A noite havia sido estranha, Heeseung não tinha conseguido dormir por muito tempo e não conseguia parar de pensar em Park Sunghoon. De manhã ele já estava em pé trocando a roupa de Riki enquanto Sun-Woo ajudava vestindo Jungwon.
— Tio Hee, posso pedir uma coisa? — Sunoo pediu para o tio, estava um pouco envergonhado e Heeseung estranhou isso.
— Pode sim, Sun.
— Põe no meu cabelo? A... A mamãe dizia que eu ficava uma graça de presilha — As bochechas do pequeno estavam vermelhinhas e o Lee abriu um sorriso adorável e beijou a testa do sobrinho.
— Claro, meu bem — Heeseung pegou as presilhas de cores pasteis e as colocou no cabelo de Sun — Minha irmã estava certa, você fica uma gracinha.
— Obrigado, tio Hee — Sunoo abriu um grande sorriso que fazia os seus olhinhos se fecharem e virarem duas linhas retas, ele abraçou o tio e o mais velho rodeou os braços envolta do sobrinho e abriu um sorriso. Receber um abraço de Sun-Woo e o ver sorrindo daquele jeito fez com que ele se sentisse completo, era como se aquele abraço fosse o bastante para recarregar e dar energia que Heeseung precisava — Obrigado mesmo.
— Não precisa agradecer, agora vai lá comer com os seus irmãos e cuida deles enquanto eu troco de roupa, está bem?
— Ok — O pequeno foi para a cozinha enquanto Heeseung se trocava para ir trabalhar.
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Depois de deixar seus sobrinhos na escolinha e na creche, o Lee foi para o seu trabalho e quando passou pela porta da livraria percebeu como sentia falta de trabalhar. Apesar de tudo, Heeseung conseguiu trabalhar sem pensar muito nos seus problemas pessoais, havia entrado no seu mundinho mágico cheio de livros e isso foi o bastante para o entreter.
— Lee, como está? Sua vida deve ter sido bem agitada ultimamente, não é? — O dono da livraria perguntou para Heeseung abrindo um pequeno sorriso.
— Você nem imagina, Sr. Park, mas eu estou conseguindo lidar com tudo.
— Fico feliz, como está Sunghoon?
— Ele... Ele está bem, trabalhando muito e chegando cansado em casa, mas está tudo bem — Heeseung respondeu com o coração se apertando um pouco, poderia dizer o que aconteceu mas existia a voz que gritava no seu peito dizendo que logo o seu Hoonie voltaria para ele.
— Espero que as férias dele cheguem logo, Sunghoon trabalha muito e ainda é jovem, precisa curtir um pouquinho com o namorado — Heeseung balançou a cabeça concordando e se segurando para não contar tudo para o seu chefe — Heeseung, já pode ir embora, ok? Eu vou fechar mais cedo porque minha filha quer ajuda para decidir a vestido de noiva e essas coisas demoram, não é?
— É, se divirta com ela — Heeseung caminhou até a salinha que ficava atrás do balcão e pegou a sua bolsa que levava ao trabalho — Nos vemos amanhã, Sr. Park
— Nos vemos amanhã, Hee.
O Lee saiu da livraria e caminhou até o seu carro, deixou a bolsa no banco do passageiro e pegou o seu telefone vendo que já era hora de ir buscar os sobrinhos, foi então que ele caiu na real e percebeu que não teria como buscar eles todos os dias já que ele saia mais tarde, talvez Jake pudesse ajudar Heeseung nisso.
O telefone dele começou a tocar bem na hora e por coincidência o nome que brilhava na tela era de Jake.
— Como está, Jake? — Heeseung perguntou.
— Tudo ótimo, acabei de passar aqui na creche e busquei os pequenos — Heeseung pode ouvir os gritinhos de seus sobrinhos e abriu um grande sorriso — Eles estão animados para passar a noite em casa.
— Cuida bem deles, Jake.
— Não precisa de preocupar, eles vão se divertir e prometo atualizar você de tudo, curta seu restinho de tarde e sua noite — O coreano escutou as crianças gritando um "tchau, tio" e então Jake se despediu e desligou a chamada.
Heeseung olhou para o volante e respirou bem fundo, foi então que resolveu mudar a sua rota e não ir para sua casa agora, ainda era cedo e o cemitério devia estar aberto. O Lee precisava conversar com a sua irmã.
Parou o carro na frente do cemitério e caminhou completamente perdido sem saber onde sua irmã havia sido enterrada, depois de alguns minutos procurando ele encontrou a lápide escrita Lee Hee-Young. Ele olhou envolta e viu que estava quase vazio e por isso não se importou de se sentar no chão ao lado da lápide da irmã.
— Eu nunca pensei que estaria nessa situação, sabia? Jamais imaginei que ao invés de te ligar e ouvir sua voz eu falaria com uma lápide com o seu nome. Noona, me perdoa por não ter vindo antes, ultimamente está sendo tão difícil e a minha cabeça anda cheia, eu não tenho tempo nem para mim mesmo — Ele suspirou e abraçou os seus joelhos, pensando que talvez pudesse estar sendo abraçado por sua irmã — Eu estou pensando se tudo que estou fazendo está certo, eu acho que estou cuidando bem dos pequenos mas isso custou o meu relacionamento, entende? Eu não queria perder ele, eu quero poder viver com os meus sobrinhos e com o homem que eu amo, você como ninguém sabia como eu sempre fui completamente apaixonado por aquele homem e eu... Eu não sei o que fazer agora, mesmo com ajuda de Jake eu ainda me sinto perdido, sem o Sunghoon eu me sinto completamente perdido.
O Lee começou a chorar mais do que imaginou que iria, seu peito doía e as mãos tremiam um pouco. Naquele instante, ele não se importava nem um pouco se o vissem daquele jeito, Heeseung estava extremamente vulnerável.
— Parece que eu estou carregando vários sacos pesados nas costas e não estão deixando que eu os tire, é muita pressão em cima de mim, Hee-Young, eu sinto como se estivesse de volta na casa dos nossos pais e eles estivessem falando na minha cabeça o que eu devo fazer ou não fazer e isso está me machucando e muito, mas eu não posso mostrar isso, eu não posso por causa das crianças, eu tenho que ser forte por eles.
Heeseung não sabe dizer exatamente quanto tempo ficou lá chorando, mas quando entrou no carro novamente se sentia mais leve, ele realmente precisava desabafar e ninguém melhor para isso do que falar com a sua irmã que sempre foi o seu porto seguro quando mais novo.
Ele se sentia um pouco mais forte para enfrentar a sua realidade atual, podia não ter sua irmã mas ainda tinha muitas pessoas que se preocupavam com ele e principalmente uma grande esperança no peito que dizia que logo o seu Sunghoon voltaria para os seus braços.
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TUTORES // HeeHoon
Hayran Kurgu[🧸] O mundo de Heeseung e Sunghoon virou-se de cabeça para baixo quando descobriram que a irmã de Lee havia falecido e deixado o irmão como tutor dos seus três filhos pequenos. O casal não havia nenhum preparo psicológico para cuidar de crianças...