Camarão frito

666 75 288
                                    

—Urgh...— Um gemido sofrido sofrido chamou atenção dos irmãos Kamado no café da manhã.

Todos olharam com preocupação para o primogênito dos Kamado que mantinha a cabeça baixa e uma expressão sofrida. O motivo? Calor, com o verão chegando a seu ápice as temperaturas foram apenas aumentando e o pobre Kamado continuou sofrendo mais e mais.

—Nii-chan, você tá bem...?— Hanako perguntou preocupada.

—Jesus Cristo... Eu fiz alguma coisa pra viver o literal inferno na terra...?— Perguntou arregaçando as mangas do uniforme e se abanando com a mão— Eu não sei como você aguenta, Takeo...— Disse olhando para o irmãozinho que estava de casaco preto em pleno verão, fazendo um contraste com o irmão que estava quase evaporando as seis da manhã.

—Agora que tá de manhã tá mais fresco, mas perto de meio-dia nem eu aguento.

—Tem certeza que não é uma boa idéia cortar o cabelo nii-chan?— Perguntou Shigeru.

—Não...— Apesar de estar quase evaporando, Tanjirou ainda achava que valia mais a pena sofrer daquele jeito e fazer sua mãe feliz— Eu tô bem assim...

—Eu tô achando que eu vou...— Disse Nezuko, fazendo todos ali serem pêgos de surpresa.

—Você quer cortar o cabelo, Nee-san?— Perguntou Rokuta.

—Eu ainda não decidi... Faz muito calor, mas o meu cabelo é tão bonito...— Nezuko se interrompeu ao ver que seu irmão mais velho a encarava fixamente— Nii-chan? O que foi?

A verdade era que Tanjirou estava morrendo de inveja! O uniforme de verão feminino que Nezuko usava era muito mais aberto, aparentava ser bem mais fresco e tinha aquela saia que deixava as pernas livres enquanto ele tinha que passar o dia todo usando aquele tecido quente! Ele queria tanto usar um uniforme fresco como aquele...

—Eu queria usar saias...— Disse aleatóriamente, sem perceber como tinha saído sua resposta fora de contexto.

Os mais novos ficaram cerca de um minuto em silêncio olhando uns para os outros tentando entender o que tinha acabado de acontecer ali.

—Nii-chan... Tem alguma coisa que você queira contar pra gente...?— Perguntou Nezuko.

—Hm...

—Acho que ele tá alucinando por causa do calor— Apontou Takeo.

—Nossa... Do jeito que as coisas tão era melhor você entrar dentro do freezer de sorvete lá da padaria— Hanako brincou, fazendo todos soltarem umas risadinhas.

O único que não riu porém foi o mais velho dos irmãos. Ao invés disso ainda sem dizer uma palavra, o garoto se levantou repentinamente da mesa com uma expressão indecifrável.

—Nii-chan?— Perguntou Rokuta, tão confuso quanto aos outros.

Tanjirou porém não respondeu, apenas virou-se de costas para os irmãos e abriu a porta que dava acesso a área da padaria, o que não passou despercebido por sua mãe que estava no balcão que ficava bem perto da porta.

—Filho? Tá tudo bem?— Kie logo percebeu que tinha algo errado e o fato de Tanjirou não lhe responder e simplesmente continuar andando deixou aquilo ainda mais claro— Tanjirou...?— Naquele momento os outros cinco irmãos já estavam na porta da cozinha tentando entender o que diabos estava acontecendo com o irmão deles.

Kie continuou sem entender nada, mas para os menores tudo ficou claro quando o ruivo abriu o congelador de sorvete que tinha ali na padaria e levantou uma perna como se estivesse prestes a entrar ali.

—Onni-chan! Não!!!

~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~

—Ugh...— Tanjirou choramingou mais uma vez.

Padaria KamadoOnde histórias criam vida. Descubra agora