Capítulo 2

191 18 1
                                    

No final da aula, Sarah Paulson rapidamente enfiou o pedaço de papel dobrado que ela tinha escondido no colo em seu dicionário de italiano, sob a capa de entrada.

— Desculpe por tudo isso. Eu sou Evan Peters. — O jovem cordial estendeu a enorme mão sobre a mesa. Sarah a apertou suavemente, e ele ficou maravilhado como o quão pequena a mão dela era em comparação com a dele. Ele poderia tê-la machucado simplesmente flexionando a palma da mão.

— Olá, Evan. Eu sou Sarah. Sarah Paulson

— Prazer em conhecê-la, Sarah. Desculpe-me, a Professora é uma imbecil. Não sei o que está incomodando ela. — Evan deu a Taylor seu título preferido sem sarcasmo.

Ela corou ligeiramente e virou-se para seus livros.

— Você é nova? — Ele insistiu, inclinando a cabeça um pouco como se estivesse tentando apanhar seu olhar.

— Recém-chegada. Universidade de São José. - Evan balançou a cabeça como se isso significasse alguma coisa.

— E você está aqui para um mestrado?

— Sim. — Ela gesticulou, estava em frente à sala de aula agora vazia. — Provavelmente não parece, mas eu deveria estar estudando para ser uma especialista em Dante. - Evan assobiou entre os dentes.

— Então você está aqui para ter aula com Taylor?

Sarah assentiu, e Evan notou que as veias do pescoço dela começaram a pulsar suavemente com um ritmo cardíaco acelerado. Como ele não tinha uma explicação para a reação dela, desistiu. Mas Evan se lembraria mais tarde.

— É difícil trabalhar com Taylor, por isso ela não tem muitos alunos. Estou escrevendo minha tese com ela, e há também ten Marin Hinkle que você já conheceu.

— Marin? — Ela lhe deu um olhar interrogativo.

— A arrogante da cadeira da frente. É aluna dela de doutorado, mas o objetivo dela é ser a futura Sra. Taylor. Ela mal começou o jogo e já está assando biscoitos para ela, se metendo no escritório dela, deixando mensagens telefônicas. É inacreditável!

Sarah assentiu com a cabeça novamente, mas não disse nada.

— Marin não parece estar ciente da estrita política de não confraternização criada pela Universidade de Toronto. — Evan revirou os olhos e foi recompensado com um sorriso muito bonito. Disse a si mesmo que teria que fazer Sarah Paulson sorrir mais vezes. Mas isso teria de ser adiado, por enquanto.

— É melhor você ir. Ela quer vê-la depois da aula, e vai estar esperando.

Sarah rapidamente jogou suas coisas em uma mochila gasta da L.L. Bean que ela tinha comprado quando era uma caloura de graduação.

— Hum, eu não sei onde é o escritório dela.

— Vire à esquerda quando sair da sala, em seguida vire novamente à esquerda. Ela tem o escritório no final do corredor. Boa sorte, e te vejo na próxima aula, se não antes.

Sarah sorriu agradecida e saiu da sala de aula.

Quando virou a esquina, viu que a porta do escritório da Professora estava entreaberta. Ela parou nervosa em frente da abertura da porta querendo saber se deveria bater primeiro ou dar uma espreitadela. Após pensar um momento, optou pela primeira. Endireitando os ombros, respirou fundo, susteve o ar, e colocou os dedos na frente do painel de madeira. Foi quando ela ouviu:

— Sinto muito por não ter te ligado de volta. Estava no meu seminário! — Uma voz irritada, muito familiar agora, cuspiu em voz alta. Houve um breve silêncio antes dela continuar: — Porque é a primeira aula do ano, idiota, e porque a última vez que falei com ela, ela disse que estava bem!

The Hell Of Holland TaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora