Doce de pêssego- parte 2

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Eram duas horas da manhã e Zenitsu estava procurando lugares para piquenique na internet.

Claro, ele era ansioso; queria logo escolher o melhor lugar o mais rápido o possível para passar o aniversário de namoro com o amor da sua vida.

Mas mesmo assim... O aniversário de um ano deles seria dali à um mês.

—Hmmmm....— Se espreguiçou, terminando de anotar o último lugar que havia colocado numa lista.

"Amanhã quando eu tiver mais descansado eu revejo essa lista e escolho qual é o melhor lugar..."— Olhou para o relógio do computador—"Caralho... Duas horas da manhã... Eu devia ir dormir..."— O Agatsuma então desligou o computador e o guardou.

Se enfiou debaixo das cobertas. Estava tão cansado que achava que iria conseguir dormir sem muita dificuldades, mas cinco minutos após deitar–se na cama; sua mente foi bombardeada com uma pergunta:

"Eu devia pensar num presente pra ele, não devia...?"— E abriu os olhos novamente.

"Claro que eu devia!"— Virou–se para o lado— "É nosso aniversário e ele já vai fazer um monte de coisa por mim, eu devia dar alguma coisa pra ele também! Mas o que...?"— E virou–se de bruços na cama—"Hm... O que eu poderia dar...? Tem que ser algo especial, é uma data importante..."— E virou–se novamente, dando uma volta completa na cama.

Zenitsu passou um bom tempo pensando, até pegar seu celular, abrir e Google e fazer várias pesquisas como "Presentes para namorado"; "Que presente dar para meu namorado"; "O que dar de presente no aniversário de namoro de um ano" e "Não sei o que dar de presente pro meu namorado, socorro"

Passou um bom tempo pesquisando e pensando, tanto que acabou indo dormir às 4:10 da manhã, mas no final; conseguiu pensar em algo que combinaria perfeitamente com Tanjirou.

~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~

Tanjirou estava trocando de sapatos. Não poderia acompanhar o resto dos amigos na ida de volta para casa já que tinha prometido ajudar na padaria durante a tarde e obviamente Zenitsu disse que o acompanharia indo embora mais cedo também.

O Kamado havia acabado de trocar os sapatos quando o cheiro da chuva que estava caindo forte naquele momento se misturou com outro cheiro: O de lágrimas. Obviamente se preocupou pois havia apenas uma pessoa por perto que poderia estar chorando naquele momento.

—Zen? Eu senti o cheiro de lágrimas! Tá tudo bem?!?— Perguntou correndo até o mais velho que estava choramingando.

—T–Tanjirooou, eu acho que alguém roubou meu guarda–chuva...— Disse choroso.

—Ahm? Roubou?— Por mais que fosse um motivo meio "bobo", Tanjirou já estava acostumado com seu namorado que chorava por qualquer coisa— Tem certeza que você procurou direito?

—Eu tenhooo— Apontou para um dos porta guarda–chuva que ficava no hall de entrada— Eu tenho certeza absoluta que eu coloquei ele ali! Mas ele não tá naquele nem em nenhum outro— Tanjirou começou a passar os olhos pelo porta guarda–chuva procurando o do namorado.

—Não é aquele ali?— O loiro negou.

—Eu até pensei que fosse o meu, mas ele tá quebrado e o meu tá novinho...— Fez bico.

—Hmmm... Realmente não tá aqui...

—Quem faria uma maldade dessas? Não passou pela cabeça da pessoa que me roubou que eu teria que ir pra casa na chuva? Por que alguém seria tão egoísta assim?— Apesar de ter motivos para estar chateado. O loiro começou a fazer drama, deixando a situação maior do que parecia— Todos me pisam e me odeiam e me maltratam e machucam o meu coraçãozinho...

—Calma amor— Disse com toda a paciência do mundo enquanto pegava o próprio guarda–chuva— Talvez alguém tenha pego o seu por engano, você quer dividir o meu?

—Eu posso mesmo?— O Agatsuma imediatamente parou de chorar e olhou para o namorado com uma carinha esperançosa.

—Claro que sim, não posso te deixar sozinho nessa chuva né?

O loiro então imediatamente se jogou nos braços do maior, passando os braços ao redor de seu pescoço.

—Meu herói!!!— Tanjirou apenas sorriu um pouco.

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O guarda–chuva de Tanjirou era relativamente pequeno; então os dois tiveram que andar bem juntinhos, mas isso não era problema nenhum para eles; bem longe disso, Zenitsu aproveitou a oportunidade para se agarrar no braço do Kamado e ficar o mais próximo o possível.

—Você não está se molhando né?— Perguntou o ruivo preocupado.

—Não não, tá perfeito...— Mesmo que estivesse se molhando; Zenitsu não perceberia. A sensação de estar momento dividindo um guarda–chuva com a pessoa que amava era simplesmente estonteante para ele, era tão romântico— Mas você não tá se molhando, né?

—Não, por mais que meu guarda–chuva seja pequeno, você tá tão perto que não ocupa muito espaço— Disse com um sorriso.

—Isso é ótimo...— E continuou se aconchegando no braço do maior, que sorriu admirando a fofura que era seu namorado.

—Tem mesmo chovido muito nesses dias né? Eu espero que não chova no nosso aniversário— E com isso a paz de Zenitsu sumiu.

"Aí é verdade! Eu nem considerei emprevistos não é mesmo? E se chover? E se fizer tanto calor que a gente não se aguentar? O dia vai ser arruinado!"

—Mas eu acho que até lá a época de chuva vai ter acab....

—Não se preocupe com isso!— Quase gritou— E–Eu vou escolher um lugar que tenha alguma parte coberta pra gente se abrigar caso chova.

—Ah é verdade— O Kamado sorriu novamente— Você é incrível mesmo amor, sempre pensa em tudo!

—Ah que isso— Virou o rosto para o lado e riu de nervoso, mesmo que estivesse perto de fazer um ano de namoro com alguém que o elogiava com frequência; Zenitsu sentia que nunca iria conseguir receber elogios como uma pessoa normal.

~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~

—Oh Zenitsu— Kaigaku chamou— Chegou encomenda pra você!

—Ah valeu Kaigaku!— O mais novo saiu do sofá e foi correndo para receber a encomenda.

—O que é isso?— Perguntou Jigoro curioso se aproximando do neto curioso.

—Ah, isso daqui é o presente do Tanjirou, vou dar no nosso aniversário de um ano— Colocou um dos objetos de lado e pegou o outro— E isso aqui é um jogo novo que eu comprei— E tirou seu novo Dating Simulator de dentro da caixa.

Jigoro olhou para capa e sua expressão mudou bruscamente, então olhou para o neto nos olhos bem sério e falou:

—Zenitsu.

—Ahm...?

—Isso é safadeza?— O loiro quase pôde sentir sua alma escapando de seu corpo e voltando logo em seguida de tanto medo.

—N–Não...— Jigoro continuou o olhando com a mesma cara.

—Tem certeza?

—C–Claro que eu tenho! Eu tenho cara de quem gosta dessas coisas?!?— Disse tentando soar o mais convincente o possível.

Enquanto isso Kaigaku ia para a cozinha beber água na tentativa de impedir que seu avô percebesse que ele segurava o riso, pois sabia muito bem que o que mais tinha nos jogos que Zenitsu gostava era safadeza.

—Sei— Não estava 100% convencido, mas preferiu acreditar no neto.

—B–Bem... Eu vou... Levar isso pra dentro... Hehe...— Pegou os dois objetos e foi levando para o quarto, escapando por um triz.

Padaria KamadoOnde histórias criam vida. Descubra agora