Capítulo 21

107 10 0
                                    

Enquanto Sarah esperava em seu apartamento, Holland agiu como um camaleão, misturando-se ao ambiente. Ela era encantadora e agradável com seus colegas, mas durante todo o tempo, suas entranhas estavam agitadas e sua mente estava longe. Teve que se forçar a comer e a declinar bebida sobre bebida. A morena estava convencida de que retornaria para um apartamento vazio. Paulson teria fugido.

Não era surpreendente... Ela sabia que isso eventualmente iria acontecer, só não pensou que seria esse segredo que iria separá-las. Taylor achava que não a merecia por diversas razões, motivos que escondeu como uma covarde. Não era uma questão de amor, não acreditava que ela pudesse amá-la. Em sua cabeça, não merecia ser amada. No entanto, esperava poder cortejá-la por tempo suficiente para que o carinho e a amizade pudessem uni-las, mesmo diante de sua escuridão. Agora era tarde demais.

Quando finalmente chegou em casa, ficou surpresa ao encontrá-la dormindo no sofá, com o rosto refletindo uma perfeita paz. Ela tentou bravamente resistir à vontade de tocá-la, mas não conseguiu. Estendeu a mão e suavemente acariciou seus cabelos longos e sedosos, murmurando tristes palavras italianas.

Holland precisava de música. Naquele momento, sentiu a necessidade da melodia e da letra para aliviar sua agonia. Mas a única música que para ela correspondia a esse momento era a versão de Gary Jules de Mad World. E ela não queria ouvir essa canção enquanto Paulson a deixasse.

De repente, seus olhos se abriram. Ela viu que Holland ainda usava as mesmas roupas. A mais velha sorriu, mas sua expressão era cautelosa.

— Eu não queria te acordar.

— Está tudo bem. Eu só estava cochilando. — Ela bocejou e sentou-se lentamente.

— Você pode voltar a dormir.

— Eu não acho que isso é uma boa ideia.

— Você comeu alguma coisa?

Ela balançou a cabeça.

— Você vai comer alguma coisa agora? Eu posso fazer uma omelete.

— Eu estou enjoada.

Taylor ficou irritada, mas se recusou a argumentar, pois tinha uma discussão muito maior pela frente.

— Tenho um presente para você.

— Holland, um presente é a última coisa que eu preciso agora.

— Eu discordo. Mas isso pode esperar. — Ela se moveu desconfortavelmente no sofá, sem tirar os olhos dela — Você está usando um cachecol e está sentada em frente a lareira, mas está tão pálida. Você está com frio?

— Não. — Sarah alcançou sua echarpe para retirá-la, mas os longos e finos dedos da mais velha pegaram a sua mão.

— Posso?

Ela retirou a mão e acenou com cautela.

Holland se aproximou, e a garota fechou os olhos quando seu cheiro a alcançou. Ela gentilmente o desenrolou do pescoço com ambas as mãos e colocou-o no sofá entre elas. Então estendeu a mão e arrastou os dedos por sua garganta.

— Você é tão linda. — Murmurou — Não admira que todos os olhos estavam em você esta noite.

A loira ficou tensa com suas palavras, e ela se afastou, abafando um gemido.

Seus olhos encontraram os pés dela, e ela percebeu que estava tão distraída que não se preocupou em tirar as botas. Mas a outra não se queixou.

— Sinto muito por colocar minhas botas no seu sofá. Vou tirá-las. — Ela alcançou um dos zíperes, mas Holland se moveu rapidamente para se ajoelhar sobre o tapete.

The Hell Of Holland TaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora