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Depois daquele dia em que Lissa flagrou ele e Maeve, os treinos passaram a ser realmente treinos focados e nada mais. Lissa não se aproximava muito, escutava bem as instruções e depois apenas praticava com Nikos, esse por outro lado estava mais animado com o treino da prima, mais tranquilo em relação a Raphael próximo dela por que... Por que ela não se aproximava mais, quase não conversava com ele.

Lissa se distanciou dele, e por mais que parecesse não ter notado ou não ligar, por dentro Raphael estava quase entrando em combustão, por que ele queria que ela falasse com ele, queria que ela sorrisse para ele, que, inferno, olhasse para ele com aqueles olhos castanhos dourados lindos. Queria a atenção dela sobre si, e não sobre Nikos, queria que ela fosse até ele, pedisse ajuda a ele. Merda.

Claro que as atitudes de Lissa estavam muito confusas para ele, afinal, por que? Por que agir daquele jeito, por que o evitar depois de dormir com Maeve? Por que evitar olhar nos olhos dele, da maneira em que andavam se olhando... Ele sabia que Lissa se sentia atraída por ele, sabia claro, o cheiro dela não mentia, mas aquilo não era o bastante para fazer com que o a fêmea se sentisse triste pelo fato de Raphael dormir com a prima dela, o que era mais que comum já para ele.

Quando o treino acabou com as meninas naquele dia, Rapha decidiu que talvez fosse hora de fazer seu papel de padrinho, então ali estava ele, andando pelos corredores da Casa do Rio em busca de sua amável e terrível afilhada, porém, não fora com ela com quem se encontrou primeiro.

— Rapha — disse Rhysand em cumprimento ao sobrinho postiço que sorriu.

— Vim ver Essie — respondeu o macho. Rhysand sorriu aliviado.

— Ótimo, mais um para distrai-la — disse o Grão-Senhor e Raphael inclinou a cabeça pra o lado, confuso de fato. — Ela anda muito triste nos últimos dias, anda sendo um problema principalmente na hora de dormir... — os olhos azul violeta tinham um brilho triste. — Eu odeio ver ela desse jeito, mas por enquanto, vamos deixá-la aqui conosco, sabe.

— Eu entendo — claro que Raphael entendia, ele sabia como as fêmeas poderiam ficar grávidas... Ficavam sedentas. Uma vez ele escutara isso de seu pai, quando conversava com a mãe se lembrando dos velhos tempos, de como Gwyn ficou... Faminta. Raphael não conseguiu olhar para a cara deles por um tempo depois de escutar aquelas conversas sujas.

— Mas, você enviá-la até eles? — questionou o filho de Gwyn colocando as mãos nos bolsos da calça militar preta.

— Sim, assim que Nyx disser que está tudo bem, Essie vai ficar com eles — explicou Rhysand. — Mas vai demorar um bocado ainda.

Rapha apenas assentiu e suspirou, até que a gravidez se firmasse mesmo.

— Bom, então, onde minha afilhada está para que eu possa fazer meu papel?

Rhysand sorriu.

— No jardim, está brincando de Chá no Jardim — disse o Grão-Senhor e Raphael agradeceu para em seguida continuar seu caminho e aí chegar a porta de madeira e vidro que saia para o jardim escutou risada infantis sapecas e outras que ele não escutava fazia alguns dias, uma sinfonia para seus ouvidos.

— Faz de novo tia! — pediu Essie e então Raphael abriu a porta passando por ali e espiou a pequena mesa redonda com utensílios e bandejas de chá, xícaras, temperos doces e próprios doces e bolinhos. Sentados nas pequeninas cadeiras em volta estavam ursinhos de pelúcia e Essie em uma delas e outra estava ocupada por Lissa que gargalhavam com a pequena prima.

— Tem certeza?

— Sim tia! Faz! — a menina insistiu e então Lissa assentiu. Com movimentos suaves das mãos e dedos pequenas formas de fogo começaram a surgir, borboletas, abelhas, animais fofos e pequenos como coelhos que pulavam no ar dando voltas na menina que gargalhavam de felicidade.

Corte de Sol e Tempestade. CONCLUÍDO. Onde histórias criam vida. Descubra agora