Zenzai

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Era uma noite muito quente. O verão não deixava de castigar ninguém nem mesmo quando o sol cessava dando lugar ao céu noturno e estrelado.

Isto não era um problema para Zenitsu visto que ele tinha o privilégio de ter um ar–condicionado em casa. Ou ao menos não deveria ser, pois a tal maquininha sagrada simplesmente havia parado de funcionar já fazia uns dez minutos, minutos estes que o Agatsuma passou cutucando o aparelho tentando fazê–lo voltar a funcionar, mas nada aconteceu.

Derrotado; o loiro resolveu pedir ajuda. À aquela altura seu avô já deveria estar dormindo, mas para a sorte de Zenitsu ele conhecia outro vagabundo que ficava acordado até altas horas mesmo que tivesse que acordar cedo no dia seguinte.

O garoto então saiu de seu quarto e bateu na porta do quarto do irmão, sendo atendido por um Kaigaku mal–humorado.

—Zenitsu? Tem noção de que horas são? Que que tu quer capeta?

—Kaigaku–ni, o meu ar–condicionado simplesmente parou de funcionar e eu não consigo ligar ele de novo, você pode me ajudar? Por favor?— Kaigaku ficou em silêncio por alguns segundos.

—Que que tu fez com ar–condicionado, carrapato amarelo?

—Eu juro que eu não tava mexendo! Só parou de funcionar!— O mais velho suspirou.

—Tá, deixa eu ver...

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—K–Kaigaku, eu acho que não é uma boa ideia fazer is– O mais novo reprimiu um gritinho assustado quando Kaigaku simplesmente meteu um tapão com muita violência no ar–condicionado, chegou a voar poeira para todo o lado.

—Cof cof cof! Caralho! Há quanto tempo você não limpa esse negócio?

—Há um bom tempo...— Admitiu— Acha que é por isso?

—Não, se fosse isso no máximo ele taria soltando água, mas funcionaria ainda.

—O que será que é então...?— O mais velho deu outra pancada bem forte no ar–condicionado.

—Não vai nem na base da violência, então eu não faço idéia. Você vai ter que esperar até amanhã pro vovô ver se manda consertar— Zenitsu suspirou decepcionado.

—O que eu faço agora...?— Choramingou, Kaigaku ficou em silêncio por alguns segundos.

—Pode dormir no meu quarto até consertarem, se quiser.

—Posso mesmo?— O mais novo perguntou esperançoso.

—Pode, afinal tá fazendo um calorão hoje— O mais velho foi em direção à porta— Trás um futon e vem logo, eu vou tirar o tapete.

—Muito obrigado Kaigaku–ni!

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Zenitsu se deitou no futon ao lado da cama do irmão que havia acabado de colocar o tapete no canto do quarto.

—Eu vou apagar as luzes, ok?

—Ok!— Zenitsu começou a se acomodar embaixo das cobertas— Hmm... Geladinho...— E só então percebeu que Kaigaku estava demorando demais para desligar a luz. Confuso, Zenitsu olhou para o irmão e viu que ele estava o encarando— Kaigaku? O que foi?

—Ah, nada demais é que...— O moreno colocou a mão um pouco abaixo de sua cintura— Da última vez que você veio dormir no meu quarto você era mais ou menos desse tamainho, você ainda tinha até cabelo preto— Zenitsu piscou duas vezes, totalmente desacreditado do que acabou de ouvir.

—Caralho Kaigaku, eu sei que tu tem alma de velho, mas você agora agiu mais como velho do que o normal.

—Só queria poder usar essa alma de velho pra me aposentar logo...— Suspirou e apagou as luzes, usando a iluminação do celular para voltar para a cama.

Padaria KamadoOnde histórias criam vida. Descubra agora