Marília?! - A chamei pela casa que aparentemente estava vazia.Até escutar o latido de um cachorro na parte de fora. Ao caminhar para lá, tive a visão dela deitada de short e camiseta na grama, enquanto brincava com o animal. Sorri com isso.
- Bom dia, doutora. - Ouvi sua voz alegre me tirar do transe.
Hoje o dia está lindo, no meu campo de vista, com um sol quente, e um pouquinho da brisa do vento gelada. Minas Gerais tem um clima extremamente bom e dá uma sensação de paz.
- Bom dia. - Sorri ao ver o cachorro correr até minhas pernas, em um ato de carinho.
- Se não fizer o carinho, ele vai te arranhar. - Ela disse me encarando, para depois gritar o nome de Neide, e a mulher vir rapidamente. - Você coloca o Stark na casinha dele de novo? Por favor.
- Claro. Vem Stark, depois a gente vai ir passear, grandão. - Neide conversava com ele, enquanto o mesmo seguia ela.
Encarei Marília que tinha sua mão na testa, tapando seus olhos do sol para conseguir me olhar.
- Levante dessa grama. - Falei e ela riu. - Vai ser mordida por bichinhos.
- Vou levantar só para preparar nosso café da manhã.
Se levantou.
- Vem, me acompanha.
Entrelaçou nossas mãos e me arrastou para dentro da casa.
- Marília, eu acho que ele não gostou de ficar preso lá não. - Neide veio rindo, enquanto limpava suas mãos. - Já deixei tudo organizado como me pediu, os quartos, o rapaz aqui do lado já veio limpar a piscina, e também já coloquei água para os beija-flores. Ocê' precisa de algo a mais?
- Não Neide, hoje é seu dia de folga. Pode ir, obrigada por tudo. - Ela respondeu enquanto ria e preparava dois lanches.
- Então um beijo no cêis' eu vou para casa. - Saiu.
- Por que dispensou ela? - Perguntei.
- Porquê hoje eu quero passar o dia com você. - Me encarou. - Prefere manteiga ou maionese em seu pão doutora?
- E cadê todo mundo?
- Depende. Seu marido tá no Rio, Natasha não vem pois pediu o dia livre para uma consulta médica e Neide foi embora. Mas ainda não me respondeu, o quê você prefere?
- Maionese.
Ela preparou os dois lanches enquanto conversava comigo, e me contava as histórias mais engraçadas sobre acontecimentos de suas empresas. Eu me sentei no balcão, enquanto ela estava em minha frente, rindo.
Descobri nessa manhã que sua risada é extremamente contagiante, que ela tem cinco tatuagens, incluindo um coração com ramos no antebraço, que ela diz ter um significado especial e pessoal para si.
-"Nada que tenha pulsado em vão. Fiz meu coração de jardim, plantei coisa boa em fase ruim. Entre o perfume das flores e o sangue, nem tão delicada e nem tão realista assim"
E descobri também que seu sonho é viajar para Itália.
- Tem dinheiro o suficiente para bancar uma viagem inteira, por que não vai? - Perguntei.
- Falta de tempo. Mas assim que der, eu vou.
Suspirou.
- Bom, eu vou ter que te abandonar um pouquinho pois tenho uma reunião online. Porém, estarei em meu quarto. Se você precisar de algo, ou sentir mais fome, fique a vontade. Você está em casa. - Beijou minha bochecha. - Já volto, me espere nua de preferência. - Ela disse me fazendo rir e subiu.
Subi também, indo para meu quarto. Peguei meu celular, e nele tinha uma mensagem de Danilo .
"Bom dia meu amor, tenha um ótimo dia. Não deixe ela te tratar mal hahaha. Te amo. Ah, dei uma passadinha em casa e está tudo em ordem, não se preocupe. Volto aí hoje para te dar um beijo."
Apenas visualizei. Deixei o aparelho sobre a cama e caminhei até o grande espelho, encarando-me.
- Por que você fez isso?! - Perguntei a mim mesma, baixinho, enquanto balançava a cabeça negativamente. - Está feliz pela burrada que fez? Parabéns por estragar seu casamento. - Quem me vê falar comigo mesma na frente do espelho vai me achar uma maluca.
Não tenho, nem nunca tive a intenção de chocar, o que não consigo é abdicar de dizer o que penso, mesmo que por vezes não sejam as coisas mais agradáveis, ou de deixar de lado as minhas dissertações escritas porque não sei viver sem elas.
Acho piada quando ouço dizer que não compreendem, ou até mesmo que acabo por ser excluída de um determinado círculo, precisamente por dizer o quê penso, ou rabiscar por aqui histórias e experiências de vida.
E é por isso que hoje tenho a necessidade de fazer uma pequena correcção.
Marília é tudo isso, ela tem a capacidade de domar a sua autonomia, ela conquistou sem esforço e eu sei que ela é isso. Sem máscaras, sincera, e intensa.
Eu sei que isso é totalmente errado, mas parece que em minha vida toda eu esperei por isso. Seus beijos são intensos, e bons, não nego. Mesmo não querendo admitir, nós estamos envolvidas.
Mas como isso aconteceu? Em um dia estávamos nos matando como cães e gatos, no outro eu estava em sua casa de descanso, lhe beijando em uma piscina. Qual parte da minha vida eu perdi?
Deixei os pensamentos de lado, e comecei a me despir lentamente na frente do espelho, até ver através dele ela me encarar.
Ela caminhou devagar em minha direção, e quando estava perto o suficiente, tirou os cabelos de meu ombro, beijando minha pele nua e quente.
Com os olhos vidrados no meu atrás do grande vidro que estava em nossa frente, ela abaixou a alça de meu sutiã, beijando a curva de meu pescoço. Se era isso que eu queria, iria me deixar levar pelo momento. Sendo assim, curvei um pouco a cabeça para o lado, sentindo seus lábios úmidos beijar minha pele.
Fechei meus olhos, aproveitando cada segundo desse nosso momento mais que íntimo. Ela ficou a minha frente, encarando meus lábios, para por fim me beijar.
Me guiou com cuidado até a cama, qual me deitou e veio por cima, sua boca desceu distribuindo beijos por meu busto e minha barriga, seguindo uma trilha de beijos até chegar em minha intimidade, dando um beijo por cima do tecido.
Ela tirou devagar, fazendo descer por minhas pernas, e quando estava livre de tudo que atrapalhava seu caminho, me chupou lentamente, fazendo meu corpo esboçar várias reações diferentes e simultâneas.
Embrenhei seus longos e macios fios loiros em meus dedos, enquanto tinha minha costa arqueada da cama. Gemidos baixos e prazerosos escapavam de meus lábios. E ao atingir o orgasmo, um turbilhão de sentimentos tomou conta de mim.
A castidade é a mais anormal das perversões sexuais.
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AMANTE - malila (adaptação)
FanfictionNo auge do desemprego, trabalhar em qualquer lugar era o objetivo de Carla Maraisa, desde que seu marido jogou em sua cara que não tinha mais saco para lhe sustentar. Ao ter a oportunidade de mostrar sua capacidade em um trabalho de auto valor, acab...