AMANTE - malila (adaptação)

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- Não podemos fechar contrato enquanto essa vadia não aceitar nossos preços. - Ouvi Danilo dizer bravo no telefone. 

Ele está a exatamente 1 hora em ligação, resolvendo problemas de seu trabalho, enquanto eu revejo o último contrato da srta. Marília. 

- Tente marcar uma reunião com essa negligenciadora! - Desligou. - Que inferno! - Gritou, jogando o celular no sofá. 

- O quê foi dessa vez, Danilo? - Perguntei calma, já acostumada com esse show. 

- Uma mulher nojenta não aceita nossos preços, por isso não quer fechar contratos conosco. Faz dias que estou tentando um contato com ela, mas ela se recusa uma reunião, só uma. 

- As vezes ela está com a agenda lotada, já pensou nisso?! 

- Já sim Maraisa, mas impossível, negar apenas uma reunião? 

- Entre em contato com a secretária dela, quem sabe ela possa te dar uma luz. - Sorri fraco. - Chega por hoje. - Fechei a pasta com os contratos. - Estou cansada. 

- Como foi seu dia? - Perguntou caminhando até mim e fazendo um carinho gostoso em meu ombro. 

- Tirando algumas coisas, foi maravilhoso. 

- Vai lá descansar. - Beijou a curva de meu pescoço. 

- Hoje não, hoje eu quero você. - Ele sorriu beijando meus lábios. 

No outro dia, acordei 20 minutos mais cedo que o normal e peguei o primeiro ônibus, chegando antes de Marília. Deixei os contratos em sua mesa, e quando me virei para sair, dei de cara com ela. 

- Bom dia senhorita. - Sorriu. 

- Bom dia. 

- Não chegou atrasada hoje. - Deixou sua bolsa em cima da mesa. - Esses são meus contratos?

  - Sim. - Respondi seca. 

- Ótimo, reveja mais esses. - Me entregou uma pasta pesada. - Não tenho paciência. 

- Estou aqui para ser sua secretária, não sua empregada pessoal. - Coloquei em cima da mesa novamente caminhando até a porta. Porém, ela foi mais rápida e entrou na minha frente. 

- Está me desafiando? - Encarou fundo meus olhos. - Olha só! - Apertou meu braço. - Não ouse fazer isso de novo se não eu... 

- Você o quê? - A interrompi. - Acho bom ter um bom advogado pois vou lhe denunciar por agressão! 

- Nunca te toquei garota, se enxerga! 

- Tem certeza? - Encarei meu braço fazendo ela olhar também e soltar. 

- Podemos resolver sem drama. - Saiu da frente da porta. - Quanto quer? 

- Quer comprar meu silêncio? Você é uma babaca! 

- Se fizer isso você vai... 

- Acabar com sua imagem de queridinha na internet? - A interrompi. - Ninguém cai mais nesse papo. -Ela sorriu de canto. 

Talvez, só talvez, eu tenha ficado sem emprego. 

- O quê aconteceu? Está mostrando suas garras? No dia em que estava implorando por um emprego não estava desse jeito! Então abaixa sua bolinha, se depender de mim você nunca mais arruma um trabalho na sua vida!

- Não vou ficar aqui aguentando desaforo seu. - Abri a porta e sai. 

- Cuidado para não acabar se afundando! - Última coisa que escutei ela gritar.