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- Se você estiver livre e quiser, hoje eu quero te levar em um lugar. - Ela disse enquanto tomávamos o café preparado por Neide. 

- Um lugar? Posso saber qual é? 

- É surpresa, mas não se preocupe, é aqui perto da casa.  Sorriu e ao mesmo tempo levou a xícara até sua boca. 

- Você e seus planos mirabolantes.  Deu risada. 

- Amo surpreender, doutora. 

Se levantou. 

- Eu vou tomar sol, fique a vontade, sinta-se em casa. 


Ela se levantou, foi até a parte da piscina e fechou a porta grande de vidro. Em seguida, tirou seu short e sua camiseta, revelando seu biquíni cor de verde. 


- O quê está acontecendo entre vocês? - Neide perguntou enquanto secava a louça do escorredor de inox. 

- Como assim, Neide? 


- Marília demorou quase um ano para voltar aqui, quando vem, traz você e dispensa seu marido. No outro dia, me deixa a tarde inteira de folga... Algo está acontecendo, não? Ou eu estou errada? Tirando a troca pesadíssima de olhares entre as duas. 


- Está tão visível assim? - Ela concordou com a cabeça. - Droga Neide, está acontecendo tudo errado. 

- Você se apaixonou por ela mesmo estando casada, não é? 

- Eu não sei, eu estou muito confusa ainda. 

- Olha, vou te dizer apenas uma coisa. Marília é rude, difícil de conquistar, mas também tem um coração bom. Ela já sofreu muito com a rejeição da mãe, e mais ainda quando foi enganada por uma salafrária. Eu não quero que ocê se machuque, e fique com o coração partido, mas também não quero que iluda minha menina. 

- Eu não estou fazendo isso, e eu não quero fazer isso algum dia. 

- Então se ocê tá confusa, volta para seu marido. Porquê ela já tá apaixonada. E ocê não pode ficar brincando com duas pessoas ao mesmo tempo. 

Neide está certa. 

- Você é uma ótima pessoa e uma linda mulher. E de verdade, eu ainda não entendi o quê está rolando entre ocês, mas se quer ela, não fique querendo ter dois relacionamentos. Isso está igual uma ponte, um dos lados vai acabar caindo. - Se aproximou de mim e beijou minha bochecha. 

- Ei doutora. - Escutei Marília gritar lá de onde estava. - Vem aqui rapidinho, por favor. 


- Nós vamos conversar Neide, e eu vou tomar uma decisão. - Ela sorriu. - Por mais que eu nunca quis ter feito isso, não quero machucar ninguém. 

Me levantei indo até a mulher que estava deitada tapando seus olhos por conta do sol.

  - Oi. 

- O quê Neide falou para você? 


- Não falou nada demais, ela só perguntou o porquê de eu estar tristinha e para baixo, expliquei o motivo e ela me acolheu. Só isso. - Sorri fraco. 

- Neide e seus conselhos. - Sorriu. - Quer entrar? - Apontou para piscina com a cabeça. 

- Na verdade não, precisamos conversar sério. 

- Ah não! Conversar sério agora?! Por que não podemos só aproveitar o lugar que estamos? 


-Marília... 

AMANTE - malila (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora