Capítulo 23

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Vai acontecer algo nesse capítulo que vai ser responsável por uma decisão da Camila, prestem atenção e depois me digam no fim se conseguiram perceber.

O que acharam da capa nova? Vou refazer a da maioria! Exceto Farce e Cruel.

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Trinta minutos.

Peter estava chorando por trinta minutos. E, aparentemente, se ele não conseguia dormir, ninguém poderia também.

Nunca vi um bebê ter tanto fôlego assim, posso jurar que tinha mais do que eu. Ele não era de chorar, na verdade, raramente o fazia, apenas quando estava com fome ou fazia cocô, então hoje deveria ser algo em específico que o incomodava.

Cansada de ficar deitada na cama, levantei e saí do quarto, descendo as escadas e caminhando até chegar do lado de fora da casa. Estava frio, mas não tanto quanto Toronto e, por já estar acostumada com o clima congelante de lá, aqui não estava exatamente desconfortável, apenas deveria ter trazido um casaco fino por causa do vento.

Fechei os olhos, inspirando fundo.

As coisas estavam estranhas naqueles dias. Havia me aproximado de Aaliyah, muito, e eu adorei ter uma pessoa com quem conversar, ela parecia sentir o mesmo.

Porém, mesmo com companhia, ainda sentia falta de algo. E eu sabia o que era.

Havia me acostumado à dinâmica com Shawn, aos dias que passei com ele, aos momentos entre eu ele e Monstro. Sentia falta da sua companhia e é claro, do sexo.

Mas esse eu teria de esquecer, já foi demais tê-lo beijado naquele dia, tentei me conter, mas aquele momento, a faísca de vulnerabilidade em seus olhos, a forma como Shawn me olhava... Eu não aguentei.

Contudo, não podia continuar fazendo isso. Especialmente quando ele ainda não me contou tudo, o plano e todas as outras coisas que eu sabia que escondia.

Mas esse não era o motivo principal, no fundo eu sabia, entretanto, jamais colocaria em palavras.

O som da porta abrindo chamou minha atenção e me virei. Era incrível como Shawn parecia sempre saber que eu estava pensando nele.

— Ah. É você. — disse, se aproximando. — Vi uma sombra aqui fora, achei que poderia ser alguém.

Ergui uma sobrancelha.

— Por que alguém viria no seu quintal de forma tão explícita?

— Eu não sei, Camila, por isso vim olhar.

Olhei para seu corpo.

— Sem arma?

Shawn puxou algo do cós da calça, uma faca pequena e, com velocidade e maestria, jogou, deixando cair a poucos centímetros do meu pé.

Mas não foi isso que me assustou, foi o fato de eu não ter movido um músculo durante todo o processo. Eu sequer pisquei.

Realmente confiava tanto assim nele ao ponto do meu corpo agir - ou não agir, neste caso - contra os próprios instintos porque sabia, ou achava que sabia, que ele não faria nada?

Me abaixei para pegar o objeto, mas Shawn foi mais rápido, chutando alguns centímetros para o lado.

O encarei.

— Você ainda é muito lenta. — provocou.

Apertei os lábios. Olhei para a faquinha, esperando o melhor momento para tentar pegá-la e, para tentar disfarçar, prendi os olhos em Shawn, que já me encarava.

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