Capítulo 23

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O fim de semana de Sarah com Holland foi talvez um dos mais felizes da sua vida.

Ela carregou essas lembranças como talismãs durante toda a semana. Durante seu seminário na quarta-feira, nas tentativas persistentes de Marin de humilhá-la e embaraçá-la, e através dos incentivos bem intencionados, mas indesejáveis de Evan para apresentar uma queixa contra a Professora Singer.

A semana de Holland foi um inferno. Foi difícil para ela manter os olhos longe de Sarah em seu seminário, e o esforço a deixou irritada e de mal-humorada. Marin quase acabou com sua pouca paciência, implorando por reuniões extraordinárias para discutir (supostamente) a sua proposta de dissertação. Ela rejeitou todos os seus pedidos com um gesto de mão, o que só fez redobrar os seus esforços.

E Singer... Ela enviou um e-mail para ela:

Holland Taylor.

Foi bom ver você de novo. Eu senti falta das nossas pequenas conversas.

Sua palestra foi tecnicamente competente, mas eu estou desapontada que você apresentou de forma tão conservadora.

Você costuma ser aventureira. E livre.

Talvez a professora proteste demais...

Você precisa abraçar a sua verdadeira natureza e sair um pouco do tradicional.

Eu posso lhe dar apenas o que você precisa.

Eu posso lhe dar exatamente o que você almeja.

Sra. Ann

A mais velha olhou para a mensagem da Professora Dominadora Singer, como uma provocação, era evidente a falta do uso de letras maiúsculas no seu nome e nos pronomes. Sentiu repulsa nas suas palavras e na sua pessoa, ficou muito claro o quanto ela mudou desde seu último encontro. Holland não sentia nenhum fascínio por ela, nenhuma atração em tudo.

Talvez até mesmo antes de Sarah voltar, ela tinha começado a caminhar na direção à luz, uma viagem que tinha sido alimentada e incentivada por sua presença. A ideia lhe agradou.

Holland teve o cuidado de não responder ou excluir o e-mail. Em vez disso, fez exatamente o que tinha feito com suas outras mensagens. Ela a imprimiu e colocou em um arquivo em seu escritório. Não estava disposta a fazer uma queixa contra ela, visto que seu envolvimento inicial havia sido consensual. Mas não descartou a possibilidade de ameaçá-la com suas próprias palavras, em caso de necessidade. A mais velha só esperava que seu fascínio por ela continuasse, e que Ann se esquecesse principalmente de Sarah.

Em um esforço para se divertir, Holland passou a maior parte de seu tempo livre preparando seu encontro para comemorar o aniversário da loira ou praticando no clube de esgrima da universidade. Qualquer opção era muito mais saudável do que os seus antigos hábitos.

Toda noite ela ficava acordada olhando para o teto, pensando em Sarah e desejando que o seu corpo quente e suave, estivesse ao seu lado. Ela estava começando a ter dificuldade em adormecer sem a outra, e nenhuma quantidade de liberação de tensão (de qualquer forma) foi capaz de eliminar essa dificuldade. Ou a sua fome.

Fazia muito tempo, que ela não tinha um namoro formal – desde de Harvard, pelo menos. Holland se amaldiçoou por sua antiga estupidez ao pensar que suas depravações, era uma substituição adequada ou preferível para algo real. Algo puro.

Ela sentia falta do sexo, era verdade. Às vezes se perguntava como seria capaz de manter seu regime de castidade, se sua fome a ameaçava rasgá-la, embora estivesse trabalhando suas habilidades de sedução na doçura de SSarh. Holland não tinha intenção de se afastar dela. Ela não sentia falta da sua antiga alienação, de voltar para casa sozinha depois de estar num apartamento de uma amante e lavar os vestígios de seu corpo como se fossem contagiosos. Não sentia falta da sua auto repulsa que sentia quando ela refletia sobre seus antigos casos amorosos, mulheres conquistadas que nunca teria apresentado a Virgínia.

The Hell Of Holland TaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora