Rio de Janeiro, 23 de Julho de 2022.
- Vamos, você tem novos funcionários para contratar hoje. - Isa disse enquanto puxava o edredom de cima do meu corpo.
- Ah não... - Falei manhosa. - Me deixa aqui.
- A decisão de abrir uma nova empresa foi sua meu amor, agora você que arque com as consequências.
Abri um olho só, vendo ela me encarar com as mãos na cintura, me fazendo rir. Eu já havia levantado, me maquiado e até já tinha trocado de roupa. Mas sabe quando você sente um desejo enorme de voltar a dormir? Aconteceu comigo, então deitei na cama novamente.
- Não deveria ter feito isso. - Bufei.
- Vai logo, Lila.
Ela deu um tapa de estalar em minha bunda, me fazendo gemer sem querer.
- Você não tem noção do perigo não? - Me virei e sentei e na ponta da cama. - Sabe o quê vou fazer com você?
- O quê?
- Isso. - Dei risada iniciando uma sequência de cócegas nela.
- Amor chega! - Pediu, rindo. - Droga, preciso respirar.
Se deitou na cama, encarando o teto.
- É sério, vai logo, você vai acabar chegando atrasada. E eu sei muito bem que não tolera atrasos.
Fiz bico, lhe encarando.
- Tá, eu vou... mas aqui está tão bom. - Me sentei em seu colo. - Só mais dez minutos.
Ela sorriu.
Os dez minutos foram estendidos por mais trinta, depois por uma hora. Ficar agarradinha com ela, e pior, ainda nos beijos, é bom. E quase sempre é uma luta para nos desgrudarmos.
Depois do pedido de casamento, ficamos mais próximas que o normal. O quê é bom, mas depois é difícil de ficar longe, é difícil ficar o dia inteiro sendo mimada por sua noiva e sua filha.
Aurora está na escola agora. A cada dia que passa ela fica mais intelectual, mais desenvolta ao falar e mais carinhosa. Esse ano, tivemos direito a uma apresentação de dias das mães, o quê eu nunca imaginei passar. Nunca pensei que ia chorar em uma apresentação feita por uma criança.
Assim que desci de meu carro, peguei uma sacola de papel que estava no banco do passageiro e desci, apertando a campainha da casa e logo fui atendida.
- Ei, que surpresa. - Ela abriu o portão para mim.
- Ia vir mais cedo, mas acabei tendo um imprevisto. - Beijei sua bochecha. - Tudo bem?
- Tudo bem sim, vem, vamos entrar.
Deu espaço para eu passar.
- Qual tipo de imprevisto? Acho que até consigo imaginar.
- Estava com minha noiva.
Tirei as quatro caixinhas de jóias da sacola e deixei sobre a mesa, todas abertas. A única diferença das quatro, era o espessamento das pulseiras e o formato dos pingentes. Todas eram de marca.
- Essa. - Pegou uma cheia de estrelinhas pequenas e delicadas.
- Achei linda também.
Fechei as outras e guardei.
- Marília, você realmente não conhece sua namorada.
- Como assim, Yasmin? Como não conheço minha namorada? - Perguntei rindo.
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AMANTE - malila (adaptação)
FanfictionNo auge do desemprego, trabalhar em qualquer lugar era o objetivo de Carla Maraisa, desde que seu marido jogou em sua cara que não tinha mais saco para lhe sustentar. Ao ter a oportunidade de mostrar sua capacidade em um trabalho de auto valor, acab...