Padaria Kamado

Gelatina

—Ugh....— Tanjirou choramingou.

—Ugh...— Zenitsu seguiu o exemplo de seu namorado ao lado e choramingou igualmente dramático.

—Que calor...— Os dois disseram sofridos ao mesmo tempo.

Geralmente durante os dias quentes de verão Tanjirou ia praticamente todos os dias para a casa de seu namorado aproveitar não só sua companhia como seu ar-condicionado mas aquele dia por algum motivo tinha sido diferente e agora era o loiro que tinha vindo visitar o garoto de brincos, o que logo se provou uma péssima escolha visto que aquele dia rapidamente ficou particularmente tão quente que até mesmo Zenitsu que tinha uma certa resistência ao calor estava sofrendo.

Os dois agora estavam deitados no chão da sala dos Kamado com as pernas e os braços esticados e expressões de sofrimento. Tanjirou usava o que era praticamente seu uniforme de verão: uma camisa regata laranja e uma bermuda vermelha, mas sentia que teria que trocar de roupa em breve já que esta estava começando a ficar úmida pelo suor. Zenitsu daquela vez tinha deixado as roupas todas pretas de seu irmão em paz e agora usava uma blusa branca com uma estampa de um anime que ele gostava e usava uma bermuda amarela.

—Calor? Calor?!?— O mais velho reclamou com o tom de voz que tinha toda vez que começava um de seus exageros que mais pareciam birras de criança enquanto começava a rolar no chão e sacudir os braços de forma afobada— Isso é pouco pra descrever! O que a gente tá passando é uma amostra grátis do inferno! Por que estamos passando por isso?!? Que coisa horrível a gente fez pra merecer esse sofrimento?!?— A reclamação do Agatsuma não chamou atenção apenas de seu namorado que estava ao seu lado, mas também de Nezuko e Takeo que estavam ali por perto sentados na bancada da sala.

—Eu acho que sou obrigado a concordar com você...— Geralmente era Tanjirou que acalmava o loiro quando ele começava com aqueles exageros, mas daquela vez se sentia forçado à concordar com ele.

—Bem, não é pra menos... Vocês com esse cabelão aí— Apontou Takeo.

—Eu já disse que não posso cortar, Takeo...— Rebateu Tanjirou.

—Não disso eu sei, mas eu não sabia ele?— Takeo perguntou confuso olhando para Zenitsu— Não sabia que gostava de cabelo grande também.

O loiro então se sentou no chão para encarar o cunhado e o motivo da confusão do garoto ficou ainda mais evidente: seu cabelo que geralmente era mantido mais curto agora havia crescido consideravelmente, devia estar quase chegando na altura de seus ombros e tinha mechas de sobra caindo por cima de seus olhos e atrapalhando sua visão.

—Não gosto...— Disse tentando tirar todo aquele cabelo de seu rosto— Na verdade eu devia ter cortado já faz mais de um mês...

—Ué? Por que cê não corta então?— Perguntou o mais novo confuso.

—Olha, querer eu quero, só que toda vez que é pra eu ir no cabelereiro acontece alguma coisa de última hora...

—Nossa... Que azar...

—Ah! É esse o problema?— Perguntou Nezuko, tirando os olhos do celular para olhar para o amigo— Por que você não disse isso antes? Eu posso cortar pra você!

—Que? Sério?— Perguntou Zenitsu surpreso.

—Hmhm! Aqui em casa eu e a mamãe cortamos o cabelo de todo mundo! Eu podia facilmente cortar o seu agora!— Assegurou.

—Ahm, obrigado, mas não precisa...— O loiro respondeu um pouco envergonhado, já estava acostumado com a família Kamado, principalmente Nezuko, mas por alguma razão sentia que seria um pouco estranho se ele tivesse vindo na casa do namorado para cortar o cabelo.