Me deixe lhe ajudar- capitulo 16 da 1ª parte

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Peter tentava se esquivar do castanho a noite inteira, mas era algo difícil quando o mesmo nem disfarçava em ficar lhe seguindo o restaurante inteiro. Não sabia distinguir qual sentimento ele estava sentindo, pois estava em uma mesa com a pack e também sua raiva não estava totalmente amostra. Era como se estivesse meio triste também.

Dessa vez o de topete deve de invadir a cozinha — para que o de pintinhas não lhe encurralasse — encontrando uma funcionária assustada e que se queimou com o óleo da batata frita. Depois um semblante sério veio para encarar o Hale que estava meio perdido.

— Desculpe.- tranca a porta — para que não haja perigo do mais novo entrar ali — e pega um pano com água molhada e coloca bem em cima da queimadura da moça, retirando sua dor descaradamente. Como a mulher estava encarando o tecido branco em seu braço não percebeu as veias pretas subindo pelos braços do mais velho e depois indo para o pescoço e em seguida sumindo por ali.

— Oque está fazendo aqui?- pergunta a morena com uma careta pela dor que sumiu em menos de 30 segundos.

— Que estranho...- sussurra e retira o pano dali.

— Eu só vim pegar isso.- diz retirando um cardápio do balcão ali perto dos dois.

— Vou fingir que acredito.- empurra ele para a porta e a destranca.

— Sai daqui que eu tenho de trabalhar. Você já me atrapalhou.- a de sardas avisa empurrando-o para fora da cozinha. Foi aí que Peter teve se segurar a respiração para não ter um ataque cardíaco. Tinha acabado de esbarrar em Stiles. Tinha de sair dali o mais rápido possível. Não sabia que o castanho estava lhe esperando sair dali.

— Peter?... Peter!- grita correndo atrás do mais velho que esbarrou em uma mesa derramando uma água na cara de um homem bem musculoso.

— Desculpe, aqui.- estende um lenço e sorri voltando a correr logo em seguida. Não sabia exatamente do porque está fugindo do mais novo, mas as emoções sem estarem definidas no mesmo estava lhe assustando.

— Peter!- gritava o de pintinhas. Tentar alcançar um lobisomem sem puder usar suas táticas não era nada fácil. Se adaptar aquele lugar era meio difícil. Ele nem sabia o porque do mais velho estar fugindo dele.

Ele pulou em um banco em seguida adiquirindo impulso para alcançar  o outro. O puxou para o corredor do banheiro e o prensou na parede.

— Não fica bem de avental Peter.- comenta ofegante. Se referindo ao que o Hale usava para atender os clientes no McDonald's.

— Porque está atrás de mim?- pergunta levantado as sobrancelhas.

— Eu que pergunto. Porque está fugindo de mim?- o semblante confuso predomina na cara do Stilinsk. Tudo bem que eles tiveram aquela conversa. Mas se era para afetar alguém ali era para ser o castanho. E nem ele mesmo está fugindo ou correndo igual um louco como se o mundo fosse acabar.

— Eu não sei...- sussurra. É realmente estava meio perdido.

— Louco é louco. Agora sei porque foi parar na casa Eisher ( não sei se é assim que escreve 😂 ).- o mais velho revira os olhos.

— Não está chateado comigo?- questiona engolindo em seco.

— Não!- faz uma careta.

— Quer dizer sim.- encara a parede. Afinal, estava ou não estava?

— Não! Só não gostei daquele tipo de conversa.- explica e o de topete afirma com a cabeça. Só queria o bem para o menor e tudo mais, só que o aperto contra a parede já estava lhe incomodando.

— Está meio autoritário não acha?- brinca soltando um sorriso malicioso. No mesmo instante Stiles solta o mesmo ajeitando sua jaqueta.

— Melhor voltarmos.- avisa e dá as costas, mas o loiro lhe puxa pelo braço. Queria abraçá-lo. Proteje-lo. Sabia o que ele tinha passado. Tudo. Aguentando todo aquele peso nas costas e ainda assim conseguindo soltar um sorriso. Quantas vezes o Stiles chegou e salvou todo mundo? Quantas vezes ele teve de arriscar a própria vida para que nenhum da pack se machucasse? Ou até morresse? Quantas vezes? Não era possível nem contar nos dedos.

O dia em que Scott estava prestes a se matar, por causa daquele hotel que ninguém tinha entendido como o mesmo funcionava. O McCall ia se matar queimado vivo se não fosse pelo Stilinsk que entrou na gasolina e tirou o fogo de artifício da mão do melhor amigo. Quase morreram depois, mas Lydia os empurrou.

O grupo era tudo o que tinham. Os amigos, o bando. A pack. Era a família deles, um se preocupava com o outro. E tinha de ser assim até a morte os separasse. Não selaram um casamento apenas com uma mulher ou um homem. Eles selaram uma vida inteira de tragédia e alegria juntos.

Era como se fosse um fio invisível que não se rasgasse nunca. Porque estava interligado a todos ali. Todos os agora adultos que arriscavam suas vidas tanto para proteger a cidade tanto para protegerem um ao outro. Porque eles se amavam e não tinha nada no mundo inteiro que fosse rasgar esse pedaço de linha.

— Você tá bem?- Peter pergunta com uma cara preocupada.

— Quantas vezes vou ter de dizer?- estava cansado de falar sim toda hora. Mesmo que fosse a mentira mais contada no mundo ainda doía ver seu pai daquele jeito.

— Até que conte a verdade.- encara os olhos do Stilinsk. Profundos. Castanhos. Lhe lembravam o adolescente animado e alegre que era. Mas agora é um olhar de um garoto perdido. Com os sonhos destruídos. Mesmo que tenha conseguido estar treinando para ir para o FBI é uma grande merda quando não se é feliz. Nada importa. O olhar de um garoto risonho que se afogou nos rios de lágrimas. É o menino que acha o olhar dos outros lindos porque perdeu a si mesmo. O olhar de ajuda. O olhar de desesperado que disfarçava muito bem. O olhar que ninguém percebe, só ele.

— Não se preocupe, está tudo bem comigo. Só dói  quando respiro...- sussurra a última parte torcendo para que o lobo não escutasse. Mas ele ter audição avançada não era justo. Claro que ele escutou.

— Eu quero lhe ajudar. Porque não me deixa te ajudar?- os olhos já cediam. Avisavam que as malditas lágrimas iam descer. Aquelas que saiam queimando o rosto. Que só piorava a dor que o coração sentia. O som de algo se quebrando junto com o fogo. Era como se estivesse em combustão.

— Eu não mereço...- sorri com os olhos marejados de lágrimas. Não podia acreditar que iria chorar por algo tão besta assim.

— Claro que merece! Merece! Você merece o mundo!- a água já escorria pelo seu rosto. Era difícil se conter quando via seu filho daquele jeito. Ele escondia muito bem as emoções, mas se procurasse bem fundo iria ver. O adolescente de antes sentado na beira de um riu escuro. Hipnotizado com a luz da lua. Perdido em seus pensamentos. Sem saber para  aonde correr. Pensando que seria melhor se ficasse quieto em seu canto. Se convencendo de que esse era seu novo eu.

Pare de chorar, Peet.- fala seu apelido e coloca mão em seu ombro. Ele nunca via seu pai chorando. E agora perece estranho. A gente vê nossos pais como inatingíveis. Mas vai ver, eles são sim atingíveis é muito fracos quando se fala dos filhos.

— Eu não posso viver assim. Se não queria minha ajuda então porque entrou na minha vida?- encosta a cabeça no peito do menor tentando conter as lágrimas que caiam descontroladamente.

— Vou lhe deixar em casa.- sussurra. Eles entram no banheiro e Stiles ajuda-o a lavar o rosto. Logo em seguida vão para o carro e o castanho o deixa em seu apartamento temporário. Sabia que depois Derek chegaria no loft e ver seu tio chorando não era coisa boa. Talvez ele nem se importasse — porque é o Derek — mas ele até que mudou um pouco. Então o Stilinsk preferiu deixá-lo em um lugar mais reservado para que possa chorar sem ninguém estar lhe perturbando.

Ele saiu e deixou o mais velho lá. Não queria voltar para o shopping e ter de explicar tudo para seus amigos. Saberiam que estaria mentindo. E não queria contar a verdade. Mas era o único jeito se não Scott iria lhe ligar em minuto em minuto para saber se realmente estava bem ou então só para lhe perturbar mesmo.

( não fiz correção )

🐺-Teen Wolf :)Onde histórias criam vida. Descubra agora