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- Bom, negócio fechado, senhor Danilo - Ela disse séria.

Não, não é a mesma Marília  de horas atrás. 

- Ótimo, a senhora não vai se arrepender. 

- Vamos reestabelecer uma regra. Eu agora sou praticamente sua chefe, e sua sócia, e pense, moramos todos no Rio. - O homem assentiu com a cabeça. - Sua empresa ficará em São Paulo, o senhor terá que arrumar tempo, e um veículo fácil para ir lá toda semana, porquê uma empresa sem um chefe para comandar, não é uma empresa. Correto? 

- Sim, senhora. 

- Certo, então para não gastar dinheiro de seu bolso, e como é uma importantíssima regra contratual, eu fico responsável por seus gastos. 

- Entendo... 

- Podemos ir embora, Danilo?! Eu estou com sono. - Cochichei em seu ouvido, Marília me encarou séria, logo forçou um pouco sua garganta. 

- Sinta-se a vontade, eu já acabei por aqui. - Disse ela. 

- Deixe-me ir no banheiro antes. - Me levantei. 

- Te espero lá embaixo, amor. 

Ele falou, pegando minha mala e caminhando até o elevador, qual tratou de descer. 

- Você pode me ouvir agora? 

Ela me perguntou. 

- Vou descer para deixá-las a vontade.  Paulinha também desceu. 

- Te ouvir? Pra você continuar mentindo? Eu fui clara com você desde o começo, disse que era casada, o mínimo que você deveria ter feito era ser sincera, falando que também tinha outra pessoa. 

- Você não me dá a chance de explicar!

  Soltei um riso sarcástico. 

- Ao menos me beije pela última vez, antes de ir pra tua casa foder com o "amor da sua vida". 

- Olha só... - Caminhei até ela, ficando frente a frente com seu rosto. Seus olhos descerem automaticamente para meus lábios. - Você não toca em mim, nunca mais! 

- Vai se entregar pra mim mais tarde. - Me deu um selinho rápido e inesperado. - Quando ele se preocupar só com o prazer dele mesmo, você vai procurar se satisfazer. Espero que nessa sua lista, eu seja a primeira. 

- Nessa lista não sei, mas na de "maiores mentirosas que eu já conheci", seu nome é o primeiro. 

- Corta essa, doutora! Se você quisesse me ouvir, não pensaria assim! 

- Eu vou embora. 

- Tudo bem. - Caminhou até sua cadeira novamente e se sentou. - É isso que você fez a semana inteira. Transou comigo e depois arrumou a desculpa mais esfarrapada para sair de minha vida. - Deu de ombros. - Sei que vai voltar. E eu estarei de pernas abertas te esperando. 

- Sua egocentricidade me irrita!

- Olha, eu acho melhor você descer logo, se não seu querido e amado marido vai achar que está com problemas intestinais. - Sorriu. 

- Só quero dizer que nesse meu corpo, você não toca mais. - Caminhei enfurecida até o elevador. 

- Vamos ver até quando isso vai durar. - Última coisa que ouvi ela falar antes da porta fechar.

É isso que me irrita, seu ego. E eu pensando que ela estava chateada com tudo isso, tola, Marília pode ficar com quem quiser, isso pra ela foi tudo um joguinho. E eu fui feita de palhaça. Mas é melhor assim, sei que isso foi errado, e não voltarei a repetir tais atitudes como ela pensa. 

AMANTE - malila (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora