O que têm a dizer sobre o Shawn?Vocês vão descobrir algumas coisas sobre o Shawn... Só não sei se vão gostar.
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.— Você ainda está acordada? — A voz do meu primo foi ouvida antes mesmo dele passar completamente pela porta.
Me afastei, encolhendo as pernas e ficando o mais perto que conseguia do fim do colchão.
— Prefere me matar quando eu estiver dormindo? — falei, erguendo o queixo, tentando mascarar o medo que sentia.
Miguel se aproximou, parecendo achar graça e sentou na cama, próximo de mim.
— Talvez você devesse... — Antes que ele pudesse terminar a frase, avancei em sua direção, segurando um pedaço de vidro com firmeza na minha mão, ignorando a dor.
Caímos no chão, eu por cima dele e teria conseguido acertá-lo se Miguel não tivesse segurado meu braço e empurrado meu corpo para o lado, prendendo-me ao chão.
Meu primo me encarou e, indo contra tudo o que eu achei que faria, ele começou a rir.
Não uma risada sarcástica ou debochada. Ele riu de verdade.
— Nossa! Ele te ensinou direitinho. — disse e puxou minha mão, tirando o vidro dela, analisando o corte que o objeto fez.
— Se você vai me matar, faça logo. — murmurei, me sentindo indefesa, um sentimento que não me preenchia há algum tempo.
Miguel olhou o ferimento em minha mão com atenção e, em seguida, se levantou, me soltando e ignorando completamente o que eu havia dito.
— Tem uma caixa de primeiros socorros no banheiro, cuide disso. — falou, caminhando em direção à porta. — O jantar é em uma hora, tem roupas e tudo o que você precisar no closet. Conversaremos durante a refeição.
Caminhei em sua direção, pronta para perguntar que palhaçada era aquela, quando ele saiu, batendo a porta.
Fiquei parada, no meio do quarto, sem saber o que fazer, a mão doendo como o inferno, mas nada se comparada à dor em meu peito. Respirei fundo, sentindo os olhos pinicarem. Não ia chorar ali. Não naquela situação. Eu precisava arrumar uma forma de fugir.
Olhei as janelas. Não estavam com grade, mas estava no terceiro andar de uma casa e, mesmo que conseguisse pular sem quebrar alguma parte do corpo, teria que passar pela segurança que meu primo não hesitava em deixar à mostra. Suspirei. Eu não tinha muita escolha no momento.
Me dirigi ao banheiro, que era grande e bem organizado, achando a caixa de primeiros socorros na segunda gaveta do móvel da pia. Cuidei da minha mão, tentando não soltar nenhum murmúrio de dor e, por mais que tenha me esforçado, foi impossível não lembrar dele.
Apoiei o cotovelo na pia, apoiando a mão na cabeça, respirando fundo, trêmula, engolindo o bolo que se formava na minha garganta.
Inspirei e expirei várias vezes, tentando nublar minha mente de qualquer pensamento que fugisse do objetivo de sair daqui.
Já mais calma, enrolei minha mão com a gaze em um aperto firme e tomei um banho rápido, entrando no closet para escolher uma roupa. Peguei uma calça e blusa mais folgadas, que não me atrapalhariam na hora de correr. Estranhamente, tudo ali parecia ser do meu tamanho. Miguel já tinha isso planejado há quanto tempo?
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In The Dark
RomanceQuanto custa a sua vida? A minha valia vinte milhões de dólares. E agora, eu estava fugindo, com a pessoa que deveria ter me matado, esperando o momento em que ele iria concretizar seu objetivo. A pessoas se escondem atrás de peles falsas, que se ra...