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Acordar sozinha depois de uma noite intensa de prazer com outra pessoa, é extremamente triste e revoltador.

  "Problema grande para resolver" 

Ok, custa ter me acordado? Marília às vezes não sabe onde fica o limite. 

Com todo o resto de dignidade que me restava, fui embora, deixando seu dinheiro em cima do mesmo lugar que estava, não preciso dele. Peguei o ônibus que parava perto da Salware e fui. Ao chegar lá, ela estava sentada em uma mesa, de frente ao computador, enquanto tinha algumas pessoas ao seu redor com seus braços cruzados e suas feições preocupadas. Apenas Thais estava na bancada. 

- Bom dia. - Falei pra mulher, que levantou seu olhar para me encarar. 

- Bom dia Mara. 

- O quê houve? Por quê todos estão assim? 

- Marília está mexendo em todos os computadores, parece que sumiu um documento importante dela. 

- Mais uma vez? Parece que essa pessoa quer acabar com Marília. 

- Pois é, está muito estanho. E nem tente conversar com ela, pois está irritadíssima. 

- Também não estou em um bom dia. 

- Por quê não vai para sua casa? Ninguém vai trabalhar hoje. Não com esse clima de velório que está aqui. - Fechou sua bolsa. - Quer uma carona? Eu também já vou. 

- Aceito. - Ela sorriu.  

-ৎ✿̤֟٭

O silêncio que pairava no carro era confortante, bem melhor de quando fico assim com Marília.

- E aí, quando vai me contar? - Ela disse assim que parou no sinal vermelho. 

- Contar o quê? 

- Que você e Marília estão juntas. 

Oi? 

- Como assim? 

- Ela sumiu a semana inteira, você também, e sempre que vinham, eram juntas. A chave final para eu ligar os pontos, foi ver esse anel que você está no dedo, todas as jóias de Marília são dessa marca caríssima, e ela ama presentear as pessoas com coisas caras. - Voltou a andar. - Digo isso pois esse anel que uso, foi ela quem me deu. - Sorriu. - Pode falar, eu não conto pra ninguém. 

- Se eu negasse, você acreditaria? 

- Com certeza não. - Deu risada. - Aliás, hoje ela foi com aquele terno azul, aberto na frente, e claramente dava para ver algumas marcas roxas em sua pele. 

- Não sei porquê fui deixar isso acontecer, Lauana. É errado, eu sou casada. 

- Ah Mara... acontece! 

- Não poderia acontecer. 

- Só tome cuidado para não se ferir... Eu nem ia comentar, porém esses dias uma mulher loira e alta veio atrás dela... E parecia ter muito interesse. 

- E você sabe exatamente o quê ela queria? 

- Não comentou, só disse que voltaria outro dia. 

- Não posso fazer nada, não temos compromisso, e eu sou conexa com outra pessoa. 

- Bom, isso é verdade. - Parou em frente a minha casa. - Até mais Mara! - Se despediu com um beijo na minha bochecha. 

- Muito obrigada, Lau! 

- Não precisa agradecer, temos uma parceria agora. - Ela sorriu. 

AMANTE - malila (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora