Capítulo 1

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Eu me agachei atrás de uma caixa de correio azul enferrujada e prendi a respiração.

Não era o mais auspicioso dos esconderijos, mas era mais perto do beco fedorento e úmido em que pretendia me esconder do que qualquer uma das minhas outras opções de cobertura.

Fiz uma careta para a areia enferrujada que espalhou na minha mão, mas olhei cuidadosamente ao redor da caixa.

Gideon da Casa Lightwood, ou como eu o chamava, o Idiota; ainda estava cutucando os arbustos onde eu havia me escondido do lado de fora do banco do outro lado da rua.

Era agora ou nunca.

Eu corri para o beco que cortava entre um café popular, Dream Bean, e o que costumava ser o prédio de um jornal agora extinto. Tive que abrir caminho entre os sacos de lixo que borbulhavam da lixeira do café, mas não me importei. O lixo cheirava fortemente a borra de café e quase encobria o cheiro de comida podre.

Não era um lugar tão ruim para se esconder. Eu já estive em muito pior.

Eu circulei até a parte de trás do café, que deveria ser uma zona neutra. Na verdade, todo o centro da cidade era neutro, mas diga isso aos palhaços da Casa Lightwood ou a qualquer outro dos magos que pensavam que poderiam me empurrar.

Aos vinte e dois anos, você pensaria que eu teria passado da idade do bullying, mas a comunidade sobrenatural reflete o que é selvagem, eu acho. Os mais fortes prosperam enquanto os demais são todos jantar. Com minha pequena lasca de magia, eu era inferior ao jantar. Eu nem era um lanche.

Meu celular explodiu em uma música alegre e alta. Eu mordi de volta uma maldição enquanto o puxava do bolso da minha jaqueta e me atrapalhei para silenciá-lo.

Quando dei uma olhada no identificador de chamadas, deslizei para atender. Dobrei meu ritmo, então andei com força pelo minúsculo estacionamento do Dream Bean e pulei no calçadão que se estendia ao redor do perímetro do lago que se agachava no meio da cidade.

— Ei mãe.

— Olá meu raio de sol! Como você está?

Olhei por cima do ombro, mas não vi Gideon, o Idiota, então era seguro seguir o calçadão para longe do centro da cidade.

— Um pouco ocupado. — Eu disse vagamente. Sempre que possível, tentava não deixar meus pais saberem sobre meus... desentendimentos com alguns dos magos de outras casas. Isso só deixava minha mãe ansiosa e meu pai com raiva, mas não era como se eles pudessem fazer mais do que já haviam feito. Não era culpa deles eu ter uma magia tão ruim. — Você precisa de algo? Estou voltando para casa.

— Sim. Seu pai e eu precisamos falar com você.

— Ok. Eu vou te encontrar quando eu voltar.

— Não, vamos encontrá-lo no Claustro da Cúria. — Disse ela, citando o único edifício mágico público da cidade. Servia como uma sala de reuniões, tribunal e casa segura para qualquer pessoa na comunidade mágica, então era muito estranho para nós nos encontrarmos lá, ao contrário da Casa Jeon, que era muito mais privada.

Olhei por cima do ombro, ainda sem Gideon.

— Está tudo bem?

— É claro! — Minha mãe disse em uma voz alegre que parecia totalmente falsa. — É que... percebemos que precisamos fazer algumas mudanças.

Cidade da Magia 1 - Magia Forjada - Trilogia Misericórdia e Corrida de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora