The Hell Of Holland Taylor

Capítulo 8

Patrícia sentou-se ao balcão da cozinha de Holland, na manhã de quinta-feira, bebendo um café com leite e debruçada sobre uma Vogue francesa. Não era o seu material de leitura normal. A escrivaninha da garota na Filadélfia estava repleta por livros sobre política, relações públicas, economia e sociologia, todos na esperança de que algum dia um de seus superiores iria pedir sua opinião, ao invés de pedir a ela para xerox de outra pessoa. Agora que ela estava em uma licença de seu trabalho, tal como estava, ela teve tempo para ler além da política para o prefeito.

Ela estava se sentindo melhor nesta manhã. Muito melhor. Sua conversa com John na noite anterior tinha sido boa. Embora continuasse decepcionada que o casamento estivesse cancelado, ele lhe disse repetidas vezes que preferia tê-la a um casamento.

"Nós não temos que nos casar imediatamente. Podemos adiar o casamento até que você termine o seu luto. Mas ainda quero você, Patrícia. Eu vou sempre te querer como minha esposa, como minha amante... Agora, eu vou aproveitar o que posso ter, porque eu te amo. Volte para mim."

As palavras de John queimaram através da névoa de depressão e tristeza que nublava a mente de Patrícia. E, de repente, tudo ficou claro. Ela pensou que estava fugindo de Bennett, de seu pai e do fantasma de sua mãe. Mas talvez estivesse correndo de John também, e ouvi-lo expressar essas palavras... Como se fosse possível para ela deixá-lo. Como se ela pudesse mesmo ficar longe dele.

Sua declaração tinha quase partido o coração da garota e a fez perceber o quanto realmente queria ser sua esposa. E o quão determinada ela estava em não deixá-lo esperar muito tempo para ser sua esposa, enquanto ela se organizava. A vida era muito curta para ser infeliz. Sua mãe havia lhe ensinado isso.

Holland entrou na cozinha usando seus óculos, beijou o topo de sua cabeça e deslizou um maço de dinheiro na frente dela. Ela olhou para o dinheiro suspeitosamente e atenciosamente o folheou, seus olhos se arregalaram.

— O que é isso?

A mais velha limpou a garganta e se sentou ao lado dela.

— Você não vai às compras com Paulson?

Ela revirou os olhos.

— É Sarah, Holland. E não, não vamos. Ela está ajudando um cara chamado Evan em algum projeto durante todo o dia. Depois, ele vai levá-la para jantar.

"Papa-Anjo filho da puta!" pensou a mais velha ao ouvir o que sua irmã havia dito. O palavrão surgiu em sua mente, espontaneamente e sem censura, e ela ficou tensa, um rosnar baixo saiu de seu peito.

Patrícia deslizou o dinheiro de volta para ela e voltou-se para sua revista.

Holland colocou o dinheiro na frente dela novamente.

— Pegue-o.

— Por quê?

— Compre algo para sua amiga.

Os olhas de Patrícia se estreitaram.

— Por quê? Isto é um monte de dinheiro.

— Eu sei. — Ela disse calmamente.

— São quinhentos dólares. Eu sei que você tem dinheiro para desperdiçar, mas poxa Holland, é um pouco demais!

— Você já viu seu apartamento?

— Não. E você?

Ela se moveu em seu banquinho da bancada.

— Foi só por um momento. Ela pegou chuva e eu a levei pra casa e...

— E? — Patrícia a envolveu com um braço por cima do ombro e se inclinou em direção a ela com um sorriso malicioso. — Extravase.

Holland empurrou seu braço do ombro e a olhou.