Capítulo 14

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Vejo minha escrita em Fuck This Love/Cruel e penso, meu Deus, como achava que aquilo tava bom??

O capítulo tá gigante, comentem muito, pois eu mereço.
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Gritei. Tão alto que minha garganta doeu, já danificada pelas outras vezes.

Senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, o coração batendo acelerado e desesperado, caindo no precipício sem fim. Duas mãos me agarraram, sacudindo meu corpo, impedindo-me de despencar.

Abri os olhos, me debatendo, tentando me agarrar a qualquer coisa. O homem falou alguma coisa, mas eu não conseguia sair do local onde minha mente havia entrado. Senti minha mão acertar seu rosto e meus braços foram imobilizados acima da minha cabeça.

Um rosto familiar pairou em frente ao meu, os olhos castanhos me olhando atentos, sem desviar. Respirei, mas saiu como um engasgo e mais lágrimas inundaram meu rosto. Tentei normalizar a respiração, mas meu peito subia e descia em um ritmo  assustadoramente rápido.

— Camila. — Chamou, segurando meu rosto com uma mão, enquanto a outra ainda segurava meus pulsos. — Você está acordada. Foi só um pesadelo.

Repetiu a mesma coisa que falava todas as noites. Forcei minha mente a me fazer acreditar naquilo.

Quando Shawn viu que eu estava mais calma, me soltou, deitando ao meu lado, sem nunca tirar a atenção de mim. Parecia que ele esperava um surto a qualquer momento.

Me sentei, enxugando o rosto. Não precisava passar pela humilhação que era chorar na frente de alguém que não se importava com ninguém.

Antes que Shawn falasse alguma coisa, me levantei.

— Preciso de um banho. — Minha voz saiu rouca e minha garganta cansada protestou.

Shawn ficou em silêncio, me vendo entrar no banheiro e trancar a porta. Livrei-me das roupas suadas, abrindo o chuveiro e entrando lá. Mesmo na neve, tomei o banho frio, pois queria ficar desperta.

As lembranças do meu pesadelo constante voltaram e eu solucei, cobrindo a boca para abafar o som. Me agachei, sentando no chão e abraçando as pernas.

Não fechei os olhos, mesmo que fosse instintivo. Se eu o fizesse, todas as imagens ficariam mais reais.

A faca em minha mão. O corpo inerte e sangrando. O som da carne se cortando, o cheio metálico e o meu corpo sujo de sangue. Sangue este que, apesar de ter sido lavado, parece ter se impregnado em uma parte muito mais profunda de mim.

A culpa me sufocou outra vez e eu chorei, o corpo tremendo, o peso no peito cada vez maior.

Ouvi batidas na porta, mas ignorei, presa demais ao meu momento.

— Camila. — Ouvi a voz se Shawn. — Abra a porta.

Não respondi, encolhendo mais o corpo. Solucei de novo e eu tenho certeza de que ele ouviu, pois soltou um suspiro.

— Se você não abrir, eu vou quebrar.

Não duvidei que ele o faria, afinal, era de Shawn que estávamos falando, mas não conseguia arranjar forças para me levantar.

Não demorou muito para que um baque fosse ouvido e a porta se abrisse de vez. Shawn entrou, olhando-me por inteira, como se procurasse algo. Ao ver meu estado, ele se aproximou, abrindo o box sem se importar em se molhar.

Shawn se ajoelhou na minha frente, segurando em meus braços.

— Levanta. — falou, mas parecia saber que teria que agir por mim.

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