Corte de Sol e Tempestade. CONCLUÍDO.

15

Lissa não conseguia fechar os olhos naquela noite, deitada olhando para o teto do quarto de hóspedes da casa do rio aquele momento entre ela e Raphael no jardim não saia de sua mente. Ela ainda podia sentir o hálito quente dele aquecendo seu rosto, podia sentir a boca em volta do dedo ferido pelo espinho da rosa, o cheiro dele ainda inundava seu nariz, aqueles olhos azuis feito o mais profundo oceano ainda continuavam a escara-la.

A princesa se virou novamente na cama e bufou, não podia ter realmente acontecido, mas pela forma como seus tios a olhavam durante o jantar... Deuses, apostava que ambos deviam ter visto e naquele momento fofocavam pela mente. Lissa tentou não parecer envergonhada, mas não conseguiu nem por um segundo tirar o rubor de suas bochechas.

Ela suspirou novamente e então se sentou na cama, se levantou usando uma camisola de seda branca e fina, alças finas, decote em V na parte da frente que realçava os seios de tamanho mediano e as costas da camisola não tinha sequer tecido deixando a pele totalmente exposta.

Lissa começou a andar de um lado para o outro, já era uma da manhã e as palavras de Raphael ficavam ecoando em sua mente.

Tudo o que você quiser de mim.

Tudo... Tudo o que... Lissa parou subitamente próxima a janela e olhou a meia lua no céu estrelado de Velaris. Que os deuses a perdoassem pelo o que ela iria fazer.

Lissa de fato odiava atravessar, detestava, porém, ela o fez e foi para o último lugar que era sábio ir naquele momento.

*

Quando surgiu na varanda do quarto de Raphael apenas de camisola, Lissa realmente pensou em voltar para a casa dos tios, mas já estava ali e estava frio naquela noite, mas as portas da varanda estavam abertas.

Lentamente, Lissa fora andando com os pés descalços sobre o piso de madeira e adentrou no quarto de Raphael. Era simples, uma cama enorme cujo era feira para acomodar as asas de um illyriano, uma mesa para trabalho, um banheiro particular, um armário onde as roupas e armaduras do guerreiro eram guardadas. No chão alguns tapetes e algumas espadas e armas expostas na parede acima da mesa.

Porém, a atenção de Lissa ficou justamente na cama, onde Raphael dormia profundamente no meio desta usando apenas uma calça de tecido preto e confortável. Estava deitado de bruços deixando as costas musculosas e largas expostas assim como as cicatrizes ali.

As costas subiam e desciam calmamente, o cabelo preto do macho estava bagunçado e caído sobre a testa e rosto, os braços musculosos enfiados em baixo do travesseiro.

Os olhos de Lissa percorreram com cautela todo o corpo esparramado do macho, desde as pernas musculosas, as costas e até a bunda dele que sem dúvidas era muito bonita. Porém, Lissa ignorou aqueles pensamentos de luxúria e lentamente, quase na ponta dos pés, se aproximou da cama, como era muito grande, a princesa teve que se debruçar sobre o colchão para fazer aquilo que realmente queria.

Uma mão apoiou o peso do corpo sobre o colchão e a outra, trêmula como uma vara verde, se dirigiu até os cabelos negros de Raphael que brilhavam num tom azulado graças a luz da lua que inundava o quarto.

Quando faltou poucos centímetros para que os dedos finos e trêmulos de Lissa mergulhassem nos fios negros dos cabelos de Raphael, a mão de metal agarrou seu pulso e quase num piscar de olhos, ele puxou Lissa a jogando contra a cama.

*

Era raro quando se deixava dormir tão relaxado e profundamente, mas quando estava em casa e em segurança Raphael se permitia, porém, alguém perturbou seu sono o fazendo acordar e rapidamente agarrar o pulso daquela pessoa com a mão de metal, a puxou para cama e girou o corpo fazendo assim o intruso ficar abaixo de si.