Resolvi dividir esse em dois, ou seja, mais três capítulos e depois o epílogo.
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.Minha casa era pequena. Era uma apartamento, na verdade.
Uma cozinha integrada com a sala, uma suíte bonita e dois quartos. Mas a vista na varanda para a cidade fazia valer a pena.
Não fiquei exatamente no centro, achei muito barulhento. Passei minha vida morando em Terrace Bay e a outra parte em uma casa no meio do mato. Estar no centro de uma cidade grande, com todo o barulho do tráfego, me deixava agitada.
No meu terceiro dia em Londres, depois de organizar tudo na casa, fui para a universidade.
Desde nova eu pensava no curso que poderia fazer caso eu conseguisse entrar em uma faculdade, então eu só precisei fazer a matrícula. Por estarmos no meio do ano, perto do segundo semestre, iria começar em poucos dias.
Sabendo que não precisaria de muita coisa para o curso de Contabilidade, fui numa loja de materiais. Comprei uma calculadora, bolsa, caderno e canetas.
Na volta pra casa, resolvi passar numa lanchonete. Precisava andar pelo local, conhecer novas pessoas, voltar à uma vida tranquila.
Entrei na lanchonete, sentando em uma mesa do fundo, observando as pessoas. Uma garçonete perguntou o que eu queria e escolhi a primeira coisa que vi.
Olhei para a menina indo em direção à cozinha e não pude deixar de me lembrar de Grace. Encarei a mesa na minha frente, apertando os lábios.
Ouvi o sino da porta de entrada e automaticamente ergui a cabeça, para ver quem entrou. Isso se repetiu todas as vezes em que a porta se abriu.
Quando recebi a comida, terminei rápido, levantando e voltando para casa. Entrei, trancando a porta e colocando minhas coisas no sofá. Andei por todo o lugar, observando se tava em ordem, antes de voltar para a sala.
Desembrulhei o que havia comprado e, entediada, resolvi procurar algum emprego. Nada que tivesse relacionado à uma lanchonete.
Mais tarde, fiz meu jantar, tomei um banho e deitei na cama. Encarei o teto, inquieta, como acontecia todos os dias. Deixei o sono me levar, sabendo que assim o vazio no meu peito iria sumir por algumas horas.
Acordei chorando, assustada, nervosa e tremendo. Tateei a cama, procurando por algo que eu sabia que não iria encontrar.
Olhei ao redor, constatando que estava sozinha. Abracei um travesseiro, contendo as lágrimas que queriam sair pelos meus olhos.
"Você não pode ter medo de dormir, Camila. Quanto mais tensa ficar, pior vão ser os pesadelos.", as palavras dele vieram na minha mente.
O problema, é que eu não estava com medo de dormir. Eu estava triste. Estava com saudade.
Sabia que seria algo que eu teria que conviver pelo resto da minha vida.
Meu telefone apitou com uma notificação e eu franzi as sobrancelhas, confusa. Não havia criado amizade com ninguém aqui ainda.
Quando o peguei e desbloqueei, abri um sorriso imediato. Era Aaliyah.
Uma foto dela com Peter em um parque, ele estava de barriga para baixo em cima de uma toalha, olhando com atenção o colorido da estampa com Aaliyah ao seu lado, sorrindo enquanto tirava a foto.
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In The Dark
RomanceQuanto custa a sua vida? A minha valia vinte milhões de dólares. E agora, eu estava fugindo, com a pessoa que deveria ter me matado, esperando o momento em que ele iria concretizar seu objetivo. A pessoas se escondem atrás de peles falsas, que se ra...