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- Quem é ele, Marília? - Perguntei com certa dúvida.

  - Ele é meu estilista, amigo de longa data. Também é sócio da Vivara, uma das maiores joalherias do país. 

- Tudo bem, querida? - Ele perguntou animado. - Meu nome é Julyer . - Mexeu em meus cabelos e parou em minha frente. - Marília me disse que era bonita, não imaginei que fosse tanto. - Sorri sem graça. 

- Ele ficará responsável por você. - Ela disse. 

- Como assim? 

- Julyer trouxe jóias e colares, escolhe qual você quer e depois eu pago. 

- Vem. - Ele me puxou pela mão. - Gosta de anéis com muito brilho? 

- Não, na verdade... 

- Já sei, você não tem cara de quem usa essas coisas caras, então vou pegar algo mais simples. - Me interrompeu. 

Encarei Marília que estava de braços cruzados enquanto sorria. 

- Nós podemos conversar? Rapidinho, ali na sala. - Ela concordou com a cabeça e me acompanhou. - Eu já falei que não quero que gaste seu dinheiro comigo. 

- Doutora, pare de ser tão careta! Aceite logo, eu estou pagando.

- Justamente por isso! 

- Então compra você. - Deu de ombros. - É só um agrado, e eu sei porquê você não quer aceitar. 

- Então diz. 

- Porquê seu marido vai achar estranho você com outras jóias. 

- Não era isso, mas também não tinha pensado nessa hipótese. 

- Escolha apenas um anel, e eu não compro mais nada. Só um. 

Segurou meu rosto entre suas mãos. 

- Encare como um presente meu para você. - Me deu um selinho demorado. 

Não respondi, apenas caminhei para a cozinha novamente. 

- Não gosto de nada muito brilhante. - O homem sorriu. 

- Temos várias opções. 

- Arrase na sua escolha, doutora. - disse ela. - Vou subir para tomar um banho, depois eu volto. 

Fiquei uma hora mais ou menos escolhendo uma jóia com Julyer, no fim, peguei um anel de ouro delicado, com uma pequena borboleta em cima. Marília pagou, o quê me deixou um pouquinho envergonhada, mas não questionei nada. Sei que depois ela insistiria em me chamar de careta. 

- Fez uma ótima escolha, doutora. - Disse enquanto analisava o anel. - Deixe-me fazer uma pergunta. 

- Pode falar. 

- Está com suas malas prontas? 

- Sim, por que? 

- Está tendo um problema urgente na Salware, tem alguns minutos já, e eu vou precisar ir para lá. Sei que você já queria voltar hoje, então peço que vá comigo. 

- E por que não avisou que estava tendo essa problema? 

- Porquê eu sei que você desistiria de escolher o seu presente, preferi não falar. Porém, nós teremos que ir de carro, pois o imbecil do Gustavo está ocupando meu piloto. 

A viagem que duraria em torno de seis a sete horas, Marília fez três. Com certeza acumulando algumas multas e tirando alguns pontos de sua carteira. Ao chegarmos na empresa, vários de seus funcionários estavam com suas feições preocupadas, enquanto corriam de um lado para o outro. 

AMANTE - malila (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora