AMANTE - malila (adaptação)

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Agora são exatas 00:12 da madrugada. E eu estou sem sono, enquanto Danilo dorme tranquilamente. Depois dessa semana qual não tinha horário certo para dormir, vai ser complicado regular meu sono para trabalhar semana que vem. Isso se eu trabalhar, né? Porquê com essas desculpas esfarrapadas de Marília, não sei o quê irá acontecer daqui pra frente. 

Resolvi descer, tomar um ar. Hoje a madrugada está quente em Minas. Peguei um copo de água, e fui me sentar na parte de fora, em uma das espreguiçadeiras perto da piscina. Na água, era possível ver o reflexo da lua, totalmente cheia. 

- Linda noite, não acha? - Escutei a voz de Marília, fazendo-me quase afogar com a água. 

- Pensei que estava dormindo. 

- Deveria. - Colocou a outra espreguiçadeira do lado da minha, e se deitou. 

- Acho que vou me deitar. 

- Por que está fugindo de mim? 

- Quer mesmo entrar nesse assunto? 

- Não poderá fugir de mim para sempre. - Encarou fundo meus olhos. - Me explique, tire suas dúvidas, eu estou aqui para te ouvir. 

Suspirei pesado. Deixei o copo sobre a grama, e me deitei em seu lado, encarando as estrelas. 

- Quem era naquela ligação? 

- É só por isso que está desse jeito? - Virou o rosto para me encarar. 

- Pelo jeito não está sendo sincera comigo. Deixei bem claro que tinha outro alguém, você não. 

- Tudo bem. - Tirou o celular de seu bolso. - Vamos fazer uma ligação. 

Abriu sua agenda de contatos, e buscou pelo mesmo nome que eu tinha lido antes em seu visor. 

- Se for outra pessoa, eu não quero ouvir. 

- Calma, escute. Depois que ouvir, eu quero te fazer uma proposta. Pode ser? 

- Tudo bem. - Respondi sentindo minhas pernas estremecerem. 

Ela iniciou a ligação, o quê me deixou com as mãos suadas. 

- Oi amor. - Disse. 

- Oi madrinha. - A voz masculina e fina de uma criança soou do outro lado. 

É sério, Maraisa? 

- O quê está fazendo acordado esse horário? - Me encarou. 

- A mamãe tá arrumando minha cama para eu dormir. Caiu meu dentinho, você já pode me dar o presente que me prometeu. - Ela riu baixinho. 

- Quando você vir aqui me ver, nós podemos sair para comprar. Advinha onde estou? 

- Naquela fazenda grandona que tem o Stark, né? 

- Isso, estou esperando você vir me visitar, tá bom?! Beijos meu amor, a madrinha ligou apenas para saber se você estava bem. Agora vê se vai dormir. 

- Tá bom dinda, beijos te amo. 

- Também te amo. - Ela desligou. - Pronto. Dúvida saciada? 

- Quem é? 

- Filho da Paulinha, o Miguel. Ele é meu afilhado. Era ele quem tinha me ligado aquele dia, e depois me ligou novamente pois a mãe dele estava sem seu telefone. - Deixou o celular na grama e virou novamente para me encarar. - Era só isso.