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- Dormir aqui? Enlouqueceu?

Ela riu. 

- Marília, se você é irresponsável, eu não sou! Temos que voltar, eu preciso trabalhar. 

- Ei? Calma! - Deu risada. 

- Não estou entendendo o motivo da graça! 

- Você aí toda desesperada é extremamente divertido! Pode me ouvir pelo menos? Eu tenho que ir para São Paulo amanhã, e você terá que ir comigo, não é advogada de seu esposo? Vamos ver a base da empresa que ele escolheu, e de quebra, ver o contrato pra mim assinar. - Apenas encarei. - Pode parar de surtar agora? 


- Sem graça! - Me levantei. 

- Aonde vai? 

- Não lhe interessa! 

Deixei ela sozinha lá fora, indo para o quarto qual tinha ficado a poucas horas. Eu tenho que ir pra minha casa, não consigo ficar aqui com ela fingindo que está tudo bem. 

Peguei meu celular, e nele tinha uma ligação perdida de Danilo. O quê me fez revirar os olhos, não deveria me ligar estando a trabalho. 

- Não vai fugir de mim dentro de minha própria casa. - Marília exclamou escorada na porta de braços cruzados. 

- Não deveria nem estar aqui. 

- Tudo bem, você já disse isso. - Fechou a porta, caminhando até mim e deitando na cama, encarando meus olhos. - Sabe que horas são? 

Apenas neguei com a cabeça. 

- Hora de você deixar eu te beijar novamente. - Ri alto. 

- Você é maluca? Quantas vezes vou ter que repetir que isso é totalmente errado, e que sou casada? 

- Seu marido não é um problema pra mim. - Sorriu. 

- Isso é errado! 

- Por que não se permite viver essas emoções? Nunca beijou uma mulher na vida? 

- Nunca trai na verdade, e não faria isso agora, principalmente com... 

- Sua chefe. - Revirou os olhos. - Você só sabe falar isso? Não pode esquecer pelo menos nesse finalzinho de domingo? 

- Não, não posso, e acho que você deveria me deixar sozinha aqui. 

- Pra quê? Minha companhia não te agrada? - Nossos olhos foram automaticamente para o meu celular que estava vibrando. - Por quê ele está te ligando? Era pra estar trabalhando! - Puxou o celular. 

- Marília, não! 

- O quê acha que ele vai fazer se souber que está comigo em pleno domingo? 

- Provavelmente surtar, devolva meu celular!  Ela deslizou o dedo devagar para atender, mas no fim, acabou recusando e me devolvendo. 

- Não vou fechar contrato com ele. - Se levantou. 

- Ele não fez nada demais! 

- Eu o mandei para trabalhar, não para fazer ligações a você. O quê acha que ele sente? Saudades sua? 

- Sim, o quê temos é verdadeiro! 

- Não existe amor verdadeiro! - Disse séria, em seguida saiu do quarto rapidamente. Aparentemente ela ficou incomodada. 

AMANTE - malila (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora