e levou a mão até ali tirando a caneta de vidro de cima do bloco e depois o levando e lendo. Ao ver de quem era a caligrafia e o nome assinado seu coração quase saltou do peito.

Corte de Sol e Tempestade. CONCLUÍDO. Onde histórias criam vida. Descubra agora