Capítulo 33

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Às oito horas da noite, Sarah deu os últimos retoques em seu cabelo enquanto sua namorada observava-a de longe na porta do banheiro. Ela a adorava. Era evidente em cada olhar, cada toque, e a maneira como olhava, sem piscar, para os gestos mais simples dela. 

Paulson estava ondulado seu cabelo e prendeu-o, jogando algumas poucos cachos pelo seu rosto, os cachos que Holland desejava envolver em torno de seus dedos. Seu esteticista em Toronto lhe dera um pequeno tubo de uma poderosa maquiagem corretiva, que foi concebida para cobrir até mesmo as piores cicatrizes. Foi tão eficaz que a loira já não teve que usar um lenço para esconder a mordida de Pedro. Apenas o fato de ser capaz de esquecer a cicatriz deixou-a feliz, especialmente porque o adorável cachecol de Virginia não teria combinado com seu vestido novo. 

Seu vestido era de seda verde esmeralda - de mangas compridas e com decote em V, como ela preferia, com o comprimento acima dos joelhos. Para completar, ela usava meias pretas com uma surpresa atachada, para fechar o look, escolheu seus scarpins Prada de saltos altos preto. 

— Permita-me. — A mais velha disse, agachado-se para ajudá-la. Ela pegou a mão dela e colocou-a em seu ombro, para ajudar o seu equilíbrio, enquanto levantou cada pé e calçou os scarpins nela. Holland usava um terno preto, e tinha os três primeiros botões da camiseta abertos. 

— Obrigada. 

— Qualquer coisa para você, Cinderela. 

Ela corou e balançou a cabeça lentamente, em seguida, beijou-a e sussurrou seus agradecimentos contra seus lábios. A mais a pegou pelo braço e levou-a para baixo em direção ao restaurante. 

Ambas caminhavam lentamente pelas ruas de paralelepípedo do Palazzo Vecchio, até o Palazzo dell'Arte dei Giudici e Notai, rindo e relembrando anteriores visitas a Florença. Tinham que andar devagar, pois caminhar em Florença de salto alto era mais do que um pouco desafiante. A cidade não mudou muito desde os dias de Dante. 

O restaurante que Holland havia escolhido chamava-se Murate Alle. Estava localizado em um salão do século XIV, a um curto espaço do Duomo, e ostentava afrescos de época incríveis, incluindo um retrato do próprio Dante. 

A garota ficou impressionada com a beleza das obras de arte e viu-se ligeiramente distraída enquanto o maître as conduzia à sua mesa. 

Holland tinha reservado um espaço tranquilo no sótão, com vista para a sala principal, logo abaixo do teto abobadado. Era a melhor mesa na casa, pois oferecia uma visão melhor e mais próxima das ilustrações medievais. Quatro anjos congelados em afrescos flutuavam acima delas, a loira pegou na mão dela, apertando-a. Ela estava em êxtase. 

— É lindo. Obrigada. Não tinha ideia que havia afrescos aqui. 

A mais velha sorriu perante o entusiasmo dela. 

— Amanhã à noite será ainda melhor. Massimo me disse que a minha palestra está agendada depois do fechamento do museu e haverá uma recepção com autoridades locais e acadêmicas. Mais tarde, haverá um banquete no interior da galeria. Será um evento semiformal, e nós seremos as convidadas de honra. 

A garota sorriu de forma restritiva. 

— Eu não trouxe nenhum vestido para um evento semiformal. 

— Tenho certeza que qualquer coisa que você trouxe ficaria bonito. Mas posso compreender que não queira usar o mesmo vestido duas vezes. Então vou ter que levá-la às compras. 

— Você tem certeza que não preferia que te deixasse ir sozinha? O banquete é uma celebração de sua palestra, assim você estará muito ocupada. Talvez ficasse mais à vontade se pudesse andar livremente. 

The Hell Of Holland TaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora